Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Páginas da Minha História

Ontem, 29 de dezembro, saboreei a ultima página de Páginas da Minha História, do agora conhecido (como escritor) Edson do Vale Sidou.


O livro foi um dos meus presentes de Natal, ofertado pela minha esposa e gentilmente autografado pelo autor ali mesmo no balcão da Drogasid.

É a seleção dos melhores e mais heroicos momentos de sua vida e uma viagem à Cruzeiro do Sul dos últimos 62 anos “antes de tudo”.

A minha vontade era realizar a leitura em um único round, sem pausas, em menos de um dia, mas não foi possível. Tão logo iniciei a leitura, percebi estar diante de uma biografia diferente. “Páginas da Minha História” merecia um olhar mais profundo. E assim, desliguei os motores e desci na “bubuia”, sem pressa, em quatro dias.

A modéstia parece mesmo acometer os bons escritores, se um escritor apresenta sintomas de vaidade, se pavoneando das suas obras, desconfie da verdade expressa em suas linhas. Assim também, modestamente, o mais novo escritor do Juruá do alto dos seus 83 anos de vida afirma que não “ostenta certificados e que suas linhas são tortas”.

Não ostentar certificados para quem pretende escrever a verdade é uma vantagem, estamos cansados de ver intelectuais, diplomados até (sabe-se lá onde) empregarem suas letras a serviço do mal e da difamação, transformando pilantras em heróis, ladrões em benfeitores e... (melhor ficar por aqui). Mas e daí, Deus não escreve por linhas tortas? ora!

Tortas e expressivas..., assim, me vi adolescente transportado à Foz do Tarauacá admirando o por do sol, imaginado o que viveria a imaginar, boêmio em Cruzeiro do Sul, recém casado e vendo a casa encher-se de filhos, desafiando a Ditadura Militar, e vencendo... um a um os adversários gratuitos e as dificuldades do tempo, sem jamais perder a esperança, a ternura e a altivez.

A melhor aula sobre a História de Cruzeiro do Sul, principalmente no capítulo “Comunicações”. Edson Sidou e sua história de vida, nos oferece uma oportunidade de voltar ao passado sim, isso é latente em cada detalhe, minúcias, pormenores, (é possível sentir o cheiro da mesa da cozinha onde a funcionária da casa da infância em Eirunepé desossava os bois), sim, é uma aula de História, mas o que me causou maior admiração em sua narrativa foi o exemplo de vida, (que já assimilei para repassar aos meus filhos). Abstrai de sua narrativa que é possível vencer pela honestidade, pelo caráter, pela simplicidade e principalmente pela fé em Deus.

Finda a leitura, algumas certezas: “Páginas de minha história” é apenas um ponto de partida, o Juruá aos poucos vai se mostrando e certamente a maior delas, a de que a história de Cruzeiro do Sul(como toda história que valha a pena) é a história de seus moradores. Edson do Vale Sidou é um dos mais ilustres, não apenas pelo livro, mas pelo exemplo de cidadão e pai de família.

Sua narrativa é a um só tempo sublime e austera e quem sou eu para julgar os sentimentos que se desprendem dela? Eis alguns trechos:

“Nessa cozinha havia um grande fogão à lenha, um tambor de ferro de duzentos litros (depósito de água) encostado à parede ao lado do jirau de lavar louças”.
“(...) Era um homem vaidoso e arrogante. Durante a primeira entrevista, chegou a dizer que nem mesmo o tempo impediria a conclusão dessa rodovia pelo Batalhão do Exército(...)”.

“Em seguida, saiu dirigindo uma enorme “moto-script” seguido de muitos outros veículos pesados, desfilandpo pela ruas da cidade, como em uma grande parada, transmitindo a toda a população uma mensagem de força e poder”.

domingo, 29 de dezembro de 2013

50 anos do golpe militar. O que fazer?

Em 2014, o Brasil viverá a mais dolorosa efeméride de sua história: 50 anos do golpe de Estado.

O que está sendo preparado pelo governo, pelos partidos, pelas organizações civis e pela mídia para que o passado não seja esquecido?


A coincidência com ano eleitoral, Copa do Mundo, e prováveis protestos de rua, nos dá a chance de forçarmos o Brasil a fazer o que até hoje nunca fez: politizar o debate sobre o golpe de 64. Por que ele aconteceu? Quem se beneficiou? Quem são os herdeiros do golpe?... (Continue lendo AQUI)

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Valeu, Madiba!

"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".

(Discurso de posse, em 1994 de Nelson Rolihlahla Mandela 1918 – 2013)

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Brasil por Jefferson Peres.

Jefferson Peres foi senador pelo Amazonas. Faleceu em pleno mandato em 2008 aos 76 anos. 
Combativo, destemido, anunciou no dia 30 de agosto de 2006 que desanimado com os descaminhos da classe política brasileira, encerraria sua vida pública ao fim do mandato. Naquele dia, o pequeno grande homem de política brasileira proferiu para uma plateia de menos de dez senadores um dos discursos mais indignados e verdadeiros do senado. Vale a pena conferir.

