Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Os cometas, as naves, os aviões...

Abaixo, o poema que ilustra uma das fotos do meu avô que faleceu na terça feira aos 91 anos. 
Meu avô tinha uma admiração especial pelos aviões, pelo céu, na esperança de ver alguma coisa diferente nas nuvens, e nos últimos tempos, todas as tardes, esperando nossas visitas, se punha a vasculhar o céu para observar os grandes aviões que só usam o nosso espaço aéreo. Provavelmente, fazem a linha Lima-Brasilia ou Manaus. 

Os cometas, as naves espaciais, os aviões...

A atmosfera, o céu, o firmamento...

O que ontem era dúvida, descrença, medo,
Hoje é certeza...

O que sabemos dela? Nada, pois ainda estamos acordados (por enquanto acordados)...

Hoje, ele já sabe.

E era lá, onde o céu se aplaina,
No limite da atmosfera, 
por onde passam os maiores aviões,

Era o lugar que admirava, o lugar onde sempre quis estar...

E hoje, sentado em alguma nuvem, dessas mais alvas do verão,
Tocará mansamente nas asas dos aviões,

E acenará aos pilotos lhes desejando boa sorte.

De sua nuvem favorita, nos acenará também, pois saberá que o acenaremos daqui, em pensamentos...

Sempre que alguma turbina de avião marcar o céu com um rastro de fumaça...

Ou de som... E de onde estivermos... Para sempre...

"As pessoas não morrem, ficam encantadas..."


Passou anteontem às 17:35, e foi ontem a despedida do meu avô materno.
Também conhecido por Jararaca. Nasceu em 8 de janeiro de 1923 uma praia acima da foz do Igarapé Esperança, três praias abaixo de Porto Walter numa colocação chamada Laranjeira, na margem direita do Rio Juruá.
Filho de João Batista de Almeida e Maria Salomé da Silva provenientes do Ceará aqui chegaram recém-casados. Antes que completasse dois anos o pai abandonou sua mãe com os filhos (os outros eram Santana, Raimunda Salomé e Expedite) e foi embora para o Seringal dos Bussons no estirão do Mazagão e depois para Cruzeiro do Sul vindo a se ajuntar novamente sem ter filhos.
Foi batizado pelo Monsenhor Barrat por volta de 1925 quando este empreendeu uma de suas desobrigas ao Alto Juruá.
Maria Salomé ajuntou com Manoel Francisco (Mané Chico) e mudaram para o Alto Igarapé Esperança próximo ao lago do mesmo nome, vizinhos de mais duas casas. Suas melhores recordações são desse período, uma época de fartura com carne de caça, peixe do igarapé, criação de galinhas e de um chiqueiro de jabutis que vivia lotado. Plantavam feijão e cortavam seringa. Lembra que o padrasto quase todo dia quando chegava da estrada de seringa trazia um porco ou um veado.
Do novo casamento com Mané Chico nasceram: Antonio Francisco, José Francisco, Pedro Francisco e Paulo Francisco, Cecília, Joaquim Francisco, Edite e Antônia.
Na época que a borracha não valia mais nada mudaram para a vila para plantar praia. Nessa época os patrões quebraram e os barracões de mercadoria ficaram quase vazios e alguns fecharam. Um desses patrões era o Barahúna (Brancisco Correia Barahúna).
Quando o preço da borracha levantou novamente o Gabriel (Gabriel Arcanjo do Nascimento) que vivia negociando numa canoa com remador associou-se ao Barahúna. Gabriel comprava mercadoria em Manaus e Belém e as transportava ao barracão enquanto Barahúna as negociava. Os homens de confiança deles eram Alcides Rodrigues e Dodô. Na época dessa sociedade já cortava seringa.
Quando veio a convocação para a 2ª Guerra Mundial ainda foi alistado, depois disseram que quem fosse casado ficaria fora da convocação e os que fossem casados, se fossem pra guerra, o salário seria dobrado. Arrendou logo duas estradas e casou com a Senhora Maria de Lourdes de Almeida, viúva, filha de um fulano de tal Zeca Panela (do Seringal Panela). O pedido de casamento foi feito pelo patrão Gabriel Arcanjo.
Lembra que naquela época ainda desceram de Porto Walter, Nelson Varela, Djalma Viga, Davi Barbosa e Napoleão Coelho (que morreu na viagem). Napoleão era filho do Vicente Coelho Na saída o navio apitava tanto, com um apito tão triste que parecia uma criança chorando. Quase todos adoeceram. Era febre amarela, tifo, e outras doenças. Morreu muita gente. Mas saindo de Manaus, com poucos dias de viagem receberam um telegrama informando que a guerra tinha terminado.
Lembra ainda do tempo que em Porto Walter tinha juiz de direito, promotor de justiça e delegado.
Do casamento para escapar da guerra nasceram 14 filhos: Raimundo (faleceu em 1987), José, Altamir, Acrísio (desaparecido), Adalberto (falecido), João, Michael, Francisco, Maria, Fátima, Bernadete, Tereza Cristina e Perpétua.
Foi casado no religioso pelo padre Luiz Vorsthein no inicio de 45, e civil pelo Delegado e Juiz de Paz Walter Alves de Carvalho em 1950.
Inicialmente residiu numa casinha de paxiúba perto do Igarapé Maloca onde depois o padre fez um engenho. Depois construiu a casa na margem do rio a sombra de duas mangueiras.
Em 1953 enquanto ajudava na construção da igreja também construía uma casa melhor, casa toda em madeira serrada e coberta com telhas (1.600, adquiridas do padre) ao lado de um antigo depósito do primeiro explorador da localidade o Cel. Absolon. Morou ali até 31 de março de 1980 quando mudou para Cruzeiro do Sul indo residir no Bairro João Alves à Rua Alfredo Teles número 653.
Embora tenha se aposentado como Soldado da Borracha, exerceu a profissão de carpinteiro principalmente em Porto Walter onde construiu ou ajudou a construir diversas casas, entre elas as casas de comércio e morada dos Barbary, o Salão Paroquial, o Seminário e a Igreja (as 4 colunas de madeira do interior que dão sustentação ao telhado foram lavradas por ele com apenas um machado).
Apesar de já trabalhar como carpinteiro foi com o Ir. Schang durante a construção da igreja que aperfeiçoou a técnica da carpintaria.

