Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mas que calor!

Passeata de tucano é outra coisa. Hoje, em São Paulo, os principais líderes do PSDB, acompanhados por seus amigos do DEM, caminharam pelo centro da capital. Conforme relato do UOL, “às 13h, exata uma hora depois do início da caminhada, o ato terminou na praça da República sem as presenças de FHC, Kassab e Alckmin. Eles já haviam deixado a passeata meia hora antes.”

Explicação: o sol estava forte e a temperatura, alta.

Pena que não há mais jornalismo investigativo no Brasil: um pulinho dos coleguinhas ao restaurante Le Casserole, ali do lado, renderia uma das mais contundentes imagens da campanha deste ano...

E a pergunta que não quer calar: de que ano era a safra do Sauvignon Blanc escolhido para refrescar os ânimos dos grãos-tucanos?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"Nóis é do interior, mas nós né besta não..."

O governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin andou esses dias aqui pelo Acre (Rio Branco) pedindo votos para o "chegado" dele Zé Serra. É mais do que estranho eles ficarem preocupados com os votos do Acre uma vez que o eleitorado do Acre inteiro, caso fosse uma cidade, ocuparia a 51ª posição entre as maiores cidades do país. Ë uma pena gente, mas é verdade... Porque não foi a uma cidade maior, ou então a uma favela qualquer das muitas que tem em são Paulo ou Rio?
Deixa ver se adivinho: É porque ele acha que acreano é besta... Que é fácil de enganar...  

Veja o ranking das maiores cidades do Brasil:
 
1. São Paulo (SP) - 11.016.703
2. Rio de Janeiro (RJ) - 6.136.652
3. Salvador (BA) - 2.711.372
4. Fortaleza (CE) - 2.416.9205. Belo Horizonte (MG) - 2.399.920
6. Brasília (DF) - 2.383.784
7. Curitiba (PR) - 1.788.559
8. Manaus (AM) - 1.688.524
9. Recife (PE) - 1.515.052
10. Porto Alegre (RS) - 1.440.939
11. Belém (PA) - 1.428.368
12. Guarulhos (SP) - 1.283.253
13. Goiânia (GO) - 1.220.412
14. Campinas (SP) - 1.059.420
15. São Luís (MA) - 998.385
16. São Gonçalo (RJ) - 973.372
17. Maceió (AL) - 922.458
18. Duque de Caxias (RJ) - 855.010
19. Nova Iguaçu (RJ) - 844.583
20. São Bernardo do Campo (SP) - 803.906

21. Teresina (PI) - 801.971
22. Natal (RN) - 789.896
23. Campo Grande (MS) - 765.247
24. Osasco (SP) - 714.950
25. Santo André (SP) - 673.234
26. João Pessoa (PB) - 672.081
27. Jaboatão dos Guararapes (PE) - 651.355
28. São José dos Campos (SP) - 610.965
29. Contagem (MG) - 603.376
30. Uberlândia (MG) - 600.368
31. Sorocaba (SP) - 578.068
32. Ribeirão Preto (SP) - 559.650
33. Cuiabá (MT) - 542.861
34. Feira de Santana (BA) - 535.28435. Juiz de Fora (MG) - 509.125
36. Aracaju (SE) - 505.286
37. Ananindeua (PA) - 498.095
38. Joinville (SC) - 496.051
39. Londrina (PR) - 495.696
40. Belford Roxo (RJ) - 489.002
41. Niterói (RJ) - 476.669
42. São João de Meriti (RJ) - 466.996
43. Aparecida de Goiânia (GO) - 453.104
44. Campos dos Goytacazes (RJ) - 429.667
45. Santos (SP) - 418.375
46. Caxias do Sul (RS) - 412.053
47. Betim (MG) - 407.00348. São José do Rio Preto (SP) - 406.826
49. Florianópolis (SC) - 406.56450. Vila Velha (ES) - 405.374

51. O eleitorado do Acre estaria aqui. 

Consulte a sua cidade (se for acima de 90.000 habitantes) no link: 

Quem pode mais? Sei não...


LÍDER TUCANO DESMENTE JOSÉ SERRA

O comentário de José Serra durante o último debate na rede Record de que iria promover o “desmatamento zero” na Amazônia provocou a reação de setores ligados à produção no vale do Juruá (Acre- Extremo Oeste da Amazônia Brasileira). “Se tivermos desmatamento zero, do que vamos sobreviver, o que vamos plantar”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, João Ferreira. “Logo se vê que um candidato destes só esta preocupado mesmo com São Paulo e Minas Gerais”.