  

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Mensalão ainda vai desmoralizar muita gente

Globo dá sinais de que, se farsa ruir, Barbosa é quem vai pagar a conta

Conquistada a condenação dos réus da Ação Penal 470, o chamado mensalão, a Globo agora quer transferir o ônus do golpismo para o STF, mais especificamente para Joaquim Barbosa. Não parece ser por virtude, mas por esperteza, que William Bonner passou um minuto no Jornal Nacional de  quarta-feira (20) lendo a notícia: "Divulgada nota de repúdio contra decisão de Joaquim Barbosa".

Continue lendo no BLOG DA HELENA (RBA)

sábado, 16 de novembro de 2013

A politicagem venceu na disputa para manter o Acre atrasado,mas...

E se pudéssemos votar outra vez em um novo referendo? Um novo referendo, descontaminado da manipulação política, com o povo plenamente consciente e sem medo do inferno por não estarem vivendo no "horário de Deus".


"Convoco a população do Estado do Acre e a quem interessar possa para assinar esta petição que tem por objetivo exigir a realização de um novo e definitivo referendo a respeito do horário que deve vigorar. Pois, o referendo anterior foi realizado precipitadamente baseado na poderosa arma de disputa política que se tornou o que notadamente induziu a população a erro.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Quando será a exumação do cadáver envenenado do julgamento do 'mensalão'?

No dia 14, os restos mortais do ex-presidente João Goulart (Jango) foram recebidos com honras de chefe de Estado em Brasília, cerimônia que não teve quando morreu em 1976, porque a ditadura que o derrubou com um golpe não permitiu, mesmo se tratando de um quadro da galeria de ex-presidentes.

O corpo de Jango também foi exumado para recolher amostra para análise sobre o possível envenenamento, no âmbito da Operação Condor que assassinava líderes oposicionistas das ditaduras do cone sul.


Assim como o possível envenenamento,... Continue lendo AQUI 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Retinas...

Retinas 
Maciel Melo

Um dia se eu mergulhasse
E num mergulho penetrasse
Através dessas retinas
Através dessas meninas
Dos teus olhos colibris
Tão flutuantes fluentes
Tão cantantes tão contentes
Meninas tão... meninas tão bem...
Meninas tão bem-te-vis
Desataria da garganta
Esse travor de fogo e sol
E cantaria o rouxinol
Decantaria juritis
Galo de campina
Sabiá, xexéu, rolinha
Grava tua voz na minha
Canta o fogo se apagou
Que no Sertão do meu penar
Brotaram mágoas
Que o meu pranto hoje deságua

Na cacimba que secou.

Veja no You Tube

sábado, 9 de novembro de 2013

Agora é pra valer - O Acre deve ser atrasado.

A partir de Zero hora deste domingo, dia 10 de novembro, a população do Acre deve atrasar seus relógios em uma hora. O ajuste é uma imposição da Lei 12.873 – aprovada este ano no Congresso Nacional por iniciativas de parlamentares acreanos.

De imediato, a hora local do Acre fica com três horas a menos que a Hora Oficial do Brasil, em função do horário verão. É uma diferença considerável e exige atenção para evitar maiores prejuízos, sobretudo em relação a comunicação em tempo real, relações comerciais, obrigações bancárias, sérvios pela internet, programação de emissoras de rádio e televisão, entre outros meios de interatividade e integração indispensáveis nos dias atuais.


Por isso, pede-se a atenção de todos para as consequências do atraso de seus relógios em uma hora a partir deste domingo.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Diálogos imprecisos...

Não sei bem do que se tratava, mas um dos elementos dizia:
_ Aquele tal de Celso Freitas me enganou, ah se eu pego aquele desgraçado!
E o outro: 
_ Ele ainda me roubou 5.000 mil, e tu, perdeu quanto?
Seguiram, e eu fiquei pensando. Seria o terrível ladrão o mesmo Celso Freitas da TV?
Fui pesquisar e...olha o que encontrei:

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Há deputados e "deputados"

Uma boa notícia me faz levantar da estagnação: A aprovação na Câmara dos Deputados da chamada PEC dos Soldados da Borracha. 

Presidindo a seção a Deputada Federal Perpétua Almeida. Assisti a votação ao lado do seu pai, meu avô, de 91 anos. 
O homem estava emocionado com a filha presidindo os trabalhos legislativos, nem conseguiu falar, de ver a filha, criada com enorme sacrifício lá em Porto Walter, ajudando na defesa do direitos de milhares.
Amanhã, poderá sair à rua e com orgulho responder a quem o perguntar: A minha filha promete o que fala, rapaz, se ela falou, ela cumpre! 
Meu avô pouco entende de política, mas sabe reconhecer um bom político. Perpétua tem empenhado seus mandato na defesa de várias boas pautas. Enquanto outros...
Fosse ela igual a uns párias que eleitos para defender os interesses do povo, gastaram todo o mandato para atrasar o Acre, a PEC não teria sido votada. Há, infelizmente, deputados e "deputados", há senadores e "senadores".
Perpétua sabe que apenas uma parte da guera foi vencida, mas a luta continua e muito ainda precisa ser feito, e tudo fará para que uma injustiça de décadas seja reparada.   

domingo, 27 de outubro de 2013

Essa é ótima...

