Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Igarapé Triângulo no município de Guajará-Am está morrendo...


Há uma semana preparei este texto e só não o publiquei antes porque tive o cuidado de consultar o Padre Frederico (atualmente em Broich, na Alemanha) sobre o Mutirão Nova Esperança em Guajará. 
Em poucos dias fui presenteado com um belo texto sobre o "Mutirão Nova Esperança" que será postado oportunamente. 

Durante a semana guardei segredo sobre o tema para não correr o risco de alguém tentar me convencer de que a morte de um igarapezinho lá em Guajará-Am não é problema meu. 

Há 22 anos tenho trabalhado duro. Não fiz riqueza nem sou frustrado por isso. Toda a minha riqueza (minha  esposa e meus três filhos) posso levar comigo a bordo de um Fiesta 2005 financiado no Banco do Brasil. Acredito que isso me credencia a denunciar um crime ambiental.  

Como acreano talvez não devesse me preocupar com problemas amazonenses. Contudo, como amazônida e cidadão, não deixaria de dividir com meus amigos uma preocupação.

O Igarapé Triângulo no município de Guajará-Am está morrendo.

Também conhecido por “Igarapé da Floresta”, o Triângulo é um afluente da margem direita do Igarapé Badejo que por sua vez é afluente da Boa Fé, o maior (ou segundo maior) afluente da margem esquerda do Rio Juruá que é um dos maiores afluentes do Rio Amazonas.

O Juruá é o 17º maior rio do planeta e o Triângulo não aparece em nenhuma pesquisa na internet. Pode ser localizado no google earth (o círculo delineia sua bacia).
 Para a Geografia o Triângulo não existe. Mas para mim e para todos os habitantes de Guajará-Am o pequenino Triângulo existe. Por mais insignificante que possa parecer à primeira vista o igarapezinho de dois metros de largura (em média) é um rio. Infelizmente, temo que não por muito tempo. O Triângulo é o curso d’água que irriga o Mutirão. O que foi o Mutirão Nova Esperança.

Na década de 80 o padre Frederico Siegers, então pároco de Guajará, adquiriu na localidade um terreno de 100 hectares e envolveu a vila no trabalho comunitário, coletivo, onde todos eram donos e ninguém era dono. Era o que se conhece hoje (pelo menos na essência) como mutirão.

A produção do Mutirão Nova Esperança da Paróquia de São Francisco em Guajará garantia a sobrevivência dos seus membros. O velho engenho para a produção de açúcar mascavo(gramixó) que foi incendiado há uns anos era a prova do progresso e organização que o Mutirão alcançou. Os tijolos do forno das caldeiras do engenho são os mesmos dos fornos das raras casas de farinha que restaram por ali.

Os canaviais do Mutirão produziam um açúcar de ótima qualidade e as moagens se estendiam por semanas.
Após a saída de Padre Frederico, a maioria dos sócios não perseverou na agricultura. Os jovens foram seduzidos por empregos na prefeitura local(que se estabeleceu em Guajará no final dos anos 80) e os velhos, cansados ou mortos abandonaram os Mutirão ou foram abrigados a abandonar. Rodeado por duas grandes fazendas de gado o Mutirão perdeu sua identidade.

Não apenas o Mutirão, mas o Guajará perdeu sua identidade. Antes a cana-de-açúcar, a roça de mandioca, o milho, as frutíferas, a mata ciliar, o igarapé correndo livremente, preservado. Hoje, o boi, o bezerro, a barragem, o piau, a tilápia, o tambaqui e a degradação ambiental.

Atualmente em Guajará, só se planta boi. Não adianta plantar outra coisa, logo a brachiaria, a malva ou a pluma invadem tudo. Atualmente, Guajará importa do mercado de Cruzeiro do Sul cheiro verde, pimentinha, maxixe e banana.

A prosperidade dos dois grandes fazendeiros do município seduziu os pequenos. Todos queriam ser fazendeiros.

