Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

sábado, 30 de maio de 2009

Nem fui, nem irei

Chegou por aqui nos últimos dias “Quem quer ser um milionário”. Dizem que é um filme fantástico como há muito não se via no cinema. Fantástico, principalmente no aspecto comercial, pois já faturou milhões em bilheteria.

Nem fui, nem irei. Em protesto aos atos mercenários dos produtores do filme que foram buscar numa favela do Terceiro Mundo, o olhar, a inocência e a miséria dos pequeninos para dar autenticidade à história. O filme já rendeu milhões de dólares aos produtores e os favelados continuam favelados. Imperialismo é isso.

Ainda que irrelevante, o meu protesto servirá para boicotá-lo assim como fiz a “Carandiru”, “O Segredo de Brokeback Mountain” e tantos outros, por motivos diferentes sim, mas me recuso a assisti-los.

Ocorreu que após a festa do Oscar, Azharuddin e Rubina Ali, voltaram aos seus lares em Garib Nagar, uma favela indiana. Cumprindo ordem de “limpeza da área”, funcionários do governo demoliram 18 barracos na “cidade dos pobres”, e entre os barracos estavam os das famílias dos dois heróis da Índia, que brilharam em Hollywood.

Diante da pressão da opinião pública internacional, o governo prometeu arrumar moradias populares aos dois. Mas até o momento, nada.

Quando soube que o governo estava disposto a lhe dar um novo lar, o menino disse que queria dois apartamentos: um para ele e outro para seus pais. Mas disse categórico, que queria que seus vizinhos todos tivessem a mesma sorte: “Antes de me darem uma casa, dêem a meus amigos”.

Então é isso. O filme deve ser lindo, é premiado, mas como forma de protesto às infâmias dos produtores, vou esperar pra ver na “Sessão da Tarde”.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sementes


Um homem trabalhava em uma fábrica distante cinqüenta minutos de ônibus da sua casa.
No ponto seguinte entrava uma senhora idosa que sempre sentava-se junto à janela.
Ela abria a bolsa, tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora.
A cena sempre se repetia e um dia, curioso, o homem lhe perguntou o que jogava pela janela.
- Jogo sementes, respondeu ela.
- Sementes? Sementes de que?
- De flores. É que eu olho para fora e a estrada é tão vazia...Gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho.
Imagine como seria bom!
- Mas as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha mesmo que estas sementes vão germinar na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas se percam, algumas acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim... demoram para crescer, precisam de água...
- Ah, eu faço a minha parte. Sempre há dias de chuva. E se alguém jogar as sementes, as flores nascerão.
Dizendo isso, virou-se para a janela aberta e recomeçou seu trabalho.
O homem desceu logo adiante, achando que a senhora já estava caducando.
Algum tempo depois...
Um dia, no mesmo ônibus, o homem ao olhar para fora percebeu flores na beira da estrada...Muitas flores... A paisagem colorida, perfumada e linda!
Lembrou-se então daquela senhora. Procurou-a em vão. Perguntou ao cobrador, que conhecia todos os usuários no percurso.
- A velhinha das sementes? Pois é... Morreu há quase um mês.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela.
"Quem diria, as flores brotaram mesmo", pensou! "Mas de que adiantou o trabalho dela? Morreu e não pode ver esta beleza toda".
Nesse instante, ouviu risos de criança.
No banco à frente, uma garotinha apontava pela janela, entusiasmada:
- Olha, que lindo! Quantas flores pela estrada...Como se chamam aquelas flores?
Então, entendeu o que aquela senhora havia feito. Mesmo não estando ali para ver, fez a sua parte, deixou a sua marca, a beleza para a contemplação e a felicidade das pessoas.
No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se junto à janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso...
E assim, deu continuidade à vida, semeando o amor, a amizade, o entusiasmo e a alegria.
O futuro depende das nossas ações no presente.

Joguem também suas sementes. Pouco importa se verão as flores!
Autor Desconhecido

Foto piada

Desculpe. Sei que esse blog é extremamente sério, mas vi esse portão (???) quando acabava de ser inaugurado e percebi nele a possibilidade de uma revolução na construção de portões. Ou seria apenas uma obra de arte?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Há 15 anos...

Hoje, no exato momento em que sento para escrever alguma coisa mais ou menos útil, faz 15 anos que Ana Luísa nasceu. Ana Luísa é minha única filha e ganhou esse nome em homenagem à minha avó (mãe do meu pai).

Ana Luísa mesmo antes de nascer já era muita coisa.
Primeira grande obra de um casal de sonhadores, a primeira da segunda geração do meu pai e a primeira da terceira geração do pai dele.

Quando nasceu, na maternidade do Hospital de Cruzeiro do Sul, pesando 3,3 kg, após dois dias de angústia, trouxe consigo todos os sonhos do mundo. E sonhar, em 1994, não era tarefa fácil.

Hoje se faz mulher, mas nunca deixará de ser, pelo menos para Helena e eu, a criança que nos obrigou a crescer.

Foi por ela que superamos a insegurança e os temporais de quem navega em águas encrespadas e desconhecidas. Sem saber a profundidade dos sentimentos... ou a distância das ancoragens seguras...

Foi por ela que perdemos o sono, foi por ela que sonhamos...

Tem um pouco de nós dois, mas tem, acima de tudo, muito dela mesma.

Como pai, vejo em seu caráter valores que admiro e cultivo. O desapego ao dinheiro, a valorização da amizade, a fé e a paciência.

Por aqui, hoje, é um dia normal, pelo menos na aparência. Gostaria de ter ainda, pelo menos por hoje, a inspiração dos poetas para homenageá-la com versos de ternura e devoção.

Se não tenho versos é porque talvez não existam versos para traduzir a emoção de um pai que tem uma única filha e a percebe com 15 anos.

