Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A melhor lição do Papa.

Quem sou eu para julgá-las? Essa pergunta ficou na minha cabeça desde que ouvi do Papa Francisco a seguinte frase a respeito do tema “gay”. Disse ele:

“Se uma pessoa é gay e procura Jesus, e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo diz que não se deve marginalizar essas pessoas, devem ser integradas à sociedade. Devemos ser irmãos.”

Diante do tema, acho oportuno partilhar aqui um artigo publicado num dos maiores jornais do Brasil.

GAYS NA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE – Clóvis Rossi

(Publicado na Folha de São Paulo de 28/07/2013)

Apresento seis jovens invisíveis entre os milhares que vieram participar da Jornada Mundial da Juventude. Chamam-se Delfin Bautista, Amelia Blanton, Lauren Carpenter, Ellen Euclide, Megan Graves e Sara Kelley.

Fazem parte do coletivo batizado "Igualmente Abençoados" e estão no Rio para "despertar a consciência a respeito dos temas de gênero e sexualidade na vida dos católicos e, ao mesmo tempo, desafiar os ensinamentos danosos e as práticas pastorais que desumanizam, em vez de celebrar a bênção que são lésbicas, gays, bissexuais e transexuais para a igreja e para o mundo".

A dificuldade que a igreja tem para lidar com a temática LGBT fica outra vez evidente no fato de que a pequena tropa do "Igualmente Abençoados" ficou invisível na JMJ, apesar de o carnaval midiático ter apresentado nos últimos dias uma coleção de personagens.

Descobri o grupo apenas graças ao National Catholic Reporter, publicação especializada em Igreja Católica, dirigida por John Allen Jr., vaticanista que esta Folha eventualmente usa para análises sobre sua especialização.

O coletivo escolheu um nome perfeito. Não parece razoável que mesmo o mais refratário a LGBTs negue que eles são "igualmente abençoados" por Deus. Indiretamente, até Francisco o admitiu ao usar trecho do Evangelho de João, na sua alocução na Comunidade da Varginha, para dizer que Jesus Cristo veio "para que todos tenham vida, e vida em abundância".

Todos são todos, independentemente da orientação sexual. E o que os "Igualmente Abençoados" pedem é precisamente viver a sua vida, da forma que escolheram, dentro da Igreja Católica, e não como marginais maltratados e dela expulsos.

Sei que os conformistas dirão que o papa não vai mudar posições rígidas tradicionalmente adotadas pelo Vaticano. Acredito até que não vá mesmo.
Mas deveria ser coerente com a sua própria palavra, sempre na Varginha: "A realidade pode mudar, o homem pode mudar", afirmou.

Além disso, o pontífice foi "absolutamente direto e intrinsecamente provocador", para um dos grandes do jornalismo argentino, Gustavo Sierra ("Clarín"), em sua mensagem aos jovens argentinos com os quais se reuniu na quinta-feira.

É uma interpretação de fato cabível para o trecho em que o papa diz: "Quero que saiam à rua a armar confusão (lío, em castelhano), quero confusão nas dioceses, quero que a igreja saia à rua, que a igreja abandone a mundanidade, a comodidade e o clericalismo, que deixemos de estar encerrados em nós mesmos."

Uma igreja que vá à rua fatalmente encontrará os "igualmente abençoados", encontrará mulheres que querem um papel menos marginal nas atividades da igreja, para não falar dos pobres aos quais Jorge Mario Bergoglio se refere sempre, desde os tempos de Buenos Aires.

Visitá-los nas "villas miseria", as favelas portenhas, não mudou um ápice a situação de indigência desse outro tipo de invisíveis.

É preciso, pois, "armar confusão", uma baita confusão para que "todos tenham vida, e vida em abundância".

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Será? É bom não duvidar.

Veja o interessante artigo postado no site Direto da Redação sobre os estertores das famosas revistas semanais.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A aposentadoria do sacristão (Após 60 anos de atividade o Sr. Alberto Brito se aposenta)

Ontem, na missa das 7 da manhã e após 60 anos de serviço religioso (começou em Porto Walter), o conterrâneo  Alberto Brito anunciou a aposentadoria.
Foto: Sérgio Vale/Secom

Vai aposentar da obrigação de abrir e fechar a catedral, mas duvido que consiga participar de missas sentado ali por baixo como toda gente comum  faz. Duvido. Duvido que durante as missas ele resista à boa tentação de tocar os sinos durante a consagração.

