Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

domingo, 30 de setembro de 2012

Domingo que vem a essas alturas...

Cruzeiro do Sul já terá escrito a história das eleições de 2012. Fora as complicações da tal legenda que salva candidatos a vereador com votações ínfimas e arranca o mandato de campeões de voto, o prefeito já será conhecido. 
O que hoje ainda é ansiedade, será já, uma enorme certeza. 
Para uns, uma enorme satisfação, uma alegria incontrolável. 
Para outros, uma infeliz certeza, uma decepção abismal.
Teremos pela primeira vez na "história desse município" um prefeito reeleito, ou o primeiro prefeito eleito com apoio da Frente Popular.
Teremos pela primeira vez em Cruzeiro do Sul um prefeito professor universitário ou a continuidade da "melhor administração em Cruzeiro do Sul depois da Zila".
A essas alturas já teremos muitas certezas, mas, por enquanto, só ansiedade e especulação...
O desafio para os dois candidatos é gigantesco.
Até hoje a população não se engraçou de um prefeito a ponto de confiar-lhe outro mandato.
Até hoje, também, a população não acreditou que a parceria com o governo seja importante para a cidade.
Domingo que vem a essas alturas, já saberemos, mas por enquanto, amanhã será segunda-feira, depois terça, e daí quarta...

Jurubeba no domingo.

COLUNA GRÁTIS DE DOMINGO, POR ENQUANTO...

...E por falar no capiroto
o advogado dele vai entrar com uma ação contra  preconceito velado, já que tem uma música de um certo candidato a prefeito no Juruá  que diz que todo mundo tá do seu lado, mas não fala no seu nome. "Por que só não eu ?"  vai alegar. O cão quer ser gente, gente.
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sábado, 29 de setembro de 2012

Lei da Ficha Limpa - Porque é bom saber...


PSDB é o partido com o maior número de candidatos barrados pela lei da ficha limpa!
PSDB tem o maior número de barrados pelo Ficha Limpa! - setembro 2012
Até agora o Brasil tem 317 candidatos a prefeito barrados pela lei da ficha limpa!
PSDB lidera este ranking com 56 candidatos.
O PMDB é o segundo com 49 candidatos.
O PT é o oitavo colocado com 18 candidatos.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Hoje na História

2004. O prefeito Cesar Messias e o governador Jorge Viana inauguram na praça (diante da Catedral) o monumento que marca o primeiro centenário de Cruzeiro do Sul.

Era uma estátua do Cel Thaumaturgo de Azevedo. Tinha problemas conceituais. A bandeira não deveria ser a do Acre, mas a do Brasil, mas era um belo monumento.

Apenas seis meses de administração do nosso último prefeito foram suficientes para arrumar autorização dos nossos “valorosos” (pelos elevados valores que custariam aos nossos cofres) vereadores para arrancar às marretadas o monumento que fora pago com o dinheiro dos nossos impostos. E para quê? Dizem que para arrumar estacionamento para uma mercearia próximo. Não posso provar, ninguém pode mais.

Na época, (24 de Julho de 2009) como sempre, diante dos comentários em qualquer roda de fuxico, duvidei da imbecilidade e adverti: "Gente, ele não é louco, mas vou fazer um alerta".

Se for amanhã... talvez dê tempo.
Se você não tem ainda uma foto com o Marechal Thaumaturgo de Azevedo diante da Catedral de Cruzeiro do Sul, avexe o passo, pois daqui a cinquenta anos você precisará provar aos seus netos e bisnetos que ele já esteve por ali.

Ano passado quiseram derrubá-lo. Ele quase caiu. Como uma maldição, todos os seus esforçados inimigos é que caíram pela falta de votos. Mas agora...

Agora, acredito que não haverá como salvá-lo.
Não haverá um ato de heroísmo, algo como um manifestante, um historiador, agarrado à estátua para impedir a retirada.

O que eu tenho a ver com isso? Apenas um pouco de orgulho ferido.