Duas fotos do mesmo bebê.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Piadinha para uma segunda-feira morna.

Cuidado com o vício do Orkut. Senão você fica igual ao moleque dessa historinha.

A mãe de um menino viciado em orkut mandou ele sair da frente do computador e ir à igreja. Chegando lá, o Pastor disse:
- Meu filho, aceita Jesus?
E o menino, em cima da bucha respondeu:
- É ELE ME ADD...

domingo, 24 de maio de 2009

Quem sabe faz a hora não espera acontecer...

Problemas complexos exigem soluções complexas e problemas simples exigem soluções simples. Várias vezes já tentaram me convencer disso e não conseguiram. Há exceções nas duas regras. Vejamos apenas o primeiro caso:
A violência é um caso complexo, porque se fosse simples já teria sido resolvido, se a pena de morte resolvesse não haveria crime nos EUA, se o problema fosse a enorme desigualdade social e a miséria, não haveria crime na Alemanha, na Suíça, na Inglaterra...

Pois bem, a violência no trânsito é um problema complexo e, portanto, exigiria soluções complexas, certo?

Errado. Porque, mesmo contrariando os “especialistas” que acreditam em multas e punições mais severas como as únicas saídas para a crescente onda de violência no trânsito do País, o Detran do Acre, através da 1ª Ciretran de Cruzeiro do Sul tem buscado uma saída simples e inteligente.

O policiamento de trânsito continua fiscalizando, orientando e se necessário, autuando. Mas isso daria à instituição de trânsito uma atuação limitada e curativa, de esperar acidentes para remediar e contabilizar prejuízos.

Em trânsito, prejuízo é morte. Em trânsito, a medicina deve ser preventiva. E foi isso o que ocorreu no Parque da Av. Mâncio Lima durante todo o dia de sábado – medicina preventiva.

Planejado pelo Valdeci, Gerente da 1ª Ciretran e pelas equipes gestoras de cinco escolas da rede estadual urbana (Barão do Rio Branco, Maria de Nazaré Lima, Hugo Carneiro, Escola São José e Pré-Escolar São Francisco), foi realizada a “Primeira Oficina de Educação de Trânsito” para crianças.

Alunos, professores, pais, irmãos e população em geral puderam discutir a violência e observar nos estandes/barracas através dos trabalhos expostos e apresentações, o grau de conhecimento e responsabilidade que nossas crianças já desenvolveram e certamente levarão para a suas vidas de pedestres, motoristas e cidadãos.

Educar desde já os motoristas do futuro, não é portanto, uma solução simples para um problema complexo?

Valdeci pouco entende de medicina, mas encontrou para o problema da violência no trânsito em Cruzeiro do Sul, um tratamento eficiente. Fez uma parceria com as crianças, os motoristas do futuro e certamente tem o adormecer tranqüilo de alguém que sabe e faz a hora, não espera acontecer.

sábado, 23 de maio de 2009

DEZ REGRAS PARA CRIAR FILHOS.... DELINQUENTES

Comecem cedo a dar ao vosso filho tudo o que ele quer. Assim ele convencer-se-á, quando crescer, de que o mundo tem obrigação de satisfazer todos os seus caprichos.

Se, enquanto pequeno, o vosso filho utilizar expressões grosseiras, achem-lhe graça. Isso fará com que ele se convença de que é espirituoso e levá-lo-á a refinar a sua linguagem ordinária.

Não lhe dêem educação religiosa nem lhe inculquem princípios morais. Esperem pela sua maioridade para que, feitos os 18 anos, seja ele a fazer pessoalmente a sua escolha.

Evitem recriminá-lo, para que ele não crie um complexo de culpa. Estes complexos, como toda a gente sabe, não deixam que as crianças desenvolvam a sua personalidade.

Façam sempre tudo aquilo que devia ser o vosso filho a fazer. Arrumem as suas coisas e apanhem o que ele deitar para o chão. Desta maneira se habituará a empurrar para os outros as suas responsabilidades.

Deixem que o vosso filho leia tudo o que lhe vá parar às mãos. Tenham o maior cuidado em esterilizar os talheres, os pratos e os copos, mas deixem que o seu espírito se alimente de imundices.

Discutam e zanguem-se em frente dele. Isso é muito útil para que ele se convença de que a família é uma instituição nociva e de que não deve qualquer respeito aos seus pais.

Dêem-lhe todo o dinheiro que ele quiser. Evitem que ele o ganhe com o seu trabalho ou através do seu comportamento. Tem tempo. Deixem-no ser feliz enquanto é jovem.

Satisfaçam todas as suas exigências ou caprichos, no que se refere à alimentação, vestuário e conforto, a fim de que o vosso filho não possa nunca sentir-se frustrado. As frustrações, como se sabe, não permitem que a personalidade se revele e torna as pessoas mais infelizes.

10ª Defendam sempre o vosso filho! Dos seus amigos, dos vizinhos, dos professores e até - principalmente - da polícia. É tudo gente desprezível que apenas pretende embirrar com ele...


(Adaptação de um panfleto da Polícia de Houston, Texas, distribuído há alguns anos a todos os habitantes da cidade)
Alguns pensamentos de Carlos Drummond de Andrade, um gênio da literatura brasileira, para um sábado de pouca inspiração.

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade".

"O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar".

"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer".

"A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca".

"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas".

"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar".

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Há 104 anos.

21 de maio de 1905 – O batelão “Manuel Urbano” da Comisao Brasileira de Reconhecimento do Rio Purus, comandada pelo escritor/engenheiro Euclides da Cunha é perfurado por um pau e naufraga pouco antes da foz do Rio Chandless.

Com o acidente, Euclides perde 2/3 das provisões que levava e sua empreitada assume feição heróica.

