2004. O prefeito Cesar Messias e
o governador Jorge Viana inauguram na praça (diante da Catedral) o monumento
que marca o primeiro centenário de Cruzeiro do Sul.
Era uma estátua do Cel
Thaumaturgo de Azevedo. Tinha problemas conceituais. A bandeira não deveria ser
a do Acre, mas a do Brasil, mas era um belo monumento.
Apenas seis meses de
administração do nosso último prefeito foram suficientes para arrumar
autorização dos nossos “valorosos” (pelos elevados valores que custariam aos
nossos cofres) vereadores para arrancar às marretadas o monumento que fora pago
com o dinheiro dos nossos impostos. E para quê? Dizem que para arrumar
estacionamento para uma mercearia próximo. Não posso provar, ninguém pode mais.
Na época, (24 de Julho de 2009) como
sempre, diante dos comentários em qualquer roda de fuxico, duvidei da
imbecilidade e adverti: "Gente, ele não é louco, mas vou fazer um alerta".
Se for amanhã... talvez dê
tempo.
Se você não tem ainda uma foto
com o Marechal Thaumaturgo de Azevedo diante da Catedral de Cruzeiro do Sul,
avexe o passo, pois daqui a cinquenta anos você precisará provar aos seus netos
e bisnetos que ele já esteve por ali.
Ano passado quiseram derrubá-lo.
Ele quase caiu. Como uma maldição, todos os seus esforçados inimigos é que
caíram pela falta de votos. Mas agora...
Agora, acredito que não haverá
como salvá-lo.
Não haverá um ato de heroísmo,
algo como um manifestante, um historiador, agarrado à estátua para impedir a
retirada.
O que eu tenho a ver com isso?
Apenas um pouco de orgulho ferido.
É que aos pés daquela estátua
havia uma caixa lacrada cuidadosamente por especialistas do Departamento
Histórico e Cultural do Estado do Acre contendo documentos de mais de um
século, da data de 28 de Setembro de 1904 quando da Fundação da Cidade de
Cruzeiro do Sul.
É que durante as comemorações do
Centenário em 2004, ela foi aberta (conforme previsto em 1954 no Cinquentenário
para ser aberta novamente apenas em 2054) e acolheu mais alguns documentos do
período entre eles a Revista do Centenário e nela um conto de minha autoria
chamado "Chico Finado"(publicado em Quatro Colinas) e outro do
saudoso amigo Amarino Sales, outro do João Mariano, outro do Padre Trindade...
Howard Carter (que vilipendiou a
tumba do Faraó Tutankhamon em 1922) se envergonharia da façanha.
Deve ser orgulho ferido mesmo,
mas falo com a autoridade de quem frequentou uma universidade e tem pendurado
na parede um diploma de historiador...
E pra quê? Para ficar calado?
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