Mas a pecuária, como qualquer outro investimento, precisa de capital e o futuro de um pecuarista que conhece seu gado pelo nome não é outro senão a venda do seu lote a um de melhor poder aquisitivo e migrar para uma das favelas de qualquer cidade.

Assim, a maior parte da área do Mutirão foi parar nas mãos de um único dono.

Os que ficaram, desanimados com a pecuária partiram para a construção de açudes. Desordenadamente, sem um projeto, sem licenciamento ambiental, patrocinados pela prefeitura, sem que uma única voz se levantasse, mataram o Triângulo.
Num único afluente levantaram 13 barragens. São mais de trinta no total em todos os afluentes e dois na nascente principal. 
O resultado: Na Comunidade Floresta, abaixo de Guajará, onde existe um pequeno balneário o Triângulo está praticamente apartado, morto. Há vinte anos que conheço o Guajará e o Triângulo nunca tinha parado de correr, por maior que fosse a estiagem. A foto abaixo é do Triângulo em pleno verão, corrente e límpido antes das barragens.
Sem as águas do afluente, o Badejo diminuiu também, o Boa Fé, o Juruá...

Torço para que as barragens tenham sido mal feitas e com as primeiras chuvas uma a uma se rompa e ele volte a ser um rio.


É tudo o que posso fazer. Além disso, não há muito o que esperar pois descobri com surpresa que Guajará tem secretaria de meio ambiente e quem responde por ela é também um dos proprietários de barragem.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Elogio à honestidade

Nunca achei um cartão de crédito num terminal de autoatendimento de um banco, mas hoje esqueci o meu no terminal em frente ao 61º BIS.

Quando se percebe que algo se perdeu, que não está onde deveria estar, vem a pergunta: Por onde andei? A gente consegue se ver no passado (de poucas horas), refaz os passos, os gestos e se pergunta: Onde eu estava com a cabeça?

Sei lá, talvez se culpando por não ter conseguido mudar o mundo. Pensando em qualquer coisa diferente do grande perigo de se perder um cartão de crédito.

Poderia ter ido direto ao Banco cancelar o cartão e pedir um novo, mas resolvi arriscar e voltar ao terminal onde o esquecimento se deu.

Tudo esclarecido. Realmente eu tinha esquecido o cartão por ali. Por sorte um militar encontrou e o entregou no Corpo da Guarda do 61º BIS. Quero agradecer ao anônimo( pelo menos até o momento) que protegeu meu patrimônio e cuidou para que me fosse devolvido.

Militares vivem entre punições e elogios, portanto gostaria de lançar em sua ficha individual um grande elogio.
Ah, antes de sair pelo portão da guarda e agradecer lembrei que hoje é o Dia do Soldado.

Francisco Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, o Patrono do Exército que aniversaria hoje deve ter ficado orgulhoso.

Imagino a simplicidade do gesto do cidadão que encontra um cartão bancário no chão ou até na máquina, atravessa a rua e o entrega na guarda do quartel. Simples e natural para quem é honesto, para mim que fui salvo de uma visita ao banco foi um ato de bravura e faço disso um ELOGIO À HONESTIDADE.

Uma interessante reflexão sobre o TERRORISMO


TERRORISTA LOURO DE OLHOS AZUIS
Por Frei Betto

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se os pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito.
 
A mídia americana incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.
 
Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo... Alerta o preconceito infundido.
 
Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas Cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.
 
O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 mil civis, sem contar as mortes posteriores por efeito da contaminação.
 
Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.
 
Tão logo a notícia correu o mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental.
 
A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de uma fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega dos EUA. “Ele é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes.
 
Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela OTAN sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli?
 
Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar: o que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética?
 
O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.
 
O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, 8 exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km por hora com uma jovem advogada que perece no acidente e continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido?
 