É que aos pés daquela estátua havia uma caixa lacrada cuidadosamente por especialistas do Departamento Histórico e Cultural do Estado do Acre contendo documentos de mais de um século, da data de 28 de Setembro de 1904 quando da Fundação da Cidade de Cruzeiro do Sul.

É que durante as comemorações do Centenário em 2004, ela foi aberta (conforme previsto em 1954 no Cinquentenário para ser aberta novamente apenas em 2054) e acolheu mais alguns documentos do período entre eles a Revista do Centenário e nela um conto de minha autoria chamado "Chico Finado"(publicado em Quatro Colinas) e outro do saudoso amigo Amarino Sales, outro do João Mariano, outro do Padre Trindade...

Howard Carter (que vilipendiou a tumba do Faraó Tutankhamon em 1922) se envergonharia da façanha.

Deve ser orgulho ferido mesmo, mas falo com a autoridade de quem frequentou uma universidade e tem pendurado na parede um diploma de historiador...

E pra quê? Para ficar calado?  

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pobre de ti, Guajará!

TRE cassa candidatura de prefeito e de seu adversário no Guajará. 
Candidaturas são cassadas às vésperas da eleição
O futuro da população de Guajará (AM) vem sendo decidido entre advogados e juízes. Com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município do Guajará não é somente um dos mais atrasados do país, mas corre o risco de ficar sem candidato à prefeitura no próximo dia 7 de outubro, já que pelo menos dois dos três candidatos estão inelegíveis pelo Tribunal Eleitoral Regional do Amazonas.
O atual prefeito, o advogado Hélio de Paula semana passada teve sua candidatura cassada por cinco votos a zero, em Manaus, por causa de irregularidades na prestação de contas de sua gestão, que chega ao fim sem grandes realizações. De Manaus Héio voou para Brasília, onde entra com um artifício jurídico para tentar garantir a reeleição. Continue lendo AQUI

Fonte: Dilson Ornelas, Voz do Acre.com

sábado, 15 de setembro de 2012

O Blog Terra Náuas e o "Debate". Agora sim!.


Sobre o Debate: Na frente e por trás da Câmeras

As especulações sobre quem possa ter vencido o debate são vazias. Cada torcida declara o seu candidato,  vencedor. Mas inequivocamente houveram sim, vencedores.

Em primeiro, certamente o público. Um debate televisionado como este alçou a política cruzeirense a um degrau acima.
Vitória também, é claro, do Sistema Juruá de Comunicação. Uma óbvia vitória técnica por um lado e outra não tão óbvia vitória que é da linha editorial adotada da empresa que procurou garantir igualdade de oportunidades para ambos os candidatos.
Certamente, uma vitória pessoal  também de Nelson Liano Jr. Artífice e cabeça do processo que culminou com o debate nas telas, Nelson saiu-se bem no papel de moderador, produzindo o mínimo de intervenção necessária.

Mas a maior dificuldade veio antes do debate: não é fácil ter jogo de cintura para colocar na mesma arena dois adversários, principalmente quando não existe esta cultura na democracia de Cruzeiro do Sul.

Profissionalmente, meu papel foi produzir questionamentos que pudessem ser relevantes no processo eleitoral. Optei pela questão do plano diretor, pois se já o tivéssemos aprovado, não sobraria muito espaço para politicagem de varejo, como por exemplo na questão do asfalto cujo andamento de trabalho segue simplesmente a lógica demagógica da quantidade de votos, e não o planejamento de crescimento da malha urbana da cidade. E nisso, ambos os lados pecam.

Pessoalmente tiro minhas próprias conclusões, e é bom que se deixe claro que as posições assumidas no blog Terranáuas refletem opinião pessoal e não meu trabalho de jornalista.

Na minha opinião, Vagner Sales levou vantagem do início até aproximadamente a metade do debate.
Sua linguagem mais popular, mais presente e mais pé-no-chão tem mais alcance eleitoral, mais penetração no público, mais fácil de ser assimilada. O domínio sobre as ações da prefeitura sob sua gestão também lhe conferiram vantagem.

