Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Foco de ataques um cacete!

Há uma semana mais ou menos um amigo me enviou um e-mail de Manaus. Estava preocupado com uma mensagem que apareceu quando tentou acessar este blog. Eu também já tinha visto. Achei que fosse algum probleminha desses que ocorrem nos blogs. E é. Só não descobrimos ainda qual seja. Quase todos os www.blogspot.com estão passando pela mesma situação. Estou cancelando alguns códigos html que incorporei à página para ver se a palhaçada some.
Não tem problema: Se derrepente por aqui não der mais a gente arruma outro endereço. É só me encontrar no google como "Professor Franciney" (apesar de que acho que foi o corno desse tal google que inventou isso) ou no jornalvozdonorte.
Um abraço. 

O que eles falaram sobre a política:

Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos. (Friedrich Nietzsche)

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. (Bertolt Brecht)

O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado. (Albert Einstein)
 
Partido político é um agrupamento de cidadãos para defesa abstracta de princípios e elevação concreta de alguns cidadãos. (Carlos Drummond de Andrade)
 
Nunca faça graça de graça. Você é humorista, não político. (Jô Soares)
 
Como nenhum político acredita no que diz, fica sempre surpreso ao ver que os outros acreditam nele. (Charles de Gaulle)
 
No meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito. (Edmund Burke)
 
A cortesia é o maior feitiço político das grandes personagens.(Baltasar Gracián y Morales)

Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto. (Marquês de Maricá)
 
O poder político nasce do cano da espingarda. (Mao Tse-Tung)

O grande político conhece-se pelo fato de os seus pensamentos viverem depois da sua morte ou da sua derrota. (Napoleão III)
 
"A diferença entre a galinha e o político é que o político cacareja e não bota o ovo." (Millôr Fernandes)
 
Um político pensa na próxima eleição; um estadista, na próxima geração. (James Clarke)
 
Um Estado político, onde alguns indivíduos têm milhões de rendimento enquanto outros morrem de fome, poderá subsistir quando a religião deixa de lá estar com as suas esperanças noutro mundo, para explicar o sacrifício? (François Chateaubriand)

O homem corrupto é um indivíduo fraco que perdeu as qualidades do homem equilibrado e justo. (Textos Judaicos)
 
Um político de génio, quando se encontra à frente dos negócios públicos, deve trabalhar para não se tornar indispensável. (Madame de Stael)
 
A arte do político é fazer que seja do interesse de cada um ser virtuoso. (Claude Helvetius
 
A pátria, como tudo, és tu. Se for também a do teu adversário político, é já problemático haver pátria que chegue para os dois. (Vergílio Ferreira)

E quando se acabarem as palavras...

E quando se acabarem as palavras
E quando não deu certo o que era humano
E quando se esgotarem os discursos
E já não adiantar nenhum recurso
E quando eu tiver feito o que é possível
E quando fazer mais for impossível
Então descansarei bem mais tranqüilo
Então meu coração se lembrará
Confia no Senhor
Confia no Senhor
Procura o ombro dele que ele é Pai
Confia no Senhor
Confia no Senhor
Se não conseguiste
Deus conseguirá

(Pe. Zezinho)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Escrevi o poema abaixo há mais de 15 anos. Poucas vezes escrevi algo tão profundo e verdadeiro.
Na época eu ainda não sabia, mas ele foi escrito para hoje. Na época, assim como hoje, eu ainda não conhecia a infelicidade, mas pelo menos agora ser infeliz já não me aterroriza tanto.
Se pelo menos eu pudesse recomeçar...
Diria sim, ao invés de não. Diria não ao invés de sim. Ou, não diria nada, e não teria conhecido a felicidade.
Triste é quem alguma vez sentiu inveja de mim.