Muitos partidos, quase todos repartidos e poucas, pouquíssimas diferenças entre eles. De certo mesmo é que todos os partidos podem ser separados em dois: O dos que estão comendo e o dos que querem comer.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Perpétua Almeida anuncia acordo para votar PEC dos Soldados da Borracha na Câmara

Será no dia 5 de novembro a votação da proposta do governo ao Projeto de Emenda à Constituição nº 556/2002, conhecida como PEC dos Soldados da Borracha, anunciou no plenário a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC), depois de colher mais de 200 assinaturas na Câmara e promover várias rodadas de negociações com o governo e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Henrique Alves.

A proposta será apresentada pelo líder do governo na Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), e prevê pagamento de bônus, a título de indenização, de 25 mil reais para os soldados da borracha, Heróis da Pátria vivos, e 25 mil para as viúvas ou dependentes que já recebem a pensão. Os 25 mil reais serão pagos em única parcela para 12 mil beneficiados no Brasil, sendo sete mil no Acre.

A proposta que vai à votação prevê, ainda, reajuste nas pensões atuais que passarão para 1.500 reais, reajustas nos índices de correção das demais aposentadorias do Brasil.

Segundo a deputada Perpétua, "é importante que todos os líderes de partidos concordem com o que acertamos: anexar à proposta do governo a matéria original, para que ela não precise mais passar pelos trâmites normais e assim seja votada ainda este ano. Sem acordo, nos trâmites normais, não daria tempo para votar este ano”.

Para ser aprovada, a PEC do governo precisará de 308 votos favoráveis em cada uma das votações. Depois de aprovada na Câmara, segue para o Senado, onde é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e depois pelo Plenário e votada em dois turnos. Caso não sofra alterações no Senado, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado e entrará em vigor tão logo seja dada publicidade no Diário Oficial.


“Estou esperançosa com esta votação. Não é o acordo que eu queria e nem o que os soldados da borracha merecem, mas é o acordo possível. Depois de 10 anos nessa briga, quando tantos até já morreram e outros tantos já tinham perdido as esperanças, colocar 25 mil reais no bolso e movimentar 200 milhões na economia do Acre, já me sinto feliz. Melhor do que continuar mais 10 anos na espera, na luta, e depois não ter mais ninguém vivo para receber", declarou a deputada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"Jornal Nacional" omite prêmio importante do Bolsa Família

O principal telejornal da TV Globo está demonstrando um parcialismo político e antipopular cada vez mais despudorado. 
Na edição de terça-feira (15), não mostrou a principal notícia sobre mais um êxito de uma política pública que combate um dos problemas históricos do Brasil, a pobreza. 
O Programa Bolsa Família ganhou um prêmio internacional comparável a vencer uma Copa do Mundo na erradicação da pobreza.
O prêmio foi concedido pela principal instituição que promove a seguridade social no mundo e atua em 157 países, a Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA). É uma premiação rara... Leia mais aqui

terça-feira, 15 de outubro de 2013

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Há 50 anos, Edith passou.

11.10.1963 - Em Plascassier na França, aos 47 anos, morria Édith Giovanna Gassion ou simplesmente Édith Piaf. 

É a maior cantora francesa. Sua vida, nada rosa, permeada de tragédias, se refletiu e norteou sua obra. (Ver BIOGRAFIA).
Pela arrebatadora interpretação da "La Marseillaise" (Hino da França) já bastaria para torná-la imortal e reconhecida, mas sua obra foi muito além. 

Aqui no Brasil, "Hino ao Amor", uma das suas canções mais famosas, foi cantada por artistas como, Dalva de Oliveira, Núbia Lafayete, Altemar Dutra, Maysa, Gilliard, Agnaldo Timóteo, Wilma Bentivegna e tantos outros.

Piaf e sua obra se fizeram presentes em diversos filmes, inclusive em filmes de guerra (o Resgate do Soldado Ryan, por exemplo). Mas a canção de Piaf que me faz ir busca-la em tão longa data é "Non je ne regrette rien", de 1956. 

Abaixo, duas brillhantes interpretações: A primeira é do filme "La Môme"(2007) de Olivier Dahan, com Marion Cotillard no papel de Piaf. A segunda é de Cassia Eller.


domingo, 13 de outubro de 2013

Voa...

Para um domingo nublado e cheio de esperanças.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Um mundo sem professores...

"O ano é de 2063 D.C - ou seja, daqui a cinquenta anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
– Vovô, por que o mundo está acabando? A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E, no mesmo tom, vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?


O velho responde, então... Continue lendo AQUI

Fonte: História Pensante 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Marineiros radicais já começam fogo amigo e a pedir 'Fora Campos'

Diz a sabedoria popular que casamentos por interesse, e não por amor, costumam ter dois dias felizes: o da cerimônia e o do divórcio. Passada a festa começam a aparecer os problemas em escala crescente.