Enquanto a diferença gerar divergência permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de “Conversa sobre a fé e a ciência” (Agir), entre outros livros. Página: http://www.freibetto.org/
Twitter: @freibetto

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A terra tremeu por aqui

O epicentro foi no Peru a 82 km da cidade de Pucalpa e a 145 km de profundidade.
Segundo os especialistas o terremoto de hoje teria alcançado os 6.8 graus na escala Richter (ver escala abaixo).
Como em quase tudo por aqui, alguns já lascam: "O fim está próximo, irmãos, venha para a minha igreja..."
Foi apenas um terremoto, gente, vamos estudar mais e falar menos bobagem.
Mas que assusta... vixe maria!
Descrição
Magnitude
Efeitos
Freqüência
Micro
< 2,0
Micro tremor de terra, não se sente
~ 8000 por dia
Muito pequeno
2,0-2,9
Geralmente não se sente mas é detectado/registrado.
~1000 por dia
Pequeno
3,0-3,9
Freqüentemente sentido mas raramente causa danos.
~49000 por ano
Ligeiro
4,0-4,9
Tremor notório de objetos no interior de habitações, ruídos de choque entre objetos. Danos importantes pouco comuns.
~ 6200 por ano
Moderado
5,0-5,9
Pode causar danos maiores em edifícios mal concebidos em zonas restritas. Provoca danos ligeiros nos edifícios bem construídos.
800 por ano
Forte
6,0-6,9
Pode ser destruidor em zonas num raio de até 180 quilômetros em áreas habitadas.
120 por ano
Grande
7,0-7,9
Pode provocar danos graves em zonas mais vastas.
18 por ano
Importante
8,0-8,9
Pode causar danos sérios em zonas num raio de centenas de quilômetros.
1 por ano
Excepcional
9,0-9,9
Devasta zonas num raio de milhares de quilômetros.
1 a cada 20 anos
Extremo
> 10,0
Nunca registrado.
Extremamente raro (Desconhecido)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poesia para terça-feira...


TABACARIA(Fernando Pessoa)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(…)
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

Site da imagem: cfh.ufsc.br

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Resumo de Clássicos - HAMLET


HAMLET = WILLIAM SHAKESPEARE - 375 páginas
Essa é foda. Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que, entretanto, se suicida ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sertanista José Carlos dos Reis Meirelles pede socorro


Senhores,

Em toda a minha vida profissional de 40 anos de trabalho com os índios, isolados ou não, sempre soube a hora de calar, de respeitar hierarquia.

Soube também protestar a meu modo, quando necessário, a meu modo, jeito e responsabilidade. Pois agora é a hora de gritar, e alto! Embora isso signifique, como já aconteceu quando fui demitido da Funai, na criação da SBI que protestava contra o regime militar da época, a favor dos índios.

Lá vou eu, depois de velho, de novo.

A Frente Etnoambiental do Rio Envira, no Acre, como todos sabem, foi tomada por uma força paramilitar estrangeira, composta de traficantes e provavelmente acompanhados de índios recém contatados do Peru.

A Polícia Federal veio à nossa base, pensava eu, de acordo com plano que junto com ela fizemos em Rio Branco, de duas equipes, uma acima da base e outra abaixo, pousadas de helicóptero a distancia não audível dos invasores da base, que viriam por terra, na esperança de prendê-los.

O plano não foi executado. Sobrevoaram a base antes disso, de helicóptero, espantaram os caras. Uma equipe pousou na Aldeia Simpatia e subiu o rio. Foi resgatada antes de chegar na base. Outra pousou na base.

Nossos mateiros seguiram um rastro e entregaram o Sr. Joaquim Fadista, português que anteriormente foi preso aqui mesmo e deportado para o Peru, apesar se ser procurado por tráfico internacional de drogas, inclusive no Brasil. Voltou e foi preso de novo.

Satisfeita, a Polícia Federal abandonou a base, como se a missão estivesse toda realizada. Uma pequena equipe, Sr. Carlos Travassos, coordenador da CGIIRC/FUNAI, Artur Meirelles coordenador da Frente, Francisco de Assis (Chicão, mateiro), Francisco Alves de Castro ( Marreta, mateiro) e  José Carlos Meirelles ( Governo do Estado do Acre), por decisão unânime, resolveram vir para a base, que era de novo abandonada.