Teus Poemas
Queres ser poeta?
Serás um poeta.
Escreverás como ninguém.
Queres uma puta?
Terás um harém.
Minha felicidade?
Toma também as minhas aparências
Minhas máscaras, meus crimes.
Sonhas com uma estátua,
Um busto na praça,
Uma medalha com teu nome gravado?
Te asseguro também tais regalias.
Mas sabes do amanhecer,
Do entardecer, do espaço além?
Não te angustia a pequenez
Da imensidão do mundo?
Teus poemas não sobrevivem a uma olhada fugaz
Não tem a cor do sangue
A tessitura do vento
O cheiro de relva, de esgoto, de química.
Não comportam sentimentos.
A ciência literária?
Teus poemas não sobrevivem ao paralelo.
Serás um poeta.
Mas teus poemas terão apenas o tamanho do poeta
A religião que ele perdeu 
E os sonhos que ele não pôde sonhar
(Quatro Colinas, pg-35)

domingo, 12 de setembro de 2010

Lei é lei... mas por quatro reais...

A notícia publicada no Jornal Tribuna do Juruá não me surpreendeu em nada.
Serviu apenas para confirmar a tese de que por aqui ainda "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Como nada pode ser feito para mudar o estado das coisas, o máximo que posso é BOICOTAR O TAL SUPERMERCADO E NÃO COMPRAR NADA POR LÁ.
Ainda bem que a defensoria salvou a situação. Avalie por você mesmo:

Funcionário de supermercado acusado de furtar um lanche vai parar no presídio

O patrão do rapaz verificou através do circuito interno de câmeras quando ele saía levando uma fatia de pizza e outra de torta que somadas chegam a um valor de 4 reais. A polícia foi acionada e realizou a prisão em flagrante.  
José Francisco da Costa do Nascimento, 21 anos, funcionário do Supermercado AS, em Cruzeiro do Sul, deixou o presídio Manoel Néri da Silva na sexta-feira, 10 de setembro, por meio de um habeas corpus, impetrado pelo defensor público Celso Mateus. Ele tinha sido preso no dia anterior depois que foi denunciado pelo empresário Assem Cameli, que através das imagens do circuito de câmeras de seu supermercado observou o empregado saindo com o lanche sem efetuar o pagamento.
O acusado disse que teria comunicado a uma funcionária que faria o pagamento ao retornar na parte da tarde, mas a justificativa não convenceu o patrão. Na delegacia os policiais ainda encontraram um pacote de leite dentro da roupa de José Francisco.
O empresário Assem Cameli disse que já vinha observando o funcionário e decidiu denunciá-lo porque produtos de maior valor também poderiam ser furtados.  
www.tribunadojurua.com - Informações de Francisco Rocha

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Engraçadinho...

Poesia não cura dor de dente, mas...

PROCURA DA POESIA

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Independência ou Morte!

O 7 de Setembro é um marco na História do Brasil. O dia da nossa independência, certo?

Certíssimo. Como professor de História, não poderei lhe reprovar pela resposta, e nem é esse o objetivo da História, andar por aí reprovando as pessoas.

Mas pago um picolé para qualquer um que me mostrar o povo brasileiro no "Grito do Ipiranga".

Para ajudar, a famosa pintura "Independência ou Morte" de Pedro Américo (1888). Um dica: procure na sombra, nas bordas do quadro, trabalhando, descalço, assombrado, sem entender patavina.

O Sete de Setembro foi isso: Parafraseando Aristides Lobo. "Uma parada militar onde o povo assistiu bestializado".

Para Cegos, Surdos e Ingratos...

Há dois anos numa reunião no pequeno auditório da Coordenação de Educação em Cruzeiro do Sul, a Deputada Federal Perpétua Almeida se reunia com as lideranças do esporte cruzeirense tais como presidentes de clubes, presidentes da Liga de Futebol, Secretário de Esportes e atletas.

A pauta: Solicitar da parlamentar uma emenda para reformar o Estádio "O Cruzeirão".

Eu também estava por lá. Não como esportista, mas como simples observador. Lembro que o sonho deles(esportistas) não ultrapassava a cota de 500 mil reais. 
Mas Perpétua foi além. E perguntou à platéia: Gente, por quê ao invés de ficar reformando um estádio velho, a gente não faz um estádio novo?

E colocou através de uma emenda parlamentar o primeiro milhão de reais no novo Estádio de Cruzeiro do Sul. 

Nascia ali, naquele momento,  naquela reunião, o novo Estádio de Cruzeiro do Sul. E hoje, prestes a ser inaugurado, o Arena do Juruá é a realização de um sonho de muitas décadas. 