Em 2008, já viúvo, passou a residir com meus pais na Rua Boulevard Thaumaturgo, no Bairro Alto da Gloria em Cruzeiro do Sul.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ladrões, corruptos e quadrilheiros!

Como quem desdenha, sinceramente eu me pergunto: Caso vencêssemos a Copa do Mundo o que mudaria em nossas vidas?

Além de nos fazer imensamente felizes? Efemeramente felizes... 

Como perdemos... E não adianta fazer o tipo "pra mim tanto faz...". Futebol é o esporte de preferência da maioria do povo brasileiro, e que eu saiba, todos os povos da terra tem um esporte de preferência. 

Acontece que esse esporte de preferência da maioria foi usurpado por um grupo que ganha muito, mesmo quando o povo sofre.
É uma covardia sem tamanho. É um crime, comparável a vender comida estragada...

Deu no que deu...

Foi ontem, e hoje, ainda tentando enterrar um cadáver criado pela grande mídia.

Preocupado já com a mesmice que deve ser "a grande mudança no nosso futebol" para daqui a quatro anos. 

A seleção que perdeu será a mesma que em 2018 nos representará com o mesmo amadorismo? 

Parece que sim, um narrador ontem já escalou a próxima, mudando só o técnico e o atacante. 

Mas, que importa? A copa do mundo é apenas um jogo onde desconhecemos as regras. 

É um show, um espetáculo dirigido por diretores onde poucos tem chance de saber sequer o papel que lhe cabe. Só quem esteve por lá é quem sabe... 

Por isso, apesar de não o considerar um exemplo, compartilho um desabafo de Romário, o jogador que virou deputado e um dos maiores inimigos da CBF.

Não pelo exemplo, mas pelas verdades contidas em seu "desabafo". Vai Romário!

Romário desabafa sobre derrota do Brasil e fala em "revolta" e "vergonha"  

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A questão das drogas...É uma prisão, com portas abertas.

