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domingo, 22 de novembro de 2009

Por hoje, apenas um texto. E lindo...


Considerações acerca do cinza

Se pessoas ranzinzas têm cor, devem ser cinzas. E o cinza me impressiona.
Todas as cores unidas fazem o branco quando elas se repelem surge o negro. Então, diametralmente opostos estão o branco e o negro, tal qual a presença e a ausência, o positivo e o negativo, razão e emoção. Atraem-se entretanto, o branco e o negro. Quando se fundem, assim, intima e intensamente, perdem a identidade, como em casos de amor, e eis o cinza inevitável.
Talvez seja a cor do mais almejado equilíbrio, o tom da perfeição: entre os extremos branco e negro, cinza. Nem yin, nem yang, cinza. Como podem os ranzinzas serem cinzas?
Quando a matéria se esvai no tempo-espaço ficam as cinzas.
Cinza é o concreto, mas também o etéreo.
Dias chuvosos são cinzas, dias chuvosos são de uma melancolia cinza que acalenta, mas tormenta. As tormentas são cinzas.
O mistério dos olhos dos gatos tem uma luz cinza.
Os corpos inundados de raios de luz X se refletem em nuances de cinza na película.
É também a cor da meia idade.
Dizem os especialistas que o cérebro encerra uma tal massa cinzenta: é onde pairam as cinzas dos pensamentos que se esvaem no tempo?
Postado por: Ana Clara
Extraído de: http://www.orisco.blogger.com.br/2003_11_01_archive.html

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