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quarta-feira, 16 de junho de 2010

O "partido" dos velhos


Ontem pela manhã, ao acessar um famigerado site de notícias da capital me deparei com a seguinte notícia: 

O que poderia ser apenas mais uma notícia irrelevante sobre a politiquice no meu Estado me fez pensar sobre a realidade de alguns partidos políticos.

Alguns são latifúndios dominados por dois ou três velhinhos que nada mais deveriam estar fazendo que cuidar dos netos, contar seus milhões (roubados ou não) e deixar a política, o futuro e os destinos do mundo para  quem terá futuro – os jovens. 

Não votaria mesmo em Rodrigo Pinto, muito menos em Flaviano. O primeiro, porque o conheço (pela mídia) a pouquíssimo tempo e apenas que é filho do ex-governador Edmundo Pinto. O segundo é porque o conheço há tempo demais. 
Há mais de 25 anos que ouço falar em Flaviano Melo e sempre que seu nome é pronunciado dentro de um quartel da Polícia Militar vem logo a frase, vinda de qualquer lugar: “Quando foi governador, foi a época em que houve mais suicídio entre os policiais”. O policial de serviço usava a própria arma da corporação para por fim a crises de dívidas, de fome e de humilhações pelo reduzido e constantes atrasos salariais.

O PMDB é um partido dos velhos. Pelo menos a liderança, quem tem poder de decisão já tem pra lá de 60. Vejamos alguns: Zé Sarnei, Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Jader Barbalho, Mão Santa, Renan Calheiros. Por aqui, entre os delegados do partido, seguramente, nove entre dez tem mais de 60 anos.

É a meu ver um partido sem militantes. E como militância, liderança política se faz nas escolas, nos grêmios estudantis ou nos grupos de jovens e não em reuniões da terceira idade, o partido pouco se faz entender pelos jovens. Por aqui, seus eleitores pouco conhecem o programa do partido(se é que tem), sua principal bandeira tem sido o sectarismo da idéia anti-PT. Suas poucas vitórias tem sido baseadas nessa idéia “tirar votos do PT”. O problema tem sido esse, é que “quem tira, muitas vezes não sabe onde põe”.

O partido não vê com bons olhos a ousadia do jovem. Lembro que meu amigo Dikin há uns seis anos foi candidato pela sigla e apesar da boa votação que teve não foi eleito. Pela falta de espaço foi obrigado a buscar outros rumos.

Quem não se lembra da convenção do partido para a eleição municipal de 2000? O prefeito na época era um sujeito que amargava uma grande rejeição, com denúncias, escândalos e afastamentos pela justiça. Encomendaram uma pesquisa de intenção de voto e nela o candidato do PMDB com maiores chances de vitória era uma liderança mais jovem.

Tentar a reeleição naquelas circunstâncias seria uma temeridade (como de fato foi). Os donos do partido, comandados pelo prefeito, mesmo correndo o risco de amargar uma derrota e esfacelar o partido conclamaram a convenção e para espanto quase geral, o ancião/prefeito venceu com sobras. Como venceu? Pergunte aos delegados do partido, pois essa é uma página sombria e obscura da nossa história política.  
Venceu a convenção, porque a eleição... 

Depois de mais essa esperteza e essa providencial “poda” numa liderança do partido Jovem por ali é apenas um voto no dia das eleições.

Talvez você esteja lembrando de um jovem que por aqui é o presidente de um dos poderes, que é jovem e também é do partido. Pois é, ele é do partido... Vai ver que os vovozinhos tem toda razão em não permitir muitas inovações.

4 comentários:

Unknown disse...

Parabéns! Quanto ao Dikin, Cruzeiro do Sul perdeu muito com a sua não eleição! É um bom garoto! Correto, honesto e competente!

Terra Náuas disse...

O PMDB na nossa região representa o que há de mais atrasado na política: coronelismo, clientelismo, servilismo. Isso não me alegra, pois empobrece a democracia. Logo um partido como o PMDB de importancia historica para o país. Uma mente como a do Dikin jamais teria espaço num lugar sombrio destes.

Anônimo disse...

A propósito, não é o Michel Temer que o PT pleiteia p ser o vice da Sra. Dilma???? Ou estou enganado???

Pessoal, o que está em jogo não é os rumos da nação em direção ao progresso do povo, e sim dos partidos e os conchavos que são mais "importantes"...

Antonio José disse...

Se o PMDB se aliar com a FPA, podem ter certeza que todos se chamarão COMPANHEIROS. Basta lembrar que o PP que hoje ajuda a dar as cartas também esteve do outro lado, em fim,os caciques se entendem na hora que é conveniente..