Henrique por outro lado, durante a apresentação das propostas pareceu-me um tanto quanto vago, idealista e sonhador demais, não para mim, mas para o conjunto majoritário do eleitorado cruzeirense. Pessoalmente acredito que o caminho adotado por Henrique, de fazer de Cruzeiro do Sul uma referência nacional e até mundial, pelas suas potencialidades humanas e biológicas, através do ecoturismo e da produção diferenciada, não é apenas o melhor caminho, como o único possível para que Cruzeiro do Sul cumpra o seu destino, seu propósito existencial, por assim dizer, de capital florestal do Alto Juruá.
No entanto, pelo andar nas ruas, nota-se que o eleitorado ainda não está maduro  e para esta imensa maioria, as propostas parecerão devaneios pueris. Raramente o ribeirinho, ou o morador desempregado das periferias irá estabelecer uma relação entre o "ecoturismo" e uma possibilidade real e concreta de melhora de vida para sua família. Para estes só vendo para crer, e as vezes mesmo vendo ainda não se crê.

Vagner também se saiu melhor ao responder as críticas de Henrique sobre aspectos de sua gestão. Municiados de números das ações de sua equipe, Vagner tinha quase sempre uma resposta na ponta da língua, embasando a idéia (falsa ou não) de que Henrique de fato não vive tão intensamente o dia-a-dia de Cruzeiro do Sul.

Talvez por este desconhecimento, Henrique perdeu diversas oportunidades de uma investida mais incisiva em Vagner, como por exemplo na questão dos Postos de Saúde. O fato de estarem sendo construídos diversos postos, não explica por exemplo, o funcionamento precário dos que já existem e muito menos como se farão funcionar os novos postos. Mas a oportunidade escapou entre os dedos do desafiante.



O debate contudo, pendeu a favor de Henrique quando o assunto passou a ser os supostos desvios de recursos da gestão de Sales e os processos de improbidade administrativa a qual responde na justiça. Vagner ficou visivelmente alterado culminando com os segundos de silêncio que se seguiram a partir da pergunta de Henrique  sobre o "Ficha Limpa". O extremo nervosismo de Sales resultou no pedido de
retirada de Chico Melo dos estúdios. Segundo Vagner, este o estaria "atrapalhando". Francamente, de onde estava, vi apenas que Chico Melo havia levantado um papel na direção de Henrique, mas é provável que tenha feito alguma "cara estranha" ao ver a palidez de Vagner. Todos nós fizemos. A pergunta de Henrique foi um legítimo tiro à queima-roupa.  

Por duas vezes Vagner mais uma vez quis usar o fato de que Henrique tenha vendido sua casa própria e que não tenha declarado sua nova casa.

Henrique não quis explicar o motivo da venda de sau casa própria, pois correria o risco de parecer piegas e sensacionalista. Henrique não pode falar mas eu posso: ele vendeu sua casa para custear o tratamento de um de seus filhos adotivos, que sofre de uma forma particularmente virulenta e incurável de câncer no sistema linfático.

O tiro também saiu pela culatra quando Vagner chamou Henrique de mentiroso por não ter declarado sua casa própria, recentemente comprada. pela legislação ele só é obrigado a declarar a partir do próximo ano.

"- Se quiser entrar na justiça, entre, vai perder o seu tempo!" Fuzilou Henrique.

Um outro ponto favorável à Henrique foram a questão das emendas. Vagner tentou colar a ideia de que somente contam como recursos para Cruzeiro do Sul, aqueles que passam pelas suas mãos através da prefeitura. Henrique respondeu à altura, mas poderia ter sido mais claro para o eleitorado.

Em geral, acredito que o debate serviu para que a população conhecesse melhor os candidatos. No entanto, como um eleitor indeciso, na minha opinião Henrique não me convenceu de que possa ser um melhor administrador do que Vagner, exceto por um aspecto: a mal-versação de recurso público. Vagner pelo seu turno, também não convence de que seu segundo mandato possa ser melhor que o primeiro. Na verdade tende a ser pior, com o foco voltado exclusivamente para a eleição de Antônia Sales e sua própria possível eleição para Dep. Federal, outro ponto que Henrique não soube explorar.