A Polícia Federal lacrou a base. No outro dia que chegamos estava tudo arrombado de novo. Os peruanos continuavam aqui. Vimos vestígios de menos de 15 minutos.

Veio de Rio Branco o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Acre. Foram feitas pequenas incursões. Encontramos acampamentos, mochila dos peruanos com pedaço de flecha dos isolados dentro. O Bope vai e vem a Força Nacional, sem ordem de se afastar a 500 metros da base.

Nestes dias de Força Nacional, sempre se escuta tiros em locais próximos à base, à noite, com características de arma de bala e não de cartucho.

Esta noite mesmo, foram ouvidos três disparos, de um lado e de outro do rio. A Força Nacional está esperando o Exército, que deveria aqui chegar no dia seguinte à invasão da Base, ocorrida há quase um mês.

E ninguém ainda se dispô a bater realmente estas matas e desvendar o que realmente estas pessoas, que continuam aqui, fazem e querem. Não temos acesso ao depoimento do português. Parece que é propriedade da Polícia Federal.

Há tempos, desde 2007, temos alertado sobre a exploração ilegal de madeira, do outro lado da fronteira, em reserva de isolados no Peru, a reserva Murunahua.

Agora, tudo leva crer que além de madeireiros, temos traficantes de drogas. E pelo andar da carruagem, como se diz aqui pelas matas, parece que estão botando roçados. Ou seja, não tem a mínima intenção de ir embora. Afinal, ninguém os perturba. Nós da Funai, do governo do Acre e os mateiros, que ganharam um presente da Funai: foram dispensados, mas estão aqui por opção. O risco é por nossa conta, somos pagos ou não pra isso.

Os índios isolados da região, verdadeiros donos desse pedaço de Amazônia, não tem nada com isso. E serão eles, com certeza, mais uma vez que pagarão o maior preço pela invasão de suas terras por um grupo  de traficantes e sabe-se lá mais que personagens.

Não dá mais pra esperar calado. Não vou mandar abraço pra ninguém. Meu coração está apertado. Quando sinto essa sensação, dificilmente erro.

POR JOSÉ CARLOS DOS REIS MEIRELLES – Direto da Frente de Proteção Etnoambiental Xinane, na fronteira Brasil-Peru

Resumo de Clássicos - OS LUSÍADAS


OS LUSÍADAS = LUÍS DE CAMÕES - Editora Lusitânia - 486 páginas.
Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super gente fina), ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Fim

domingo, 14 de agosto de 2011

Música para o Domingo...

Sobre o PODER - Frases úteis, ou não...


Ontem estive a manhã inteira (e parte da tarde) próximo de pessoas poderosas. Apenas próximo, e apenas isso. Nenhum deles maior nem menor do que eu... Seres humanos que somos, portanto. 

O segredo da força consiste em saber que os outros são ainda mais covardes do que nós.
(L. Boerne)

Quem tem poder imagina que faz acertadamente tudo quanto faz, porque tem a liberdade de fazer tudo quanto quer.
(Francisco de Quevedo)

Em geral, o poder e a grandeza cobrem de soberba o coração do homem, embriagam-no e causam-lhe uma espécie de delírio.
(Barão Houbach)
 
Todo ato de bondade é demonstração de poder.
(Jeremy Bentham)

Para sabermos quais são as agruras do poder, procuremos os que o tem; para sabermos quais o seus prazeres, procuremos os que empós dele correm: as agruras do poder são reais, os prazeres imaginários.
(C. C. Colton)

O poder leva ao orgulho, e este à insolência.
(Focílides)

O amor da liberdade é o amor dos outros; o amor do poder, o amor de nós próprios.
(W. C. Hazlitt)

Para conquistar o poder é preciso amá-lo. Ora a ambição nunca está de acordo com a bondade, mas apenas com a duplicidade e a violência. Logo, não são os melhores, são os piores que se apoderam do poder.
(Leon Tolstoi)

Quem tudo pode tudo deve temer.
 