Para registrar a bela contribuição e o seu exemplo de serviço religioso, posto um texto escrito por Juracy Xangai e publicado 

Os sinos da Glória

Há 53 (60) anos, Alberto Rodrigues toca os sinos da catedral de Cruzeiro do Sul
 Além de tocar o sino, Alberto é também ministro da eucaristia da Igreja

Cruzeiro do Sul acorda às cinco horas da manhã com as potentes badaladas dos sinos da Catedral de Nossa Senhora da Glória.

Assim começa mais um dia na vida de todos os cruzeirenses e de um em especial: Alberto Rodrigues de Brito,72 (81) anos, pai de oito filhos e que há 53 (60) anos é o responsável por tocar os sinos anunciando missas, novenas, mortes e até a escolha de um novo papa.

Nascido na comunidade de (Campo de) Santana, no seringal Cruzeiro do Vale, morou ainda alguns anos em Porto Walter, ali, antes de partir para Cruzeiro do Sul onde chegou em sete de abril de 1952, aprendeu com um certo “Luiz” que trabalhava na igreja local, a arte de tocar sinos.

Assim o jovem ex-seringueiro chegou a Cruzeiro de emprego certo para tocar os sinos da antiga matriz localizada no Alto da Glória, onde mora até hoje. Dali parte todas as madrugadas, pontualmente às 20 para as cinco, a fim de tocar o sino da catedral.

Com simplicidade ele esclarece: “Tocar sino não tem segredo, só é preciso saber qual é o tipo de batida certa para cada ocasião”, esclarece. A chamada aos fiéis para missas é repetida três vezes com intervalo de cinco minutos entre cada uma. “Cada chamada conta três badaladas no sino, a última acontece cinco minutos antes do início da missa ou novena”.

Ele lembra que na antiga matriz do Alto da Glória havia um carrilhão de três sinos, mas na Catedral há apenas dois: um de som grave e outro agudo. Domingo é o dia em que mais se ouvem os sinos, pois há missa às seis, às 8h15min e às 19h30min. De terça a sexta-feira elas acontecem às seis da manhã.

Quando morre alguém o toque dos sinos se faz com badaladas lentas e bem compassadas. As batidas são no sino menor quando é corpo de mulher e no sino maior se for homem. Anjinhos, ou seja, o enterro de crianças mortas é anunciado com repique no sino menor. “O sino é tocado até que o corpo esteja dentro da nave da igreja para ser encomendado”.

Ele também marca ocasiões tão especiais quanto a morte e a escolha de um novo Papa e, para isso também há um toque especial. “Seja na morte ou no momento em que se anuncia o nome daquele que foi escolhido para ser o novo papa nós tocamos os sinos em repique”.

Mas vida de tocador de sino tem lá suas aventuras como esclarece seu Alberto. “Muitas vezes a corda do badalo escapa do sino então não tem jeito, tenho de subir por essa escada estreitinha até lá em cima para que esteja funcionando quando for hora de tocar de novo”. A aventura está em subir os mais de 40 metros da catedral a qualquer hora do dia ou da noite porque o sino não pode deixar de tocar.

Outro acidente, ou quase isso, é o fato de que vez por outra algum adolescente não resiste a tentação de tocar os sinos, já que por não haver torre naquela catedral, a corda fica junto aos bancos em que se sentam os fiéis. Roubam nessas ocasiões a cena que por direito pertence a Alberto e, isso ninguém discute.

Mas como não podia deixar de ser, a vida também prega peças nos tocadores de sino conforme relata seu Alberto sempre bem humorado: “Acordei numa madrugada desci para a igreja e toquei o sino às quatro horas da manhã pensando que já eram cinco, acordei a cidade uma hora antes. Fiquei mais tranqüilo quando soube que o padre Égon que tocava o sino da matriz, antes de mim, também fez a mesma coisa. Acontece”.

Faz-tudo - Além de tocar os sinos da Catedral, Alberto é também ministro da eucaristia, leva comunhão à casa ou onde estiverem os enfermos, quando o padre não está faz ele a encomenda os corpos dos mortos na igreja ou na casa das pessoas. Também na falta de padres para rezar missa faz um culto dominical para atender os fiéis.


Ele faz questão de explicar que quando jovem, já em cruzeiro do Sul trabalhou como carpinteiro, mas passou a dedicar-se totalmente aos trabalhos da igreja, assim criou os oito filhos ao lado da esposa Maria Randélia Braga de Morais Brito que era professora desde os tempos do antigo território. “Meus dois filhos, Alberam e Alberto, são músicos e tocam violão e outros instrumentos, eu sou o único da família que toca sino”.

sábado, 13 de julho de 2013

O povo quer mudar, mas para onde mesmo?