Sem comida para toda a tripulação de 45 homens, faz descer a Manaus parte dela e prossegue em canoas a remo, varejão, sirga e a pé.

Sobre as dificulades da subida ele escreve:

“Estávamos nas cabeceiras do Purus. Duvidávamos da subida. No Rio Cujar, que conduz ao varadouro, aguardavam-nos, à parte dos bancos de areias e paus, 74 cachoeiras. Se as transpuséssemos, chegaríamos ao Cavaljani. Prosseguimos.(...)”

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Recebi de um amigo de Itapira-SP, que assim feito eu é fã incondicional do Presidente Lula. Como tenho um primo em Manaus que não pode nem ouvir falar no Presidente, resolvi postar.
Cada um diz o que quer, mas...
Assim, caso você tenha um primo igual ao meu, vai aí alguns argumentos para fundamentar suas respostas. "Só pra fazer o mal!"

O INCONCEBÍVEL

*Quem não entende de sociologia, já levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores.

*Quem não entende de economia, pagou as contas do FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda dá algum aos ricos…

*Quem não entende de educação, pois a oposição e a mídia o classificam como analfabeto e burro, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos e ainda criou o PRÓ-UNI onde filho de pobre vai à universidade…

*Quem não entende de finanças, nem de contas públicas elevou o salário mínimo de 64 para mais de 200 dólares e não quebrou a previdência como dizia FHC…

*Quem não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo… mas o PIG (Partido da Imprensa Golpista) que entende de tudo acha que não…

*Quem não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, Lula não entende de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis…

*Quem não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8…

*Quem não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou as favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul e especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista, tem trânsito livre com Chaves, Fidel, Obama, Evo etc... bobo que é cedeu a tudo e a todos…

*Quem não entende de mulher e nem de preto, colocou o primeiro negro no Supremo Tribunal Federal e uma mulher no cargo de primeira-ministra e é capaz de fazê-la sua sucessora.

*Quem não entende de etiqueta, foi convidado a sentar-se ao lado da rainha Elizabeth II e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

*Quem não entende de desenvolvimento e nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir e hoje o PAC é um amortecedor da crise…

*Quem não entende de crise, mandou abaixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre…

*Quem não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é respeitado como uma das pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual…

* Quem não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha uma empatia e uma relação direta com Bush, notada até pela imprensa americana. E agora já tem a empatia do Obama.

* Quem não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador lá, nos States.

*Quem não entende de geografia, pois nunca viu um mapa, é ator da mudança geopolítica das Américas.

*Quem não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

*Quem não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas, faz história e será lembrado por um grande legado dentro e fora do Brasil.

*Quem não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo já é cotado pelos Palestinos para dialogar com Israel.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Por que será...

Depois de uma quarta-feira triste em que o Flamengo perdeu e Corinthians e Vasco venceram, só mesmo algumas reflexões sobre o futebol para descontrair.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pensão de ex-combatentes é justa a soldados da borracha

Entre 1943 e 1945 um sertanejo pobre, solteiro, tinha duas alternativas de futuro: Ir para a Itália e virar herói, ou seguir para a Amazônia para ser “Soldado da Borracha”.

Os que optaram pela primeira, engrossaram a FEB (Força Expedicionária Brasileira) que não passou de 25 mil homens e terminada a guerra foi aclamada nas ruas do Rio de Janeiro com honras militares. Esses heróis da pátria hoje são militares reformados e ganham salários acima de R$10.000,00.

A outra parte, cerca de 50 mil, foi vítima de um dos maiores engodos da história. Primeiro, que ao invés da disciplina militar, em qualquer tempo e lugar duríssima, se submeteram nos seringais à uma relação de trabalho nos moldes da escravidão nas senzalas.

Uma parte desses soldados, cerca de 30 mil, morreram em pouco tempo vítimas de doenças, devorado por onças ou em confronto com os índios.

Envelhecidos e esquecidos, boa parte dos sobreviventes, os verdadeiros heróis de guerra ainda podem ser encontrados em Cruzeiro do Sul. Embora um pouco tarde para alguns, ainda há tempo para uma reparação ou um desencargo de consciência por parte da Nação Brasileira.
É o que propõe a Deputada Federal Perpétua Almeida.

Pensão de ex-combatentes é justa a soldados da borracha

Deputada Perpétua Almeida pede que a Câmara avance na discussão e defende décimo terceiro salário aos seringueiros alistados na 2ª Guerra.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) levantou uma questão de ordem na Câmara, semana passada, ao cobrar do presidente Michel Temer a instalação imediata da comissão especial que emitirá parecer à Proposta de Emenda à Constituição que assegura o pagamento, aos soldados da borracha, de uma pensão especial no valor equivalente ao que recebe hoje um segundo tenente na reserva do Exército Brasileiro. A deputada é autora do Projeto de Lei que, na mesma discussão, obriga a União a pagar décimo terceiro salário aos seringueiros. "A gratificação natalina é direito de todos os cidadãos brasileiros, inclusive dos aposentados. Neste caso específico, trata-se de pessoas que são parte da história do nosso país", disse a deputada.
Já a PEC, de autoria da deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), garante aos soldados da borracha um benefício que sairia dos atuais dois salários mínimos para quase R$ 3 mil. A comissão foi criada em dezembro de 2007 e, segundo a deputada, nada justifica tanta demora para avançar nas discussões.