Durante a campanha para governador, o candidato Tião Bocalon, do PSDB, bateu duramente contra a legislação ambiental e a atual política de governo de promover o desenvolvimento sustentável, a que os tucanos do Acre a qualificam de “proteger árvore, macaco e acabar com o ser humano”.

A declaração de José Serra pegou de surpresa os líderes do PSDB acreano que defendem uma maior flexibilização nas leis de proteção ao meio ambiente. A saída foi desmentir o candidato à presidência: “Essa é uma idéia das pessoas que não conhecem a Amazônia”, disse o presidente do diretório municipal do PSDB de Cruzeiro do Sul, Romário Tavares.

“José Serra sendo eleito quem vai comandar os órgãos ambientais do estado será Tião Bocalon ( PSDB) e seus aliados políticos”.”Então não há como cumprir esta promessa no Acre”, pergunta o entrevistador. “De maneira nenhuma!” responde taxativo Romário Tavares. “essa proposta é para que daqui a dez anos, não haja mais desmatamento, mas nós, do PSDB do Acre, somos contra esta proposta e não vamos abrir um milímetro para defender o ser humano ao invés do bicho, da árvore e do macaco. “, finaliza.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O valor das pessoas...

Ao saber do falecimento do ex-Senador Romeu Tuma, o Presidente Lula durante um evento, pediu um minuto de silêncio para homenagea-lo. Disse ele:
 
“Eu fui preso nos anos 80 por conta das greves dos metalúrgicos do ABC e o Tuma era delegado e me prendeu. Mas eu tenho recordação de que minha mãe estava com câncer e alguns dias o Tuma me tirava de noite da cadeia para eu ir visitar a minha mãe e também ir no enterro da minha mãe, coisa que não era comum”.

É por essas e outras que Tuma era Tuma e Lula é Lula. 
Quanto a Tuma, não importava o risco em ajudar e tratar com dignidade um prisioneiro em dar-lhe (ainda que secretamente) a oportunidade de visitar a mãe falecida. 
Quanto a Lula, soube reconhecer (sempre, e não apenas por ocasião da morte) a humanidade de Romeu Tuma, o Delegado do Dops, que pela atribuição do cargo que ocupava deveria prender sindicalistas.  

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Deixa assim mesmo..

Para não atrasar ainda mais o Acre, voto 55.

Votarei pela manutenção do horário. Porque não sou de pegar corda de gente infame e que estudou menos que eu. Que politiza tudo, mesmo as coisas onde a política não se aplicaria.

Deus não criou horário nenhum. Assim como a política, os governos, os sistemas econômicos, as religiões, o calendário, e as ciências, tudo isso é criação humana.

Aos pobres argumentos de que o dia deve começar com o nascer do sol, eu desdenho da falta de conhecimento  geográfico desses coitados e pergunto: O Deus que fez os pólos norte e sul se esqueceu de fazer dias de 12 horas? Lá, pelo pouco que sei de geografia, um dia pode durar seis meses. 

Politizaram a questão do horário e por isso, acredito (com grande pesar) que voltaremos ao horário antigo. 

Sou acreano e cruzeirense e posso falar o que penso em relação às nossas idiotices e bestagens. Ora, por essas e outras é que quando ouço as lamentações de alguns quanto a viver num lugar atrasado, longe, ermo, "esquecido", eu nem tenho pena. Acho é pouco. 

Há mais de cem anos, quando nos apartamos da Bolívia  pedimos que o Brasil nos adotasse, decidimos que seríamos brasileiros. O Brasil nos aceitou. Nos aceitou em termos, porque duvido que um cidadão brasileiro lá da região sudeste viva feliz em saber que por aqui, 10.000 votos elegem um deputado federal, enquanto eles... O caso é gravíssimo. Todos os votos do Acre não daria para eleger um palhaço como o Tiririca. 

Sempre reclamamos de discriminação... Temos motivos para tanto? Ou nós mesmos temos feito de tudo para que o Brasil nos olhe meio atravessado? 

Com o novo horário, temos a oportunidade de nos integrarmos de vez ao Brasil, de nos aproximarmos mais. Não nos distanciemos. 

O Acre irá se desenvolver um dia. Se optarmos pela volta do antigo horário (o "horário de Deus", no dizer dos analfabetos em geografia) daqui a vinte anos (se muito) volveremos ao debate e veremos o quanto fomos idiotas nos distanciando quando deveríamos ter nos aproximado.