No "casamento" político de fachada entre Marina Silva e o PSB de Eduardo Campos, com o divórcio já anunciado para depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializar a criação do partido Rede Sustentabilidade, já começam a aparecer as divergências.

Nas redes sociais nota-se o sentimento de decepção da grande maioria dos "sonháticos". Outros, ainda mal informados, acreditam que Marina Silva entrou no PSB para continuar candidata a presidente, ignorando que o partido já tem dono e candidatura própria. E uma minoria, de entusiastas da candidatura da ex-senadora, já faz uma guerrilha virtual para impor o nome de Marina na cabeça da chapa, defenestrando o projeto político de Eduardo Campos.

Alguns marineiros não perderam tempo. No próprio sábado (5) – dia da festança de casamento –,  antes mesmo de, digamos, partir o bolo, começaram a disparar panfletos virtuais, iniciando uma campanha viral com a mensagem: "Entre nessa campanha você também. Não quero Eduardo Campos, quero Marina Silva. Curta e Compartilhe!".

Nas recentes pesquisas eleitorais, Marina Silva aparece com até seis vezes mais intenções de votos do que Campos, dependendo do cenário simulado. Se esse quadro persistir por mais alguns meses (e há grande probabilidade de que persista), as pressões para Marina encabeçar a chapa devem crescer, complicando a vida de Campos – o que pode provocar sérias discussões domésticas sobre a relação.

Opiniões que alimentam essa desconfiança não faltam. Por exemplo, o ex-candidato à Presidência da República pelo Psol Plínio de Arruda Sampaio disse em alto e bom som: "Se Eduardo não se cuidar, a Marina passa a perna nele. Ela é muito esperta e pode tirar a candidatura dele. A Marina é carreirista."

O jornalista Paulo Moreira Leite, da revista IstoÉ, já especula o deslocamento de Eduardo Campos para uma candidatura ao Senado por Pernambuco, cedendo a candidatura presidencial para Marina Silva, como uma saída honrosa para Campos, caso não decole, sem se queimar entre seus seguidores.

É uma lógica política meio enviesada, mas obedece à mesma lógica de conveniência da entrada de Marina no PSB, caso Campos se sentir que sairá menor do que entrou no processo eleitoral, se queimando para o futuro.


Só não obedece à lógica da confiança do eleitor, diante de tanto malabarismo por ambições políticas pessoais, em detrimento dos interesses coletivos da população, e pior ainda, contrariando toda a pregação de Marina contra a "velha política", que antecedeu o casório.

Blog da Helena em Rede Brasil Atual

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Hoje na História

7.10.1571 - A famosa Batalha Naval de Lepanto. Naquele dia uma esquadra da Liga Santa (República de Veneza, Reino de Espanha, Cavaleiros de Malta e Estados Pontifícios), sob o comando de João da Áustria, venceu o Império Otomano, no dia 7 de outubro de 1571, ao largo de Lepanto, na Grécia. Esta batalha representou o fim da expansão islâmica no Mediterrâneo. Caso os cristãos tivessem perdido, possivelmente nós brasileiros seríamos muçulmanos.
Imagem: wikipédia

domingo, 29 de setembro de 2013

Dona Carmélia...

Quando cursava História pela UFAC tive a oportunidade de conhecer Dona Carmélia. 

Era na ocasião a parteira "das antigas" mais famosa de Cruzeiro do Sul. Estava em plena atividade, inclusive com uma paciente em casa (do Bairro da Olivença, se não esqueci). 

O nosso trabalho de pesquisa exigia pesquisa com as parteiras e lá fomos nós (Adriana que é neta e facilitou as coisas, Profº Nascimento, Tânia Pereira, Suiane Silva e eu). 

Assim, foi com alegria que vi publicado no site G1 uma bela reportagem de Genival Moura sobre essa heroína anônima. Compartilho.

Aos 88 anos, parteira já trouxe mais de duas mil crianças ao mundo.

sábado, 28 de setembro de 2013

Cruzeiro do Sul nasceu na Boca do Moa
POR ARQUILAU DE CASTRO MELO


Cruzeiro do Sul comemora 109 anos de fundação neste sábado (28).  A cidade foi, provisória e inicialmente, instalada no local denominado de Invencível, na confluência dos rios Juruá e Moa (Boca do Moa). Ali, o seu fundador, o marechal Gregório Thaumaturgo de Azevedo, fez construir algumas barracas em madeira cobertas de palha, `a margem direita do Rio Juruá, para acolher militares e servidores civis  destacados para servir ao Departamento do Alto Juruá .

Foi no Invencível,  por exemplo, que no dia 12 de setembro daquele ano -16 dias antes de fundação oficial de Cruzeiro- que se instalou, numa barraca, o foro do Distrito do Alto Juruá,  tendo como juiz o magistrado Fernando Luiz Vieira Ferreira, em solenidade da qual tomaram parte várias autoridades, dentre as quais o próprio marechal Thaumaturgo.