Direito

A lista com os nomes dos parlamentares já foi definida e há um consenso da bancada comunista no Congresso Nacional de que a questão de ordem da deputada acreana foi providencial. Os deputados Nilson Mourão, Fernando Melo, Ilderley Cordeiro e Flaviano Melo são membros titulares também. Muitos destes seringueiros já faleceram. "Após relevantes serviços prestados ao país e na defesa da Pátria e da Segurança Nacional, os seringueiros recrutados para trabalhar na Amazônia àquela época estão vivendo de forma quase miserável. Eles merecem ser reconhecidos por esse ato de heroísmo", disse Perpétua Almeida. Ela explica que a PEC altera o artigo 54 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Benefícios

A proposta altera o artigo 54 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e prevê os seguintes benefícios aos soldados da borracha: em caso de morte, a pensão será paga à viúva, companheira ou dependente, de forma proporcional, de valor igual ao pago ao titular; assistência médica, hospitalar e educacional gratuita, extensiva aos dependentes; aposentadoria com proventos integrais aos vinte e cinco anos de serviço efetivo, em qualquer regime jurídico; prioridade na aquisição da casa própria, para os que não a possuam ou para suas viúvas ou companheiras.

Perfil

Soldados da Borracha foi o nome dados aos brasileiros que entre 1943 e 1945 foram alistados, transportados para a Amazônia pelo Semta (Departamento de Imigração do Governo Getúlio Vargas) , com o objetivo de extrair borracha para os Estados Unidos. Eles foram os peões do Segundo Ciclo da Borracha e da expansão demográfica da Amazônia. O contigente de Soldados da Borracha é calculado em mais de 50 mil, sendo na grande maioria nordestinos, e por vez cearenses.

"Eles são parte da história deste país", lembra a deputada ao defender direitos aos soldados da borracha.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mulher tem sempre razão...

O marido e a mulher não se falavam há uns três dias.

Entretanto, o homem se lembrou que no dia seguinte teria uma reunião muito cedo no escritório.
Como precisava levantar cedo, resolveu pedir à mulher para acordá-lo.
Mas para não dar o braço a torcer, escreveu num papel:

"Me acorde às 6 horas da manhã". No outro dia, ele levantou e quando olhou no relógio eram 9h30.

O homem teve um ataque e pensou:

- Que m...........! Mas que absurdo! Que falta de consideração, ela não me acordou...

Nisto, olhou para a mesa de cabeceira e reparou um papel no qual estava escrito:

- ...São seis horas, levanta!!!

Moral da História:
O casamento é a relação entre duas pessoas, onde uma pessoa está sempre certa e a outra, é o marido!

domingo, 17 de maio de 2009

Foto História

A foto abaixo foi retirada da Biblioteca do Ibge e postada para mandar o seguinte aviso aos responsáveis pela reconstrução do antigo mercado de Cruzeiro do Sul: "Estamos acompanhando a obra. Não mudem a fachada porque estamos de olho e temos fotos para comprovar!"

sábado, 16 de maio de 2009

Não estou inventando. Juro que encontrei na AGÊNCIA REUTERS (02.04.2009):

Orkut e YouTube no trabalho pode elevar produtividade, diz estudo

Australianos dizem que diversão on-line aumenta em 9% a produtividade. Segundo estudo, pessoas precisam relaxar para voltar à concentração.

Flagrado escrevendo mensagens no Orkut, no Twitter ou mesmo vendo vídeos no YouTube durante o trabalho? Isso o tornará um funcionário melhor, segundo um estudo australiano que mostrou que navegar na internet por diversão durante o trabalho aumenta a produtividade.
O estudo feito pela Universidade de Melbourne mostrou que pessoas que utilizam a internet para fins pessoais no escritório são quase 9% mais produtivas do que aquelas não o fazem.
O autor do estudo, Brent Coker, do departamento de administração e marketing, afirmou que "navegar na internet por lazer no trabalho", ou Wilb (na sigla em inglês), ajuda a aprimorar a concentração dos empregados. "As pessoas precisam relaxar um pouco para voltarem a se concentrar", disse Coker no site da instituição. "Pausas curtas e moderadas, como uma rápida navegação, permitem que a mente descanse, levando a uma concentração total maior para o dia de trabalho e, como resultado, aumenta a produtividade", acrescentou ele.
Segundo o estudo feito com 300 funcionários, 70% das pessoas que usam a web no trabalho se encaixam na categoria Wilb. Entre as atividades mais populares de lazer estão a busca por informação sobre produtos, leitura de notícias e sites, jogos on-line e vídeos no YouTube. "As companhias gastam milhões em softwares para impedir que seus empregados assistam a vídeos, acessem sites de rede social ou façam compras on-line com o pretexto de que isso custa milhões em perda de produtividade", explicou Coker. "Nem sempre este é o caso".
Entretanto, Coker afirmou que o estudo procurou pessoas que navegam com moderação, ou ficam na internet menos de 20 minutos do tempo total que passam no escritório. "Aqueles que se comportam com tendências compulsivas na internet terão produtividade menor do que os outros", disse ele.
Então, aprecie com moderação.

Variedades:

Reescrevendo algumas frases...

"Quem ri por último, ou é retardado ou não entendeu a piada."

"Todo homem é um diabo. Não há mulher que negue. Mas todas as mulheres procuram um diabo que as carregue!"

"Se as coisas começarem a dar errado, eu terei que pedir pra você parar de me ajudar."

"Sabe como fazer um idiota esperar 24 horas??? Amanhã eu te conto."

"Cautela e caldo de galinha não faz mal à ninguém... exceto à galinha!"

"Tudo na vida é passageiro, menos o cobrador e o motorista."

"Quem é vivo, sempre aparece... nas horas mais impróprias!"

"Quem não tem cão... não gasta dinheiro com veterinário, com shampoo, com coleira..."

sexta-feira, 15 de maio de 2009

História é Cinema

Ontem à noite, enquanto minha filha assistia à novela da Record, estive reassistindo o filme “A Guerra do Fogo”. Graças ao Professor Jonas Nicácio, o Coordenador pedagógico da Escola Padre Marcelino Champagnat que o adquiriu e me emprestou.
O Jonas, assim como a maioria dos professores, sabe que a História não pode prescindir do cinema.

