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sábado, 7 de novembro de 2009

Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada

Andei pesquisando sobre “intolerância”. Pesquisei porque tentava entender que porcaria de Universidade é essa tal UNIBAN que massacrou uma jovem, aluna da própria universidade, apenas por não gostarem do modo como se vestia.


Depois encontrei outras versões e parece que a história não foi exatamente da forma noticiada a princípio. Ela teria "provocado". Uma ou outra, o caso é preocupante.


Fosse um curso de Direito ou Teologia, vá lá, mas Turismo? Fosse no Ira, no Iraque ou no Afeganistão, vá lá, mas no Brasil? Fosse dentro de uma igreja daquelas bem fundamentalistas eu ficaria calado, mas numa universidade?


INTOLERÂNCIA, encontrei no Wikipédia uma boa definição:


Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.

Num sentido político e social, intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos-de-vista diferentes. Como um constructo social, isto está aberto a interpretação. Por exemplo, alguém pode definir intolerância como uma atitude expressa, negativa ou hostil, em relação às opiniões de outrem, mesmo que nenhuma ação seja tomada para suprimir tais opiniões divergentes ou calar aqueles que as têm. Tolerância, por contraste, pode significar "discordar pacificamente". A emoção é um fator primário que diferencia intolerância de discordância respeitosa.

A intolerância pode estar baseada no preconceito, podendo levar à discriminação. Formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social, como racismo, sexismo, homofobia, homofascismo, heterossexismo, etaísmo (discriminação por idade), intolerância religiosa e intolerância política. Todavia, não se limita a estas formas: alguém pode ser intolerante a quaisquer idéias de qualquer pessoa.

Em sua forma cotidiana, a intolerância é uma atitude expressa através de argumentação raivosa, menosprezando as pessoas por causa de seus pontos-de-vista ou características físicas e/ou culturais, retratando algo negativamente devido aos próprios preconceitos etc. Num nível mais extremo, pode levar à violência; em sua forma mais severa, ao genocídio. Possivelmente, o exemplo mais infame na cultura ocidental seja o Holocausto. O colonialismo foi baseado em parte, na falta de tolerância para com culturas diferentes daquela da metrópole.


Como historiador já vi esse filme: Primeiro foram os mendigos, depois as prostitutas, os negros, os judeus, os cristãos...


Fosse Jesus, heim? Lembro daquela passagem belíssima em que desmascara os fariseus. “Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz?” (João 8. 5).


Jesus parece não ter muita pressa para responder, mas como os patifes insistem por uma resposta que fatalmente terminaria na morte da mulher ou do próprio Jesus, ele diz:


“Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.


Simples assim? Tudo bem, Jesus era Jesus, mas e o exemplo, não serve para nós?

É a mesma cena. Provocar a sensualidade dos outros através de trajes insinuantes em lugares públicos é no mínimo comparável ao procedimento daquela prostituta bíblica. Acossá-la daquela maneira é no mínimo hipocrisia. E os excessos do Carnaval, das praias, das zonas de prostituição?


Expulsá-la da universidade (conforme foi anunciado hoje), é o mesmo que um apedrejamento coletivo.


“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”. A frase de Edmund Bruke nos conclama à reflexão e nos impele a repudiar a paranóia, o ódio, a histeria, o preconceito e a maldade coletiva.

Ou então, selecione suas pedras.

Um comentário:

Michelle Martins disse...

Concordo plenamente, também achei uma hipocrisia o acontecido! Foram hipocritas os "acadêmicos"(que se quer se comportaram como tal)e foi hipocrita a Universidade que optou pela decisão de expulsão, desprezando as diferenças culturais que incluem inclusive o modo de se vertir.