Portanto, para não atrasar ainda mais o Acre, voto 55, pela manutenção do nosso horário atual. 

Quanto a você que politizou a questão e ficou impedido de um melhor juízo se deixando levar pelo Seu Flaviano, faça o que quiser, é problema seu, é problema nosso... 


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Para cegos, surdos e ingratos


O modelo do Acre
ADIB D. JATENE 

Recentemente, voltei de viagem-relâmpago a Rio Branco. Fui convidado a participar de cerimônia de ingresso de novos membros da Academia Acreana de Medicina e a receber, junto com o prof. José Tavares-Neto, diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, homenagem dos colegas daquele Estado.
Aproveitei para circular pela cidade, apreciar as imensas realizações que ocorreram nos últimos 12 anos. É inacreditável o avanço em termos viários.
É a primeira vez que vi avenidas novas, com canteiro central de aproximadamente dois metros de largura, protegidas por muretas, para funcionar como verdadeira ciclovia. A cidade, que não tinha nenhum prédio, hoje tem mais de duas dezenas, com até 12 andares, bastante valorizados, a atestar a pujança econômica.
Visitei a exposição agroindustrial, em que vi um gado nelore que não fica a dever ao de nossas exposições. Soube que foram vendidos, neste ano, perto de mil tratores, atestando a busca de produtividade que contém o desmatamento.
Vi quantidade imensa de toras sendo desdobradas em laminados, numa grande indústria, bem como usadas em fábrica de móveis locais, tudo para exportação, exclusivamente com madeira certificada.
Visitei uma biblioteca como não conheço outra igual em nossas grandes cidades, com uma quantidade de computadores a fazer inveja. Vi, na praça fronteira à biblioteca, bancos associados a mesas.
E, nessas mesas, na face inferior do tampo, tomadas que permitem a qualquer pessoa ligar seu computador. Aliás, a cidade inteira tem internet disponível e gratuita, e este benefício está sendo levado às demais cidades do Estado.
As escolas que visitei apresentam ambiente de conservação e controle invejáveis. Segundo o Ideb, para os alunos do 6º ao 9º ano, o Acre está em 4º lugar no Brasil. Era o último há 12 anos.
Todos os alunos na conclusão do curso médio recebem um "netbook", o que contribui para difundir ainda mais a informática. A visita à maternidade, ao Hospital do Câncer, ao Hospital de Clínicas e às Unidades de Pronto Atendimento, uma delas com cem leitos de observação; o Hospital da Criança sendo reformado, a unidade de prematuros, que consegue viabilizar nascituros de 600 gramas, tudo atestando o zelo com o setor.
Como, em 12 anos, se conseguiu fazer renascer um Acre que, na década de 1920, atraía as atenções do país? Ao longo da minha vida, aprendi a distinguir diferentes grupos políticos. Alguns entram na política para enriquecer, acumular patrimônio, e nisso têm sucesso, em país marcado por impunidade.
Outros almejam o poder e se realizam no seu exercício, seja autoritário, seja demagógico, pretendendo serem apreciados e reconhecidos como capazes de oferecer aos amigos benesses em prejuízo do erário público.
Mas há pessoas que entram na política para servir, para trabalhar em benefício da população, sem pretender nada além do bom combate, sem esperar recompensa que não seja o respeito da comunidade.
O Acre teve a sorte de contar com pessoas assim, que lhe devolvem a esperança de dias melhores, de recuperar a autoestima e, ao lado de desenvolvimento material, recuperar a confiança nas pessoas, não se envergonhar de atuar com comportamento ético e dar aos jovens o exemplo de postura e de convívio social saudável.
Estou certo de que o modelo do Acre precisa não só ser conhecido, mas imitado pela geração que ascende ao poder, sem os vícios dos que utilizaram a política de forma degradante, dando aos jovens exemplos de comportamento que devem ser sepultados.
Voltei do Acre com a esperança renovada e a certeza de que com competência, seriedade e vontade de servir, pelo prazer que isto proporciona, pode-se mudar a realidade e repor o privilégio dos princípios sobre os interesses.
ADIB D. JATENE, 81, cardiologista, é professor emérito da Faculdade de Medicina da USP e diretor-geral do Hospital do Coração. Foi ministro da Saúde (governos Collor e FHC), secretário da Saúde do Estado de São Paulo (governo Maluf) e diretor do InCor.