A História é uma disciplina empolgante. Acredito que meus alunos já descobriram isso, principalmente porque nas nossas aulas eles podem visualizar a História e não simplesmente, procurar nos livros.

A maior parte deles não sabe quem foi Duque de Caxias, e a depender de mim continuarão sem saber. Mas pergunte a eles diferença básica entre capitalismo e socialismo, entre liberdade e escravidão, o que é democracia, o que é terrorismo, violência... Pergunte sobre cinema, tv, noticiário.

Mas, voltando ao filme. É uma produção Franco-Canadense de 1981 sob o título La Guerre du Fe. É uma obra que levanta hipóteses sobre a origem de muitas coisas. A linguagem, o amor, a gozação, a didática, a liderança, a observação como aprendizagem e a troca de conhecimento, ou se preferir, a apropriação do conhecimento de outros povos mais evoluídos.

O filme inicia e termina com grunhidos, não há uma só legenda e nem precisa (as traduções e legendas presentes nos outros filmes se fariam irrelevantes ali). As adversidades enfrentadas pelos três homo sapiens que partem em busca de uma nova fonte de fogo perdida por sua tribo emocionam e nos fazem prender a respiração. A busca pelo fogo, um elemento divino e tenebroso para aqueles nossos ancestrais há 80.000 a.C. é o tema principal do filme, pelo menos à primeira vista.

Outro aspecto a ser observado na Guerra do Fogo é a origem da linguagem humana, ou a origem da comunicação. Provavelmente surgiu da necessidade do homem primitivo de interferir no seu meio e a desenvolver tecnologia, fazendo por exemplo, armas para defesa e ataque, e o próprio fogo. A busca pela preservação desse conhecimento, dessa tecnologia, levou-o a sofisticar a sua capacidade de comunicação que a princípio, era formada apenas grunhidos e gestos.

A Guerra do Fogo é em minha opinião, o melhor filme sobre a pré-história já produzido. Só para citar dois: A Lenda da Caverna do Urso e 10.000 a.C., bem mais caros e melhor acabados e nem por isso com a mesma profundidade e conteúdo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Parabéns pra você

Ano passado, exatamente nesta data, às 12:09 da tarde, este blog nascia. Nasceu meio incubado, como filho de homem casado (e era).
Nasceu numa lan-house sob os cuidados do meu amigo Andrade Filho.
Seus primeiros visitantes não acreditaram que pudesse vencer uma semana, de tão mirrado que era.
Quarenta e oito semanas já se foram, e vai aos poucos, capengando, aprendendo a andar...
Foram apenas 244 postagens e não mais que 4000 visitas. É pouco, mas o nosso objetivo nunca foi bater recordes.
É uma brincadeira e como tal não deve servir para atacar ou denegrir pessoas.
Enquanto sentir gosto e prazer, e enquanto houver sol...
O que foi postado naquele primeiro dia:

Quarta-feira, 14 de Maio de 2008

Inauguro este blog com uma prece:

Santa tecnologia, que enfeitiça os homens do meu tempo.
Que transforma a língua arrebatando sons,
Que castra vogais como escroto bovino arrancado à muque por qualquer peão.
Não pretendo ser veterinário.
Não pretendo ser peão.
Fazei de mim, pobre condenado, refém das irrelevâncias do meu tempo, preso aos costumes, aos tiques, aos valores e à cultura da nossa terra, uma boa companhia.
Que eu não me traia pela preguiça, nem pela ousadia.
E no dia que decidir pegar o pique pra pasárgada, sairei de madrugada, sozinho, sem falar a ninguém. E “vc” nem saberá que parti.
Amém.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Piadinha mais ou menos

Essa eu recebi por e-mail.

GINECOLOGISTA

Fim de tarde, um ginecologista aguarda sua última paciente que não chega.

Depois de 45 minutos, ele supõe que ela não virá mais e resolve tomar um gin tônica para relaxar, antes de voltar para casa.

Ele se instala confortavelmente numa poltrona e começa a ler o jornal quando toca a campainha.

É a tal paciente, que chega toda sem graça e pede mil desculpas pelo atraso.

- Não tem importância, imagine ! (responde o médico.)- Olhe, eu estava tomando um gin tônica enquanto a esperava. Quer um também para relaxar ?

- Aceito com prazer - responde a paciente aliviada.

Ele lhe serve um copo, senta-se na sua frente e começam a bater papo.

De repente ouve-se um barulho de chave na porta do consultório.

O médico tem um sobressalto, levanta-se bruscamente e diz:

- É minha mulher! Rápido, tire a roupa, deite na cama e abra aspernas, senão ela pode pensar bobagem!

Pois é...Tudo na vida é relativo...

domingo, 10 de maio de 2009

Hoje é o Dia das Mães

É o Dia das Mães. Estou cercado delas, até das que ainda não são. Dê-lhe tempo, e elas se farão mães também. Toda mulher é uma mãe em potencial, um projeto de mãe.
A data, presente no calendário do mundo ocidental há pouco mais de 100 anos, apresenta duas verdades incontestáveis:
Uma delas é que trata-se de uma justa homenagem aos únicos seres a quem Deus delegou autoridade para fazer homens e mulheres - AS MÃES;
A outra verdade, infelizmente, é que o Dia Das Mães é a segunda data em que os capitalistas mais ganham e mais exploram os incautos, só perdendo para o Natal. Triste capitalização do amor e dos sentimentos. Não tem jeito, ou entramos no jogo deles, ou seremos acusados de alienação.
Você sabia como surgiu o Dia das Mães?
Como surgiu o dia das mães
A história da criação do Dia das Mães começa nos Estados Unidos, em maio de 1905, em uma pequena cidade do Estado da Virgínia Ocidental. Foi lá que a filha de pastores Anna Jarvis e algumas amigas começaram um movimento para instituir um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães.