Li num site de notícias de Rio Branco que o Deputado Flaviano Melo em recente visita ao interior do Acre descobriu que o existe entre o povo um forte clamor de mudança

Certamente a mudança que o sensitivo e perspicaz deputado viu deve envolver o PT e o grupo ao qual pertence. Certamente a sede de mudança que ele percebeu deve ser a derrota do time da Frente Popular e vitória do time da oposição, que para falar a verdade mesmo, no Brasil é o PSDB e o DEM. O resto da oposição acreana sofre dos mesmos sintomas de um homossexual não assumido. Ora é, ora não pode ser.

Em Brasília é governo, mas no aeroporto de Rio Branco, ao pisar no Acre... e os abestados do interior do Acre acreditam que o cara é íntegro, honesto, é oposição de verdade. Oposição enrustida, isso sim.

Dá para confiar em pessoas assim, que não se assumem? 

Mudança... se assim for, não pode ser na direção deles. Aí não seria mudança, para ser mudança tem que ser outra fórmula, com outros nomes, tudo novo, como foi em 98, e não um retrocesso. 

Também não posso confiar em quem não conhece o Estado que representa. Diz a matéria: "Flaviano disse que, recentemente, fez uma viagem de carro de Porto Walter (ops!) a Rio Branco e percebeu"

Estrada para Porto Walter? Cuma? Arre, égua!!! Acho que o deputado não conhece o "Maitá"...  

Ou então, sei lá, deve ter confundido com Porto Acre, a gente deve dar um desconto, meu avô, que também é meio esquecido, também diz cada uma...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Agora vai!!! PEC do soldado da Borracha entra na pauta da Câmara

Os deputados federais Perpétua Almeida (PCdoB), Márcio Bittar (PSDB), Taumaturgo Lima (PT), Sibá Machado (PT), Flaviano Melo (PMDB), Gladson Cameli (PP), Antônia Lúcia (PSC), Henrique Afonso (PV), Marina Ralpp (PMDB-RO) e a senadora do Amazonas Vanessa Grazziotin conseguiram importante vitória nesta terça-feira, 9, na luta pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 556/2002 dos Soldados da Borracha. A pressão das bancadas do Acre, Amazonas e Rondônia surtiu efeito e a matéria foi incluída na Ordem do Dia.

No período da manhã, os parlamentares se reuniram com líderes partidários para cobrar a votação da PEC. Os líderes dos partidos foram favoráveis à matéria. Mas a liderança do governo foi contra a proposta. O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), tentou mediar à conversa e defendeu a PEC 556/02, que concede aos soldados da borracha e seringueiros os mesmos direitos concedidos aos ex-combatentes, lembrando que todos estão acima de 80 anos.

Diante da negativa da liderança do governo de apoiar a votação, a deputada Perpétua Almeida decidiu fazer uma campanha nas redes sociais para mobilizar a sociedade em prol da votação da PEC e sensibilizar o governo. “Precisamos que vocês ajudem, numa grande campanha na Internet, mandando email, mensagens, cartas pedindo ao que votem a PEC, vamos todos entrar nesta campanha”, defendeu.

Para o deputado Márcio Bittar (PSDB), é importante garantir o direito dos Soldados da Borracha já que a maior parte deles já passou dos 80 anos. “Garantir o direito dos Soldados da Borracha é uma articulação que a bancada do Acre e outros estados da Amazônia devem se empenhar”. Já o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC) destacou a importância da união.“A bancada do Acre está unida para aprovar a PEC dos Soldados da Borracha. Estou articulando com meu partido para que possamos garantir o reconhecimento desses heróis do Brasil”.


Vanessa Marques - Assessora de Comunicação da Deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Não é o povo...

Como em 64. Sem por nem tirar.

Não é o povo – no sentido mais abrangente da palavra – que está nas ruas. Quem verdadeiramente usa os serviços públicos tem mais o que fazer. Não está nas passeatas. E quem protesta, protesta de barriga cheia. Pobres, negros e trabalhadores das periferias não foram convocados. Porque são invisíveis para a elite. Sujeira social.

Além dos engolidores de manchetes panfletárias que odeiam o PT gratuitamente – no que, aliás, se resume sua “consciência política” -, há a “tropa de elite” mascarada que se infiltrou no movimento do MPL e tomou-lhe as rédeas. São aqueles mercenários que Serra ajuntou em 2010.

Não confio em mascarados. Qualquer fã do MMA, UFC e similares, pode tornar-se um autêntico Anonymous. Basta comprar a máscara, que custa R$ 9,99 no site Mercado livre e sair por aí mordendo bandeira vermelha. Intolerância, fanatismo, preconceito racial/social, homofobia – são sentimentos que contagiam fácil os distraídos de carteirinha.
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