Penitenciária Guimarães Lima desativada
Ele tem só 17 anos, mas desde os 13 já é usuário. Foi um soldado lá do bairro que deu pra ele experimentar. Começou não querendo mais estudar, saindo de casa toda noite, dormindo o dia quase todo e quando percebemos a roupa dele tinha sumido quase toda. Ele trabalhava de carpinteiro com o pai, mas o  o dinheiro que o pai dava pra ele toda semana era só para comprar a porcaria da droga. Agora tá assim, todo tatuado, querendo sair disso e não tem força, e mesmo assim, se sair, acho que ninguém vai mais confiar nele. Nessas horas não aparece nenhum amigo, é só a família mesmo. Lembro que a nossa casa vivia cheia de parentes e agora sumiram todos. Mas tenho fé em Deus...

Ontem, fui testemunha de uma cena dramática. A fé, o sofrimento balisavam as palavras de uma mãe que há poucos instantes, cheia de fé, deixara o filho numa clínica de recuperação para viciados em drogas. 
Prometi retornar para acompanhar a evolução do tratamento, mas na viajem de volta, fora o depoimento emocionado da mãe, o que nos acompanhou mesmo foi um anestesiante silêncio. Sabe aquele silêncio que não incomoda? Era desses. E descansando os olhos na paisagem na direção do Rio Môa, lembrei de um artigo que li numa revista da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal. Bem pertinente, sobre um tema inquietante e controverso. Vale a pena.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Para que não nos esqueçamos...

 
Foi inaugurado na manhã de segunda feira (30/06) o “Monumento em memórias às vitimas do trânsito em Cruzeiro do Sul”. Idealizado pelo gerente da 1ª Ciretran no município, a construção do monumento contou com a parceria de diversas instituições públicas e privadas entre elas o Ministério Público, Poder Judiciário e empresas públicas e privadas.
Estiveram presentes no ato da inauguração, estudantes de escolas próximas, familiares de vítimas, além de autoridades civis, militares, religiosos, empresários e populares.

O monumento

Edificação simples, formada por 4 colunas de concreto, plantadas num pequeno jardim de uma pracinha ao lado da Av. Mâncio Lima, apresenta uma grande simbologia. Representa a vida interrompida, o desejo de um futuro que não pode se realizar, interrompido por um acidente de trânsito. É o ser humano que caminha e a violência no trânsito vai ceifando a vida, por isso o monumento, edificado na principal avenida de Cruzeiro do Sul, apresenta uma oportunidade de reflexão aos motoristas e pedestres do grande desafio que é reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito.
 
que foi dito

“Nós temos que valorizar a vida, que cada cidadão se envolva com a segurança, que ele tenha maturidade quando for pegar a direção de um veículo, como também os pedestres e os ciclistas. O trânsito é corriqueiro em nossas vidas, mas a gente precisa ter um olhar especial e é isso o que o governo do Estado vem fazendo principalmente aqui. Nós temos que fazer a diferença e aqui sociedade está de parabéns pela responsabilidade que estão assumindo em prol de um trânsito mais seguro”.
Dra. Sawanna Carvalho, Diretora do Detran/AC

Houve uma redução significativa nas mortes no trânsito em Cruzeiro do Sul, mas ainda assim é maior que os índices de homicídios dolosos aqui na região. É um tema que instiga a todos, nos preocupa, mas temos a felicidade de ver reduzida ao máximo as mortes, isso graças ao trabalho de todos os profissionais do trânsito, principalmente ao trabalho da PM que desenvolve um trabalho junto com os agentes do Detran nas ruas através das blitz.  O Ministério Público é totalmente favorável às blitz em Cruzeiro do Sul tanto é que nós temos uma parceria e a ideia é que realizando este tipo de atividade nós consigamos reduzir ainda mais o número de acidentes e vítimas fatais no trânsito.
Dr. Iverson, Promotor de Justiça em Cruzeiro do Sul

“Os acidentes estão levando vidas que poderiam estar aqui. Depende de vocês jovens que estão aqui hoje, para que um dia não estejam aqui numa cadeira de rodas como eu ou até mesmo numa situação pior. Quero dizer a todos vocês que se conscientizem, não ingerindo bebidas alcóolicas ao dirigir. (...) então só depende de vocês jovens, pois tenho certeza que nenhum de vocês está habilitado para dirigir uma cadeira de rodas como essa aqui, eu me adaptei, consegui explorar os meus limites e conviver com a perda, mas será que vocês conseguiriam? Então, só depende de vocês.”
Maria da Glória, cadeirante, vítima de acidente de trânsito em 2001.