É a possibilidade de apagar da memória um passado de enganação, e pilantragem, quando políticos mal intencionados até chegaram ao ponto de expor no hall da prefeitura a maquete de um estádio e a foto em que o Ministro dos Esportes (o Pelé, na época) liberava o dinheiro. 

O Arena é, ao contrário da referida maquete, obra de muitas mãos. Quase todos os deputados federais do Juruá, uns mais, outros menos, contribuiram com emendas para que chegássemos a quase inauguração. 
É por isso que digo: Êta, povo difícil, meu Deus...! Cego, surdo e ingrato.
A obra encontra-se na fase de acabamento de interior, cultivo de grama para plantio em cerca de 40 dias, cobertura das cabines e tribunas de honra e implantação do acesso ao estádio. "É uma obra à altura do povo do Juruá", disse o governador, agradecendo a presença dos desportistas. "Quero agradecer por vocês terem vindo, trazendo bons fluídos para cá", completou.

O governador constatou que as obras estão em ritmo acelerado, dentro da qualidade exigida pelo Estado e somente não serão entregues na data esperada de 28 de setembro, aniversário de Cruzeiro do Sul, por causa da grama. O tempo seco levou a empresa fornecedora da grama a desistir de trazê-la da região Sudeste e cultivar a planta em um viveiro construído especialmente para esse fim.

O sistema de dreno é dos mais avançados e já mostrou que funciona muito bem no período de chuva com o escoamento rápido da água de chuva, evitando acúmulo no gramado. A rega da grama é feita com aspersores embutidos que são acionados em horários programados. A rede está ao entorno de todo o campo e, de acordo com o secretário de Obras, Eduardo Vieira, é muito eficiente. "Se chover, imediatamente fica seco", explicou.

O gramado é semelhante ao europeu, mas no Acre há a vantagem do clima, situação que aliado à qualidade da grama selecionada, coloca o estádio entre os melhores da região norte. A Arena do Juruá integra um complexo de equipamentos em que se envolvem quatro convênios que somam mais de R$ 18 milhões.

A Arena do Juruá tem o mesmo padrão da Arena da Floresta, em Rio Branco, construída dentro das normas exigidas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). O estádio conta com a proteção de um sistema de pára-raios dos mais modernos. No vestiário, os atletas têm à disposição uma piscina de hidromassagem e gramado sintético para aquecimento. O estádio conta com elevador adequado à portadores de necessidades especiais e a arquibancada contém medidas que atendem aos cadeirantes.

Projeto atende às mais novas regras da Fifa

A Arena da Floresta foi construída dentro de padrões internacionais e das regras da Fifa. A Arena do Juruá é diferente porque contempla o que há de mais atual nas regras das obras de futebol. O projeto foi elaborado pela mesma equipe técnica que idealizou a Arena da Floresta, assegurando semelhante qualidade para o gramado, inclusive. O espaço da Arena do Juruá - com belíssima vista para a floresta de buritizais que circunda a região -terá um local destinado à realização de grandes eventos, como exposições e shows. A capacidade da Arena deve ser de até 20 mil pessoas quando completadas todas suas fases. Nesta etapa, a obra da Arena do Juruá está gerando 115 empregos diretos.
Imagens e texto: Jornal Voz do Norte

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quando te faltarem as palavras,
quando o vazio envolver teu próprio coração,
busca os poetas e os sofredores
Eles te farão companhia.

Vivi, estudei, amei e até cri,

E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.

Fernando Pessoa - Tabacaria

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Você sabe identificar o "Voto de cabresto"?

Leia atentamente e compare. O texto foi extraído do blog do Professor Leonardo Daniel. É incrivel como passam os anos e a história continua reproduzindo tais anomalias. Êta, povo besta, meu Deus!


O voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito recorrente nos rincões mais pobres do Brasil como característica do coronelismo.

A figura do coronel era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votassem nos candidatos por ele indicados. O coronel também utilizava outros recursos para conseguir seus objetivos políticos, tais como compra de voto, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

No sistema político e eleitoral brasileiro, nos dias atuais, é muito difícil controlar o voto das pessoas. Mas há novos mecanismos de pressão que são usados. Por exemplo, anotar as secções em que os eleitores de uma determinada família ou localidade votam, para depois conferir se a votação do candidato correspondeu ao que se esperava dos eleitores. Embora não seja possível se determinar "quem" votou em "quem" por este método, ele é eficaz entre a população mais pobre como instrumento de pressão psicológica.