No dia 28 de setembro de 1904, no mesmo dia de inauguração da cidade, Thaumaturgo baixou decreto transferindo-a da Boca do Moa para a localidade Centro Brasileiro aonde aconteceu a solenidade.  Em discurso, Thaumaturgo, vigoroso defensor da extinção da escravidão no Brasil, explica por que escolheu a data:

 “Hoje, data também memorável, anniversitaria de um grande facto político-social, alcançado depois de gloriosa luta intellectual (...)no parlamento do imperio pelo(...)da saudosa memória, (...)Maria da Silva Paranhos, (...)deliberei decretar a fundação sede permanente da Prefeitura a que consta o nome de “Cruzeiro do Sul”, para commemorar  n’esta data o anniversario da inesquecível lei n. 2040 de 28 de setembro de 1871 e em honra do imortal feitor dessa grandiosa lei.”

A Lei  2040 é conhecida como a lei do Ventre Livre, promulgada em 28 de setembro de 1871, assinada pela Princesa Isabel, que considerava livre todos os filhos de mulher escrava nascidos a partir da data da lei.  Ela foi um marco para a futura abolição da escravatura, que ocorreu somente em 1888.

Mas mesmo depois de fundada, como capital do Departamento do Alto Juruá, cujo território se estendia até o hoje município de Feijó, Cruzeiro do Sul tinha apenas o status de vila. Somente depois de quase dois anos, em 31 de maio de 1906, é elevada à condição de cidade, pelo seu fundador ao argumento de que já tinha “proporções superiores às de uma Villa e até às de muitas cidades do interior do Brazil”. Eis o decreto:

Um homem de caráter

Thaumaturgo nasceu no estado do Piauí. Era engenheiro, bacharel em matemática, bacharel em direito e galgou todos os postos do Exército Brasileiro até chegar ao posto de marechal. Foi secretário da Comissão de Limites entre Brasil e Venezuela, governador dos Estados do Piauí e Amazonas e prefeito do Departamento do Alto Juruá. Seus biógrafos, invariavelmente, o classificam como homem honrado, inteligente e enérgico.

O diplomata português Manuel Fran Paxeco, que foi secretário do Departamento do Alto Juruá, na gestão de Thaumaturgo, em uma obra intitulada “Um Homem de Caráter”, nos diz um pouco de como era o marechal:

 “Não nos iludimos. O Dr. Thaumaturgo é um homem de caráter – em toda a extensão da palavra. A sua energia no castigo dos bandoleiros que por aqui têm aparecido ficará gravada em caracteres de fogo nos anais da República da Amazônia...”,

De fato, a história registra vários momentos em que Thaumaturgo deu provas de seu patriotismo e de sua virilidade. Logo que tomou posse como prefeito cuidou de expulsar “à bala” os peruanos que instalaram uma alfândega para cobrar impostos, principalmente da borracha, na foz do rio Amônea.

Quando convocado pelo governo federal para demarcar a fronteira do Brasil com a Bolívia, antes Revolução Acreana, Thaumaturgo recusou o convite argumentando que a demarcação como se desenhava iria prejudicar milhares de brasileiros que exploravam o corte da seringa. Por esse ato de insubordinação foi punido pelo Exército.

Thaumaturgo estava sempre envolvido em polêmicas. O insuspeito historiador e jornalista Craveiro Costa, que foi secretário de educação na gestão de Thaumaturgo, relata que os prefeitos dos departamentos eram arbitrários e violentos, mas que ele “foi um prefeito honesto e trabalhador, com que atenuava as suas violências...”.

Com a experiência que adquirira como governador dos Estados do Piauí e Amazonas planejou toda a cidade prevendo ruas e avenidas largas, praças públicas, um museu e até mesmo um planetário. Instituiu uma caixa de previdência estabelecendo impostos que deveriam ser recolhidos por aqueles que explorassem o trabalho de índios menores de idade. Criou uma lei trabalhista para reger as relações entre os seringalistas e seringueiros e regulou o livre trânsito dos regatões através dos rios, contrariando os interesses dos seringalistas que entendiam ter a posse dos rios que cortavam seus seringais.

O fundador da capital do Departamento do Alto Juruá, bem assim como os demais prefeitos designados na ocasião para administrar os dois outros Departamentos (Alto Purus e Alto Acre), como era então dividido o território, tinham amplos poderes para escolher, inclusive, os nomes das cidades. O general Siqueira de Menezes, do Departamento do Alto Purus, resolveu homenagear um amigo e também militar dando o nome de Sena Madureira, à capital do Departamento do Alto Purus. Thaumaturgo foi mais feliz com Cruzeiro do Sul.


Arquilau de Castro Melo é desembargador aposentado

Imagem: Google Earth

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Espionagem

Fonte: Blog da Mary

Será o presídio mais caro do mundo.

Um desembargador do Amazonas teve um lampejo de genialidade e descobriu o fogo. A ideia: Transformar a Arena da Amazônia depois da Copa do Mundo de 2014 em um presídio. 

Orçado em mais de 600 milhões, será o presídio mais caro do mundo.

Veja a pérola AQUI 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Qual é a sua letra?

Pesquisando por aí, encontrei uma definição interessante quanto à época em que crescemos.