O "Lunático" X O "Macumbeiro"

Do lado de fora, a oportuna presença da PM evitou que o acirramento das tensões entre os partidários pudessem partir para o campo físico, mas não impediu, obviamente a troca de impropérios entre as torcidas.

A torcida do azul, por exemplo, chamou Henrique de "doido", "lunático" e "aluado".

A acusação de lunático partiu de um ex-assessor e ex-aliado de Henrique, Marcos Neto. Evangélico e Ufólogo (não acreditava que era possível ser as duas coisas) ele deve conhcer bem do assunto. Afinal quem se dedica a estudar Objetos Voadores Não-Identificados deve de fato ser capaz de identificar se um sujeito é proveninete da Lua, Marte, Vênus ou quem sabe, do cinturão de asteróides. 

Por outro lado, o time de laranja lançou contra Vagner as acusações de "ficha suja" e "macumbeiro".


Não entendi porque os laranjas estavam gritando "fora macumbeiro" e perguntei a um dos partidários, o porque da acusação.

-"É porque o pai de Antônia Sales era o maior macumbeiro!"

- "Puxa, essa eu não sabia." Disse.

A palavra "macumbeiro" é um termo perjorativo que inclui centenas de práticas mágico-divinatórias e curativas com as mais diferentes finalidades e intensidades. É um termo impreciso e carregado de preconceito que deveria ser abolido do mesmo modo que os "crentes" conseguiram substituir pela expressão "evangélico", por moldar-se mais às suas necessidades de identidade social.

Desconheço qual tipo de "macumba" possa ter feito o pai de Antônia Sales, mas uma coisa é certa: a magia ucayalina merce respeito. Em Pucalpa não tem político, artista ou empresário que se preze que não tenha o seu "brujo". Faz parte da rica cultura selvática e o que o povo do Tawantinsuyu  faz desde antes dos primeiros cristãos pisarem nestas bandas, deveria ser alvo de respeito e não de deboche. No Peru há um ditado que eu gosto muito "O peruano não acredita em magia, ele a faz".

Merece respeito também porque se o 'brujo" fez algum trabalho para ajudar Vagner e Antônia Sales, aparentemente está dando certo.

Se Vagner fosse capaz de declarar publicamente que é um adepto de 'brujeria", eu talvez fosse até capaz de votar no 15. Algo que certamente ele não o fará, pois o meu voto não é mais importante do que o de milhares de "crentes" que abominam tudo aquilo que desconhecem. Vitória da hipocrisia, uma vez mais.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Grande Ditador (Por analogia)

Faltando 24 dias para o pleito de 2012 e diante da voz e da cara imunda de alguns patifes candidatos a vereador e prefeito, fui lembrar de um dos mais célebres discursos do cinema.

O Grande Ditador é um sátira  ao nazismo e ao fascismo lançado em 1940. A cena clássica é o último discurso onde um barbeiro judeu (Chaplin) por engano substituindo Adenoid Hynkel (também interpretado por Chaplin numa paródia de Adolf Hitler) faz um  discurso contrário a tudo o que os nazistas pregavam em sua doutrina. Faz um apelo ao amor e à paz, "incitando" o povo a baixar armas, a lutar contra os ditadores... Surpreendente... 

O motivo da minha lembrança justamente agora: Simplesmente por alguns trechos. Alguns, sublinhados para facilitar as comparações com o eleitor cruzeirense principalmente aqueles mais miseráveis. Ei-os:

“Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia...
Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão!
Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

E a parte mais surpreendente...

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós.

Meu Deus, como pode ter falado assim para nós cruzeirenses? 

Veja, parece que ele está falando para os eleitores cruzeirenses...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Há 100 anos...

No dia 7 de Setembro de 1912 o prefeito Rego Barros (Cap. Francisco Siqueira Rego Barros) inaugurava o Cais do Porto de Cruzeiro do Sul.
Não adianta procurar por aí. Provavelmente esta será a única manifestação de lembrança por parte de algum cruzeirense, muito menos de quem deveria lembrar a promover a valorização da cultura e da história de Cruzeiro do Sul. 
Ainda bem que está acabando o tempo de quem não tem tempo de  cuidar melhor da nossa história, do nosso passado. Eu entendo, infelizmente eles estão estão ocupados demais pensando no futuro dos próximos 4 anos.