Mas há também o uso de poder das milicias, nas comunidades pobres, que obrigam os moradores locais a votar em quem eles querem, ou não permitem o voto em candidatos cujo a milicia não aceita; se a população não cumpre a milícia pode abusar do poder e causar mortes ou parar de "ajudar" os moradores.

A compra do voto ainda é muito praticada e é eficaz.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Trabalhador o quê, rapaz!


Em casa, sem meu consentimento, entra pelas fendas do mundo, a campanha política. Nos poucos instantes em que estou em casa. Nos raros instantes em que é permitido a um trabalhador desfrutar da família.

Tudo ainda muito calmo, silencioso demais, preocupante demais. Esse silêncio dos políticos é muito preocupante. Alguns falam em assombrosos (para nós) três milhões de reais para serem despejados na campanha deste ano apenas de uma campanha para deputado federal. Meus olhos já se assustaram com a frota de 15 veículos da campanha de uma candidata a deputada estadual. Tem um elemento contratado apenas como manobrista.

Quando faltar uma semana para o pleito... imagino os esquemas que serão planejados. Calculo que Cruzeiro do Sul jamais terá visto uma campanha mais rica e mais silenciosa... Dinheiro no meio da perna (ou na cueca), a se recolher com vassoura no meio da rua.

Apesar de silenciosa, nos raros momentos em que se ouve algum candidato, cantado num carro de som, o volume baixo e a alta velocidade podem indicar várias razões: As autoridades ambientais estão marcando em cima quanto ao volume do som; os políticos estão com vergonha ou medo dos eleitores e por isso andam correndo; ou eles finalmente se conscientizaram. Será? Faz-me rir... diria um amigo meu.

Algumas músicas de candidato, ou os famosos “jingles” são algo mais falso que nota de três reais. Foi-se o tempo em que a música tinha alguma conexão com o candidato. Lembro de algumas de sucesso por aqui e que infelizmente também, pouco diziam da verdade: Algumas então...

“Pedro, Pedro, Pedro, Negreiros é seu sobrenome/ Pedro, Pedro, Pedro, ele é trabalhador, vamos votar nesse homem”.

“Fique sossegado conterrâneo/ João Tota vem aí pra te ajudar...”

“No dia três de outubro, vou votar na eleição/ Escolher um candidato que tenha voz e ação... Napoleão, Napoleão...”   

 “Tira voto do PT que até hoje nada fez, Vote na Zila Bezerra que é amiga de vocês”. Como é que é? Kkkkkkkkkkk.

“... que tem uma língua de tamanduá...”

Até quando vamos continuar sendo enganados por essas musiquinhas? Agora, o que surpreende mesmo é o descaramento de alguns. O elemento nunca estudou, sempre viveu às custas do suor dos outros, sempre teve tudo desde que nasceu, nunca passou necessidade, nem deu um prego numa barra de sabão (também nunca vi sabão pregado por ai) e vem dizer que é trabalhador.

Trabalhador o quê, rapaz! Te enxerga animal! Fosse o pai dele eu até daria um desconto. Trabalhador é o meu pai, o seu, o do vizinho, é você mesmo. Você é que é trabalhador. Você é que sua, que rala desde criança, que foi à escola de kichute, de sandália havaiana ou até descalço. Que levou seus cadernos dentro de um saco de bolacha Papaguara, e sua merenda de farofa dentro de uma lata.

Trabalhador é você, que economizou o pouco que tinha para comprar a primeira bicicleta. Que não ganhou um carrão de presente de natal quando ainda nem tinha carteira de habilitação.

Trabalhador é você, escora a casa para que ela não desabe sobre a família.

Que passa o dia subindo e descendo ladeira empurrando carro de picolés ou de açaí.

Que se lasca, se acabrunha, perde os cabelos e o sono, preocupado com o futuro...

Esse sim é o verdadeiro trabalhador.