De grande valor moral é quem, dispondo de poder ou de autoridade, só faz o que lhe ordena o dever e não o que lhe é mais fácil, vantajoso ou agradável.
(Dante Veoleci)


Essas e outras citações sobre diversos temas no endereço: https://sites.google.com/site/dicionariodepensamento/poder

sábado, 13 de agosto de 2011

Digamos antes que é um homem honrado...

Não digamos de ninguém que é "matemático", "pregador", "eloqüente", digamos antes que é "homem honrado". Essa qualidade universal é a única que me apraz. (Blaise Pascal)

Inicio este texto com a citação de Blaise Pascal para dizer que há três dias o âncora do programa Juruá Notícias da TV Juruá não tem dado as caras na TV.

Ele continua aqui por Cruzeiro do Sul, mas é fácil saber que a presença de um grande jornalista na emissora inviabiliza o outro. Comparando mal (que Deus me perdoe pela comparação) é como o Flamengo, que não pode ter Ronaldinho Gaúcho e Adriano ao mesmo tempo. Ou então, em relação ao que chega, é como trocar 12 por meia dúzia. 

O âncora a que me refiro é o jornalista Rogério Wenceslau. Ouvi certa vez que um homem morre pelo que acredita. Teria sido isso que o fez pedir demissão (se é que teve tempo ou se é que pediu)?

Esteve aqui por uns três anos. Não frequentávamos os mesmos lugares e nas raras vezes que nos encontramos foi trabalhando em algum evento público. Assim, não sendo seu amigo(talvez por falta de oportunidade) estou isento de imparciais opiniões. Meu texto é de reconhecimento, apenas.

Rogério esteve numa emissora de Cruzeiro do Sul conduzindo um programa jornalístico que em nada ficava devendo em qualidade(de informação) a outros com a mesma estrutura. Na terra do fuxico...

No início, antes de julga-lo melhor, discordava da maioria das suas opiniões. Depois, com o tempo, percebi que se algo me induzia a ligar a televisão naquele mesmo horário e naquele canal era porque muito do que penso e acredito ele conseguia "materializar" na grade dos programas da manhã e do meio-dia.

Quando criticou, quando apontou erros, quando cobrou eficiência de determinados setores da administração municipal ou estadual, onde esteve errado?

A cobrança faz parte e quem não quiser ser criticado que não assuma responsabilidades. Seres públicos precisam e devem ser vigilantes, transparentes. Rogério criticava ou elogiava indistintamente, coronéis ou generais.

Cruzeiro do Sul perderá(para uma cidade mais digna eu espero) um grande profissional.
Percebi com o tempo que alguns setores melhoraram seus serviços e atendimentos. Não seria por medo de receberem uma cutucada?

Seus entrevistados sempre foram tratados com respeito, lembro que estive uma vez no programa Juruá Notícias (no dia 15de novembro de 2010 numa entrevista sobre "A Proclamação da República"). Mesmo sendo professor de História, tomei o cuidado de me preparar pois sabia que ele exigia dos seus entrevistados. Estava certo, por sorte eu tinha me preparado.

Assisti entrevistas suas em que o clima esteve pesado, e por quê? ou porque o entrevistado queria justificar o injustificável, que o apresentador pensasse de maneira igual a sua, ou porque quisesse apresentar o programa. Isso, nem Rogério nem ninguém que tenha dignidade pode aceitar. 

Continuarei telespectador do Juruá Notícias, tomando "café acreano" ouvindo "Trabalho e Cidadania", principalmente por respeito ao Mazinho, Erisnei, Daiana e Vanísia. Torcendo por eles, para que cresçam, que melhorem sempre mais, ocupando seus espaços, informando e informando bem. Que cresçam, mas que não cresçam muito a ponto de incomodar, e que a exemplo do Rogério Wenceslau não se curvem aos poderosos, ao poder econômico. Um homem vale quanto for honrado. Dentre tantos, Rogério é um homem honrado.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cruzeiro do Sul ganha Centro da Juventude


Orçado em R$ 1,5 milhão e construído com recursos destinados pela deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), o Centro da Juventude foi inaugurado no último sábado (08/ 08).