A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. Para Anna, a data tinha um significado mais especial: homenagear a própria mãe, Ann Marie Reeves Jarvis, falecida naquele mesmo ano. Ann Marie tinha almejado um feriado especial para honrar as mães.

Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração. Em 1914, a celebração foi unificada nos Estados Unidos, sendo comemorado sempre no segundo domingo de maio. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data.

O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou o feriado.
Mas Anna não foi a primeira a sugerir a criação do Dia das Mães. Antes dela, em 1872, a escritora Julia Ward Howe chegou a organizar em Boston um encontro de mães dedicado à paz.
Pouco inspirado que ando, folheei Drummond e seu lindo poema “Canção Amiga”. Parabéns mães! A minha e a sua.


Canção Amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

sábado, 9 de maio de 2009

Imagem

Pesquisando na rede sobre fotografia encontrei Dicas de fotos: Nada contra o sol(Fonte: planetaeventos.com). Olha só:

Sempre dê uma volta em torno do que você quer fotografar, antes de apertar o botão. Repare de onde vem a luz do sol e se coloque a favor dela, jamais contra. A luz deve estar sempre atrás de você, ou ao seu lado, iluminando o que você quer fotografar.

É uma boa dica mas como exceçao à regra, posto uma foto da nossa Catedral no entardecer.


Hoje:

0121 - Nascimento de Marcus Aurelius Antonius Augustus (imperador romano)
1555 - Iní cio do pontificado do Papa Marcelo II
1598 - Nascimento de Johannes Crüger (compositor alemão)
1842 - Charles Baudelaire completa 21 anos e herda 100.000 francos deixados por seu pai
2000 - Beatificação de Ana Rosa Gattorno (1831 - 1900)
2000 - Beatificação de Mariano de Jesús Euse Hoyos (1845 - 1926)
Fonte: ponteiro.com.br

quarta-feira, 6 de maio de 2009

São José de Arribamar

Ainda não fui embora pra pasárgada.
Nos últimos três dias estive assobiando e chupando cana. Além do que, no último domingo, aquele gente fina de mariachiquinha no cabelo me deu um tremendo porre de felicidade.
Então, para não decepcionar um bom amigo, que diz ter certeza que quando desapareço por uns dias é para reaparecer com alguma novidade, publico (sem o devido cuidado com a correção), um pequeno texto que deverá figurar num próximo livro.
Meio invencionice, meio cômico e meio crítico.
São José de Arribamar
Meu avô é um homem honesto, principalmente para as coisas que exigem honestidade e apesar de ter estudado apenas uma semana com a Professora Djanira Arraes em 1928, mal aprendeu a fazer o próprio nome. Mas, insisto, é um homem honesto. Nunca falamos sobre isso, até porque honestamente, nunca tive tal ousadia de duvidar, talvez com receio de ouvir uma confissão, quem sabe da mais remota infância, sobre uma pequena rapinagem ou negócio de cigano.

De tanto ouvir os conhecidos enfatizarem essa sua virtude, passei a avaliar melhor suas palavras e suas histórias.

Uma delas aconteceu numa época de grande aperreio financeiro, de trincamento, quebra de patrões e miséria de seringueiros.

Era o primeiro repiquete daquele ano e a pauzada que descia não vinha fácil. Era de tudo: canarana, bananeira, canabraba, urana, tábua de lavar roupa, samaúma e até animais empanzinados.

Uma chuvinha apenas e a surpresa. Rapidamente o aguaceiro começou a encobrir as praias e a surpreender os agricultores de praias e barrancos. Os fortes trovões do início da semana voltavam agora em forma de inundação. Rápida, espumante e barrenta.

Ia subindo o rio pela costa da praia acima da boca do Maloca, com o filho mais velho, Raimundo Nonato, numa canoa pesada feito o diabo, mal feita, sem alvôro, sem aparelhamento e com duas tábuas servindo de banco, uma na proa e outra na popa carregada de mandioca da praia. A corredeira mais horrível do mundo empurrava a canoa para baixo. Era uma luta.

Num balseiro, misturada com pastas, canaranas e espuma, bem perto da canoa, viu um principe de borracha. Com a pá do remo puxou-a para perto e a embarcou. Pesava uns dez quilos, era bem feitinha, lisa, sem nenhum caroço o que dava a idéia de ter sido defumada com o melhor leite das melhores seringueiras, das melhores estradas, coado em pano fino. Num dos lados estava escrito um letreiro que pelo pouco saber não conseguiu destrinchar. Encostou a canoa antes que a corredeira a levasse rio abaixo.

Raimundo, que já estudava a segunda série da Escola Rural teve a responsabilidade de decifrar o letreiro. Apesar de avançado na literatura não foi tarefa das mais fáceis. Mesmo assim, com enorme dificuldade, conseguiu pronunciar: S-ã-o J-o-s-é d-e A-r-r-i-b-a-m-a-r.

Meu avô calculou alguns pensamentos, mas rapidamente decidiu:
- Joga n’água!
- Mais papai...
- É promessa rapaz, joga, joga!
Tristemente obedeceu, devolvendo ao rio aquele principi que bem vendido daria para comprar muita coisa.
O principi, sem demonstrações de sentimentos, após um pequeno mergulho, flutuou, agora muito mais camuflado e acomodado entre os basculhos flutuantes. Foi se distanciando rapidamente.
Passado algum tempo, os dois se perceberam contemplando o rio que baixava, levando em seu leito uma borracha-promessa.

Soltou a canoa e o exercício forçado reiniciou.
Era sábado e o aperreio da farinhada entrou noite adentro, carregando mandioca para a casa de farinha para que no domingo pela manhã as mulheres e os meninos iniciassem a raspagem e os homens fossem tirar lenha para torrar a massa na segunda feira.