No livro Nos Confins do Extremo Oeste, do Gen. Glimedes Rego Barros (filho do prefeito e que aqui chegou ainda criança), está a justificativa da obra que transcrevo:

"A sua construção foi um dos primeiros atos de Rego Barros. Obra modesta, como tudo mais, que possibilitavam os parcos recursos, verdadeiros óbolos consignados nas doações orçamentárias. 
Foi projetado e construído sob a sua direção, tendo como auxiliar o Ten. Tomé Rodrigues, da Companhia Regional.
A tradição oral afirmava ser o único existente às margens dos afluentes do Solimões.
Num resumo escrito em 1940, o seu idealizador dizia que 'era constituído de um pavilhão ou hangar sobre colunas de ferro, coberto com telhas de ferro zincado. Do passeio, em sua frente, ao nível da praça Visconde do Rio Branco, partia o piso constituído de planos com aproximadamente 4 metros de largura, até a barranca propriamente dita do rio, onde foi levantado o pavilhão. Do seu centro saía a escada até o nível das águas quando das maiores vazantes'...
Quanto aos 'sólidos alicerces' dizia: 'há 28 anos (em 1940) que resistem a enchentes do Juruá...' Ao escrever estas linhas já são decorridos 70 (em 1982) e ele continua firme, porém inútil para a função precípua, devido ao assoreamento do rio na sua frente.
O pavilhão era dotado de bancos de madeira e se destinava ao trânsito de passageiros.
'Iluminado à noite, para lá afluíam aqueles desejosos em apreciar a correnteza do rio ou nas noites enluaradas, quando as palestras eram por vezes animadas com jogos diversos, música ou danças'. 
Era também o local preferido para as alegres quermesses das 'Damas da Caridade' sob a presidência da minha mãe, uma associação filantrópica de amparo à infância e aos anciãos carentes.
Igualmente, conferências ou palestras se realizavam nesse ponto de encontro de namorados e seresteiros. Exercia assim o papel de pracinha das cidades interioranas.
Quanta tranquilidade, simplicidade e solidariedade desse grupo social que não conhecia ainda o rádio e muito menos a TV, que com as suas intermináveis novelas acabaram emparedando as famílias em suas residências, influindo, inclusive, no relacionamento dos seus próprios componentes. 
E o velho cais, em sua singeleza, retratava aquele sossego. Constituiu-se no marco de uma época de paz e prosperidade". 
(ipsis literis do livro Nos Confins do Extremo Oeste, de Glimedes Rego Barros lançado pela BIBLIEX em 1982. Páginas 113-117)
Algumas imagens do agora centenário Cais. Algumas imagens foram reproduzidas da própria obra citada.

O prefeito Rego Barros
 O Cais já na década de 80 com o Juruá se distanciando.

Do interior do Cais a visão da modernidade do Samambaia Club
 Vapor Juruá um dos que atracavam no Cais.

E hoje, o Cais está abandonado por quem deveria cuidar mais dele, afinal foi uma obra da prefeitura há exatos 100 anos. A última vez que um administrador olhou com zelo para o local foi na administração do prefeito Cesar Messias quando sofreu sua maior restauração. Depois..
Quando da reinauguração em 2002.

E hoje...













sábado, 1 de setembro de 2012

Terra Náuas diante de um herói: O Soldado da Borracha


Era só mais uma manhã comum e já me aguardavam três possíveis entrevistados. Entre eles, dois idosos. Em rápida conversa preliminar descubro que um deles trata-se de um verdadeiro soldado da borracha.

Desde que cheguei ao Acre escuto histórias sobre os lendários "Soldados da Borracha". Tive que me inteirar sobre eles nos livros de Leandro Tocantins para minha monografia. A História é no mínimo, fascinante.

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