Descobri que nasci na geração "X",  e você? Vejamos:

O que é Geração Y:

Geração Y, é a geração das pessoas que nasceram após os anos 80, são as pessoas conhecidas também por serem chamadas de geração do milênio ou geração da Internet, que surgiu exatamente por essa época.

A geração Y é conhecida por ser uma geração que vivenciou muitos avanços tecnológicos, crescimento de diversos países, que acabaram tornando-se potências mundiais. As crianças da geração Y cresceram tendo o que muitos de seus pais não tiveram, como TV a cabo, videogames, computadores, vários tipos de jogos, e muito mais.  Por terem esse contato todo com a tecnologia, acabaram ficando conhecidos por serem pessoas folgadas, distraídas, insubordinadas e superficiais, em sua grande parte.

A Geração Y também é conhecida por ter grande ambição, e é normal encontrar jovens dessa geração que trocam de emprego frequentemente, porque no emprego anterior não eram desafiados e não tinham oportunidade de crescer profissionalmente.

As empresas, sempre interessadas com o tipo de público que querem atingir, fazem diversas pesquisas de mercado para saberem qual o produto que a geração Y está interessada, como eles querem ser atendidos, o que eles estão procurando,  pois é um público geralmente muito exigente, sempre antenados em novas tecnologias e novos produtos. A geração Y é um público ávido por inovações, querem ter sempre a televisão mais moderna, o smartphone do momento, todos os produtos mais tecnológicos possíveis.

Em contrapartida, a geração Y também ficou conhecida por ser a geração mais preocupada com o meio ambiente, uma vez que seus pais não se preocuparam tanto, eles estão muito interessados em deixar um bom lugar para seus filhos viverem.

Geração X, Y e Z

Geração X, Y e Z são conceitos sociológicos que caracterizam pessoas que nasceram em diferente alturas. A Geração X consiste em pessoas que nasceram no final dos anos 60 até o início dos anos 70; a geração Y é composta por pessoas que nasceram nos anos 80 (apesar de alguns autores incluírem nesta geração pessoas que nasceram no final da década de 70); a geração Z é representada por pessoas que nasceram na década de 90. Cada geração é influenciada por diversos fatores que influenciam a cultura da sua época (como a tecnologia, desenvolvimento econômico atual do país em questão, etc) e por isso têm formas distintas de viver e pensar.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Um Tribunal de princípios

Perdeu  Merval Pereira, perdeu Reinaldo Azevedo e seus reinaldetes, perdeu Eliane Cantanhêde, perdeu Arnaldo Jabor,  perdeu o PIG, Veja, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo.  Venceu a Justiça, venceu o Estado de  Direito. Venceu o Brasil!
Continue lendo AQUI

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

No Dia da Amazônia...

No Dia da Amazônia poderia ter ilustrado minhas aulas com "Amazônia" de Roberto Carlos, mas preferi KORUBO: MORIR MATANDO, dos produtores Jorge Sanches Gallo e Luis Miguel Domínguez (ver abaixo) por uma razão simples. A espécie humana sem retoques, o homem em estado natural, despojado do supérfluo, em perfeita harmonia com a natureza. Vale a pena conferir.  


domingo, 1 de setembro de 2013

Isso a Globo não mostra, e se você não viu...

Depois de admitir (e nem precisava) que colaborou com o Golpe Militar de 64 (veja o editorial), a Rede Globo tem se contorcido para abafar os protestos contra ela mesma.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Médicos Cubanos (Ipsis Litteris)

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE MÉDICOS CUBANOS

Escrito por HÉLIO DOYLE

(SEGUNDA, 26 DE AGOSTO DE 2013)

- Profundo conhecedor da realidade de Cuba e membro do núcleo de estudos cubanos da Universidade de Brasília, o jornalista Hélio Doyle produziu diversas análises técnicas, e sem ranço ideológico, sobre a importação de 4 mil profissionais pelo governo brasileiro. Os textos foram originalmente cedidos ao 247, agora reproduzidos pelo Correio da Cidadania, e permitem uma maior compreensão sobre um tema que tem gerado tanto debate.

O QUE NÃO SE DIZ SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS
A grande imprensa brasileira, que nos últimos anos exacerbou, por incompetência e ideologia, a superficialidade que sempre a caracterizou, tem sido coerente ao tratar da vinda de quatro mil médicos cubanos: limita-se a noticiar o fato e reproduzir as críticas das associações corporativas de médicos e dos políticos oposicionistas. Mantém-se fiel à superficialidade que é sua marca, acrescida de forte conteúdo ideológico conservador e de direita.

Não conta, por exemplo, que médicos cubanos já trabalharam no Brasil, atendendo a comunidades pobres e distantes nos estados de Tocantins, Roraima e Amapá. Não houve nenhuma reclamação quanto à qualidade desse atendimento e nenhum problema com o conhecimento restrito da língua portuguesa. Os médicos cubanos tiveram de deixar o Brasil por pressão do corporativismo médico brasileiro – liderado por doutores que gostam de trabalhar em clínicas privadas e nas grandes cidades.