Foi uma grande farinhada. Não apenas pela quantidade de paneiros que rendeu, mas, principalmente, pelo assunto que envolveu o ambiente.

E foi mesmo a questão do principi. Assuntos comuns, de bom juízo cochichados, como os chifres de um, o cabaço perdido no escuro, o bucho inesperado, um parto, ou uma caçada, até entravam na roda, mas logo se esgotavam, pela gravidade e pela irrelevância diante de uma polêmica.

A questão era grave, controversa, de difícil entendimento, pois uma parte dos participantes discordava do Jararaca por ter jogado a sorte no rebojo e a outra parte, a menor é bem verdade, não lhe tirava a razão. Nunca um lugar tão pequeno esteve tão bem servido de profissionais do direito. Ali, distante da sede da comarca, mesmo sem entender patavina de direito constitucional, qualquer fuleiro se achava no direito de exercer a advocacia e a magistratura. O julgamento que deveria ter a exata duração da farinhada extrapolou seus limites e avançou pelas ladeiras e baixadas da vila chegando até as cacimbas do Igarapé da Represa.

Há muitos anos, o diabo tinha montado um pequeno negócio na vila, algo como um jornal, e como tivesse que resolver outros assuntos, em outros infernos, deixou algumas pessoas de sua confiança ir tocando a empresa e foi embora. Esses responsáveis eram as fuxiqueiras e os fuxiqueiros que pelo ofício, além de inventar coisas, ainda aumentavam na medida que achassem convenientes. Transformaram o pequeno jornal num enorme empreendimento, que apesar de não ter uma única linha escrita, com exceção das cartas falsas, esquecidas de propósito em locais de maior movimento, envolvia toda a comunidade, numa velocidade inacreditável.

Na segunda-feira, a enorme borracha, quer dizer, o pequeno principi encontrado por Jararaca flutuando entre os basculhos do repiquete, um pouco acima da Boca do Maloca, já pesava pra mais de duzentos quilos, e estampava no lombo, frases e mais frases, orações, ladainhas e dedicatórias sobre o destino daquela promessa.

Teria a borracha-promessa, no dizer dos patifes, frases do tipo: “Quem quiser pode ficar” ou “São José quer te ajudar”. E outras variações, a critério do autor, mas mantendo sempre no final a terminação em “ar”.

Na solidão de borracha-promessa, na tocada do banzeiro, o principe buscava o mar. E como as questões de borracha terminavam na delegacia, alguém sugeriu a instauração de um inquérito para apurar as responsabilidades.

Na opinião dos radicais, a justiça deveria investigar rio acima, para saber qual seringueiro, pertencente a qual seringal, teria cometido aquele crime de desviar borracha das estradas. Para aqueles, seringueiro que jogava uma borracha no rio estaria cometendo crime igual a vendê-la a regatão, ou na melhor das hipóteses, seria um caso preocupante de demência.

Estranhamente, o delegado conhecido de todos pela dureza contra o crime, não acatou a denúncia. Alegava falta de competência para arbitrar sobre tal assunto, que a seu ver, por envolver promessa a santo, era coisa da igreja.

E como era de sua competência, o padre ficou sabendo.
E como tinha autoridade suficiente, mandou chamar o principal envolvido no caso para cobrar-lhe explicações:

Chico Jararaca não era de se fazer esperar e na mesma hora foi saber o que era. O padre era alemão:

- Oh, Chico, cadê a nossa borracha?
- Que borracha, padre?
- A borracha que você achou descendo no rio, vindo para a igreja, aquela borracha era nossa.

- Ah, sim! Achei mesmo, padre, mas o letreiro do nome do santo que tinha nela, o meu menino leu e tava dizendo de quem era. Era São José de Arribamar, padre, e eu não lembro de ter visto nenhum santo aqui na igreja com esse nome, aí eu achei que no rumo de baixo tivesse algum. E além do mais, eu me topei com ela abaixo daqui.

- Oh, Chico, você não entende, aqui na igreja é a morada de todos os santos.

- Ah, bom! Padre eu venho na igreja todo domingo, e só tenho visto quatro: Jesus – atrás do altar, Sagrado Coração de Jesus – de um lado, Nossa Senhora – do outro, e São Francisco de Assis ali atrás. Só se é lá por dentro da sacristia que tem o resto!

- Oh, Chico, você não entende mesmo de santos!
Com uma frase, e por falta de entendimento em santos, o assunto da borracha de São José de Arribamar foi encerrado.

domingo, 3 de maio de 2009

A VITÓRIA DO NÁUAS

Não sou torcedor do Náuas. Fora o detalhe de ser cruzeirense, nada mais temos em comum.
Acompanhei a vitória do Náuas diante da “poderosa” equipe do Rio Branco, e diferente do que os cronistas esportivos falam, não considero o Rio Branco tão poderoso assim. Assim como o Náuas também não o é.
O time mais poderoso do Acre toma de quatro do Santos que perde para o CSA em casa.

Jogo é jogo, e foi por isso que o Náuas venceu.
Vi uma manchete ridícula de um jornal que dizia: “Náuas vence o Rio Branco e mostra a força do interior”. Que força? Não sou jornalista, nem tenho formação nem caráter para isso, mas teria escrito assim: Náuas vence Rio Branco e mostra a fragilidade do nosso futebol. A força e a fragilidade.

O campeonato acreano de futebol poderia ter terminado ali, na quinta-feira. E mesmo que o Náuas vença o Juventus e conquiste o campeonato deste ano, não será nenhum assombro. Não haverá surpresa maior que aquela. Tanto faz como tanto fez.