Localizado no bairro Santa Terezinha, o Centro dispõe  de campo de futebol de areia com arquibancada, quadra de vôlei de areia, ginásio poliesportivo com arquibancada, para a prática de futebol, basquete, vôlei e tênis. O complexo  dispõe ainda de espaço cultural, com teatro e de área para ginástica, com pista para salto e caminhada, além de pista de skate.

A emenda foi  alocada pela parlamentar comunista ainda na administração Zila Bezerra (PTB), e ganhou a contrapartida do prefeito Wagner Sales (PMDB), para a construção do parque infantil.

“A deputada Perpétua Almeida é um tipo raro de político aqui no Acre. Ela trabalha para a população do estado, sem olhar para as diferenças político-partidárias. Perpétua é um tipo de político que tem o respeito tanto da situação como da oposição”, salientou o prefeito de Cruzeiro do Sul, Wagner Sales que falou da emoção de receber uma ligação da parlamentar, um dia antes de sua posse na prefeitura, comentando sobre o empreendimento que Cruzeiro do Sul ganharia.

O Centro da Juventude de Cruzeiro do Sul  foi batizado de Doverley Dias, em homenagem ao ex-jogador da seleção  de Cruzeiro do Sul, falecido em 2010. A solenidade contou com a presença da viúva, Maria Holanda, filhos e demais familiares do ex-goleiro e está aberto ao público a partir desta segunda-feira 08/08).

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"A Ponte Presidente Lula" (Resultado da Enquete)


A enquete era a seguinte: Escolha o melhor nome para a ponte sobre o Rio Juruá. Apresentei quatro sugestões. 
Foram 109 votos com o seguinte resultado:

Presidente Lula - 57 votos (52%)
Thaumaturgo de Azevedo - 22 (20%)
Cel. Mâncio Lima - 16 (14%)
Edmundo Pinto - 14 (12%)
Obs: Excluído os que tentaram votar duas vezes no mesmo computador.
Foi a escolha dos meus visitantes, porém... deixa pra lá.
Vamos tentar entender os números: 
Lula mesmo sem fazer campanha obteve mais da metade dos votos válidos. É compreensível. Foi a amizade que ele tem com o Acre e com Jorge e Tião que tornou um sonho possível. E entes que digam, FOI CONSTRUÍDA COM O DINHEIRO DO POVO, eu já me adianto, FOI SIM, MAS POR QUE NÃO FOI ANTES?

Quanto as outras opções, Thaumaturgo, Mâncio Lima e Edmundo Pinto, dividiram quase em igualdade os 48% restantes. Acredito que a barbeiragem do prefeito em demolir o monumento do Marechal Thaumaturgo pesou na preferência dos 22 votos.
   
Era apenas uma brincadeira, visto que as obras levam o nome que os marqueteiros arbitram como mais apropriados, ou os nomes que os políticos arbitram como mais “rentáveis eleitoralmente”, mas que imperiosamente devem passar pelos marqueteiros.

A ponte já tem nome – PONTE DA UNIÃO. Vai bem, mas tanto faz. Terá mesmo, como qualquer única ponte de uma cidade no mundo, o nome do rio ou da massa líquida que cruzar. Será para todos a PONTE SOBRE O RIO JURUÁ.

Não poderia ser ESPERANÇA? Julgo mais apropriado para 2012, esperança de que o povo, mesmo com a maquiagem dos 1000 kms de asfalto nas ruas de Cruzeiro do Sul, os 99 (nunca entendi por que não botar logo os 100) computadores no Samambaia, esperança de que finalmente o prefeito escolhido para administrar a cidade seja o escolhido pela cidade, a esperança de que o prefeito da cidade não seja escolhido no programa de mensagens do TFD.

Vai bem, apesar de que, acredito e mesmo depois de concluída a BR-364, servirá principalmente aqueles que sempre duvidaram. Aos que prometeram se atirar dela na inauguração, ou atravessar vestidos de mulher.

Que ela não sirva apenas para unir a Lagoa ao Miritizal. É um belo presente, mas que saibamos reconhecer e agradecer a quem de direito e no momento oportuno.