A grande imprensa não conta também que há mais de 30 mil médicos cubanos trabalhando em 69 países da América Latina, da África, da Ásia e da Oceania, lidando com pessoas que falam inglês, francês, português e dialetos locais. Só no Haiti, onde a população fala francês e o dialeto creole, há 1.200 médicos cubanos – que sustentam o sistema de saúde daquele país e, como profissionais com alto nível de educação formal, aprendem rapidamente línguas estrangeiras.
O professor John Kirk, da Universidade Dalhousie, no Canadá, estudou a participação de equipes de saúde de Cuba em vários países e é dele a frase seguinte: “A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado”. Segredo porque a imprensa internacional – especialmente a estadunidense – não gosta de falar do assunto.

Kirk contesta o argumento de que os médicos cubanos que atendem as comunidades pobres em vários países não são eficientes por não dominar as últimas tecnologias médicas: “A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum”.

O problema dos que contestam a vinda de médicos estrangeiros e, em especial dos cubanos, é que as pessoas que passam anos ou toda a vida sem ver um médico ficarão muito felizes quando receberem a atenção que os corporativistas do Brasil lhes negam e tentam impedir.

SOCIALISMO E GUERRA FRIA
Duas informações referentes à vinda de médicos cubanos para o Brasil e que podem ser úteis aos que querem ir além do que diz a grande imprensa:

- Cuba é um país socialista e por isso, gostemos ou não, as coisas não funcionam exatamente como em um país capitalista. Como é um país socialista, há a preocupação de manter baixos os índices de desigualdade econômica e social. Por isso nenhuma empresa ou governo estrangeiro contrata trabalhadores cubanos diretamente, em Cuba ou no exterior (nesse caso, quando a contratação é resultado de um acordo entre Estados). Todos são contratados por empresas estatais que recebem do contratante estrangeiro e pagam os salários aos trabalhadores, sem grande discrepância em relação ao que recebem os que trabalham em empresas ou organismos cubanos. Os médicos que trabalham no exterior recebem mais do que os que trabalham em Cuba. Mas, algo como, nem muito que seja um desincentivo aos que ficam, nem tão pouco que não incentive os que saem.
- O governo dos Estados Unidos tem um programa especial para atrair médicos cubanos que trabalham no exterior. Eles são procurados por funcionários estadunidenses e lhes são oferecidas inúmeras vantagens para “desertar”, como visto de entrada, passagem gratuita, permissão de trabalho e dispensa de formalidades para exercer a atividade. Os que atuam na América Latina são os mais procurados e uma condição para serem aceitos no programa é que critiquem o sistema político cubano e digam que os médicos no exterior são oprimidos e mantidos quase como escravos. Os que aceitam as ofertas dos Estados Unidos, os que emigram para outros países ou ficam no país que os recebe depois de terminado o contrato representam cerca de 3% dos efetivos. No Brasil, mantida essa média, pode-se esperar que até 120 dos quatro mil médicos cubanos “desertem”.

UM SISTEMA IRREAL
A citação a seguir é do New England Journal of Medicine: “O sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso (dos EUA) não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

Menções elogiosas ao sistema de saúde cubano e a seus profissionais são frequentes em publicações especializadas e ditas por autoridades médicas e organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, a Organização Panamericana de Saúde e o Unicef. Mas mesmo assim, querendo negar a realidade, médicos e políticos brasileiros insistem em negar o óbvio, chegando ao absurdo de dizer que nossa população está correndo riscos ao ser atendida pelos cubanos.

Para começar, os indicadores de saúde em Cuba são os melhores da América Latina e estão à frente dos de muitos países desenvolvidos. A mortalidade infantil, por exemplo (4,8 por mil), é menor do que a dos Estados Unidos. Aliás, para os que gostam de dizer que Cuba estava melhor antes da revolução de 1959, naquela época era de 60 por mil. A expectativa de vida dos cubanos é também elevada: 78,8 anos.

Outro, aliás, quanto aos saudosistas: em 1959, Cuba tinha seis mil médicos, sendo que três mil correram para os Estados Unidos quando viram que não haveria mais lugar para o sistema privado de saúde e que os doutores elitistas e da elite perderiam seus privilégios. Hoje tem 78 mil médicos, um para cada 150 habitantes, uma das melhores médias do mundo. Isso permite a Cuba manter mais de 30 mil médicos no exterior. Desde 1962, médicos cubanos já estiveram trabalhando em 102 países.

Em 2012 formaram-se em Cuba 5.315 médicos cubanos em 25 faculdades públicas e 5.694 estrangeiros, que estudam de graça na Escola Latino-americana de Medicina (Elam). A Elam recebe estudantes de 116 países, inclusive dos Estados Unidos, e já formou 24 mil estrangeiros.

Os médicos cubanos se formam após seis anos de graduação, incluindo um de internato, e mais três ou quatro anos de especialização. Os generalistas, que atendem no sistema Médico da Família (um médico e um enfermeiro para 150 a 200 famílias, e que moram na comunidade que atendem), são preparados para atuar em clínica geral, pediatria, ginecologia-obstetrícia e fazer pequenas cirurgias.