Venceu porque os dirigentes da Federação Acreana cometeram um erro. Cometeram o erro de permitir que um time do Juruá (como eles falam) disputasse com eles em igualdade (quase) de condições aquele teatro.

Um time como o nosso que sequer dispõe de um estádio para mandar seus jogos, que fica uma semana inteira num hotel porque não tem dinheiro para pagar as passagens de volta pra casa, que paga salários de R$450,00 e à parte o esforço e a bravura dos jogadores do Náuas, apenas expôs as “perebas” do nosso futebol.

Tem a mesma função de um reagente que um paciente toma antes de um exame para detectar a presença de uma doença. O Náuas expôs o amadorismo do futebol acreano.

Ainda que hoje, na final do returno o Náuas vença o Juventus (o que também não considero impossível), não será motivo para assombros nem para uma nova revolução autonomista.

Contudo, vencendo o Rio Branco, o pequenino Náuas venceu muito mais. Venceu o preconceito daqueles que tiraram os jogos do Náuas do Totao e o obrigaram a jogar suas partidas fora de casa. Com essa medida, os dirigentes da Federação ou do próprio Náuas, mostraram uma desinteligência espantosa. Em alguns jogos disputados no Arena da Floresta, o público não alcançou 300 pagantes enquanto que nos jogos do Totao o público nunca foi inferior a 2.000.

A vitória do Náuas, ainda que histórica, ainda que zebra (conforme os cronistas da capital se referiam antes do jogo à uma remota vitória do time do interior), é preocupante.

Renascido há menos de dois anos, já é, na segunda temporada que disputa no campeonato profissional, pelo menos o terceiro colocado.

No meu entender, o Náuas não é ainda um time profissional (será que os nossos jogadores podem sustentar suas famílias com um salário desses?). Fora o Rio Branco, os outros times padecem do mesmo mal.

O que existe no Acre é um esforço titânico para fazer o campeonato parecer profissional. Se não fosse pela ajuda do Governo o Campeonato Acreano não existiria.
Mas, o que importa? Importa é que nos deu a alegria de uma pequena forra.

Piadinhas mais ou menos engraçadas

Recebi por e-mail e repasso.

Guerra dos Sexos

MULHERES - Não ficamos carecas...
RESPOSTA DOS HOMENS - Se cabelo fosse bom não nascia embaixo do braço.
MULHERES - Temos um dia internacional...
RESPOSTA DOS HOMENS - Os outros 364 são nossos!
MULHERES - Temos prioridade em botes salva-vidas...
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós sabemos nadar!
MULHERES - Uma greve de sexo consegue qualquer coisa...
RESPOSTA DOS HOMENS - Inclusive um chifre!
MULHERES - A programacão DA TV é 90% voltada pra nós..
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós temos DVD!
MULHERES - A idade não atrapalha nosso desempenho sexual...
RESPOSTA DOS HOMENS - Mas atrapalha pra arrumar parceiro sexual!
MULHERES - Se somos traídas, somos vítimas; se traímos, eles são cornos...
RESPOSTA DOS HOMENS - Se somos traídos elas são putas, se traímos somos garanhões!
MULHERES - 98% DA indústria de cosméticos e 89% da indústria da moda são voltadas pra nós...
RESPOSTA DOS HOMENS - 98% da indústria de cerveja e 89% da indústria automobilística são voltadas para nós!
MULHERES - 99% dos homens não cuida da aparência pessoal...
RESPOSTA DOS HOMENS - 99% da beleza feminina sai com água e sabão!
MULHERES - Não nos desesperamos em frente a um campo de grama com 1 bola e 22 mulheres...
RESPOSTA DOS HOMENS - Nós não nos desesperamos frente ao pedal da embreagem!
MULHERES - Fazemos tudo o que um homem faz, e de salto alto!...
RESPOSTA DOS HOMENS - Quero ver mijar em pé!
MULHERES - Podemos dormir com nossas amigas sem sermos chamadas de lésbicas...
RESPOSTA DOS HOMENS - Podemos dormir com suas amigas que elas não contam pra vocês

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Eu me lembro...

Domingo, 1º de maio de 1994, dia de corida de Fórmula 1. Tinha perdido a hora da largada e liguei a tv exatamente no momento em que a Willians de Airton Senna encontrou o muro da Tamburello.
Há quinze anos. A saudade é a mesma, mas os capacetes evoluíram um pouco. Só para relembrar...

Dia Internacional do Trabalhador

Desde 1890 e por todo o século, afirma-se no calendário como o Dia Internacional da Solidariedade dos Trabalhadores, com a notável exceçao dos EUA, pátria dos mártires de Chicago.
Ao longo do séc. XX o 1º de Maio foi a data escolhida para diversas manifestações de trabalhadores.
Durante a Ditadura Militar (64-85), a data foi mantida mas sofreu uma sutil e ideológica mudança de nome. Virou Dia do Trabalho. "Trabalhador" sugere luta por direitos, "trabalho" sugere obediência, compromisso, respeito.

Hoje também:

É Dia da Literatura Brasileira
Para registrar a data, dois poemas, um de Mário de Andrade e outro da própria lavra.

Ode ao Burguês (Mário de Andrade)

Eu insulto o burgês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...


Peloponeso (Antonio Franciney)

Sob as vestes brancas dos ensoberbados
Vai o orgulho das estrelas todas
Cintilantes.
Sob os pés destes miseráveis
Vai a escória de soldados.
Tenores, barítonos, crianças sem pai
Em triste harmonia ensaiam um canto
Que enoja, que fede
E pela vida vai.
No círculo fechado do Peloponeso
O idealismo dos atenienses
Combatendo o ardil dos espartanos
(página infame que acabei de ler)
É o combate à História
É o combate à idéia
Dos que marcham pra morte.
(Quatro Colinas, pág.32)