Dos quatro mil médicos que vêm para o Brasil, todos têm especialização em medicina de família, 42% já trabalharam em pelo menos dois países e 84% têm mais de 16 anos de atividade. Grande parte já atuou em países de língua portuguesa, na África e em Timor-Leste. Foi em Timor, a propósito, que ocorreu o fato seguinte: o embaixador estadunidense exigiu do então presidente Xanana Gusmão que expulsasse os médicos cubanos. Xanana perguntou quantos médicos dos Estados Unidos havia no Timor-Leste e quantos o país mandaria para substituir os mais de duzentos cubanos que estavam lá. Diante da resposta, de que havia apenas um, que atendia os diplomatas norte-americanos, e que não viria mais nenhum, Xanana, simplesmente, disse que os cubanos ficariam. E estão lá até hoje. Falando português.

OS LIMITES DO CORPORATIVISMO
1 – Sindicatos de trabalhadores existem para defender os interesses das categorias profissionais que representam. São corporativistas por definição.

2 – É natural que esses interesses conflitem com os de seus empregadores, especialmente em questões ligadas à remuneração e condições de trabalho.

3 – Muitas vezes os interesses de uma categoria batem de frente com interesses de outras categorias, e aí cada sindicato defende seus representados, o que também é natural.

4 – Outras vezes os interesses de uma categoria colidem com interesses do país e da sociedade. Essa é uma questão complicada: quem tem legitimidade para definir os interesses nacionais é a população, que só é consultada quando elege seus governantes e representantes. E esses governantes e representantes têm, muitas vezes, sua legitimidade contestada.

A contradição entre interesses corporativos e interesses nacionais e da sociedade, assim, só pode ser resolvida pelos que têm legitimidade para expressar esses interesses nacionais e da sociedade em seu conjunto.
Nos últimos dias, tivemos três bons exemplos de como os interesses corporativos colidem com os da sociedade. São três causas que podem interessar às categorias profissionais, mas violam a legislação e ferem os direitos humanos e sociais:

- O sindicato dos servidores no Legislativo defendeu que funcionários da Câmara e do Senado recebam remunerações que superam o teto salarial que deve vigorar para todos.

- O sindicato dos aeroviários defendeu a tripulação que criou absurdos e desnecessários constrangimentos a uma criança de três anos e a sua família, por causa de uma doença não infecciosa.

- Os sindicatos de médicos são contra o trabalho de médicos estrangeiros no Brasil, mesmo não havendo médicos brasileiros interessados no trabalho que eles vão fazer.

O corporativismo é inevitável, e os interesses corporativos devem ser discutidos e considerados. Não podem é prevalecer quando contrariam interesses e direitos da sociedade: o teto salarial dos servidores tem de ser respeitado, ninguém pode ser submetido a constrangimentos por causa de uma doença e as pessoas têm o direito de receber assistência médica, seja de um brasileiro ou de um estrangeiro.
Sistema cubano dá “de lavada”

As frases a seguir são de um médico cubano radicado no Brasil desde 2000. Insuspeito, pois abandonou Cuba. Formou-se lá e se especializou em epidemiologia e administração da saúde. Trabalhou por dois anos em Angola e veio para Santa Catarina em um acordo da prefeitura de Irati com o governo de Cuba.

Dois anos depois resolveu ficar no Brasil, onde vive com a mulher e quatro filhos. Critica o sistema de pagamento aos médicos, dizendo que ficava com 50% do que era pago pela prefeitura. Mesmo tendo “desertado”, não entra na onda dos médicos brasileiros e dos oposicionistas de direita que atacam a vinda dos cubanos.
O que o médico cubano Alejandro Santiago Benítez Marín, 51 anos, disse ao portal G1:

“Em dois meses, eu já entendia perfeitamente tudo (diferenças culturais, língua). Fazer medicina é igual em todo o lugar, só muda o endereço”. “Eu não sou contra que eles venham, não. Os médicos cubanos são muito bons, nossa medicina é a melhor do mundo. Só não concordo com a forma como o governo quer pagar, repassando o dinheiro para Cuba e Cuba vai decidir a quantia que vai repassar. Isso não tem cabimento”.

“Há médicos cubanos fazendo um excelente trabalho no Norte e Nordeste. O Conselho Federal de Medicina tem nos ofendido sem necessidade desde o início, chamando-nos de curandeiros, feiticeiros. Eu sou incapaz de ofender um médico brasileiro, mesmo conhecendo médicos brasileiros que cometem erros, a imprensa publica sempre. Tem médico ruim e bom tanto no Brasil quanto em Cuba. Não temos culpa do que está acontecendo no Brasil e que os médicos de fora têm que vir”.

“Em Cuba é bem mais fácil o atendimento, não tem esta fila que há hoje no SUS, em que há a demora de três meses para a realização de exames simples, como ultrassonografia ou ressonância. Em Cuba este exame é feito no mesmo dia ou na mesma semana. Esta demora faz o diagnóstico médico ter que esperar”.

“O sistema cubano dá ‘de lavada’ no SUS, tanto no atendimento normal quanto de emergência. A especialização nossa é muito boa, tanto que Cuba exporta médicos para mais de 70 países”.