Dias atrás, me deparei com um grande artista na fila do banco. Aquele cara é quase o mesmo de 20 anos atrás. Pouco mudou desde 1989 quando o vi pela primeira vez defendendo uma canção num Festival da Canção Cruzeirense. A canção era Porvir e o artista em questão, atende pelo nome de Egino Costa.
Egino é um camarada daqueles de quem é fácil ser amigo. É simples como devem ser todos os camaradas e extremamente talentoso como devem ser os grandes artistas. É dele a melhor interpretação de “ABC do Preguiçoso” que ouvi, com uma voz de falsete inesquecível. Já esteve beirando o abismo, mas mãos poderosas o resgataram e ele segue sua vida, simples e digna.
Entretanto, para a cultura cruzeirense (dos novos donos dela, digo), permanece um anônimo.
Não para a minha geração, não para os que o ouviram e o viram consagrar-se naquele dia no Igarapé Preto.
Impossível olhar para Egino e não associa-lo aos festivais, principalmente aquele de 1989, onde conseguiu emplacar as primeiras colocações (1º e 2º) com as músicas Porvir e Pra Pescar o Luar respectivamente, ambas escritas pelo jovem comunista e ex-seminarista Edvaldo Magalhães.
Suas participações em festivais foram: 1988 (2º colocado com a música Rolo Compressor de Edvaldo Magalhães), 1989 (1º e 2º lugares), 1990 e 1991(3º lugar).
Vivêssemos já àquela época, a era do CD e da liberdade fonográfica, poderíamos hoje apreciar duas belas composições musicais, embora eu seja um daqueles que nunca perdem a esperança. Diga lá Egino, cadê o CD, rapaz?
Ë fazedor de arte, domina os sons e interpreta como poucos que conheço. Qualquer trabalho sério sobre a área cultural musical do Juruá, principalmente no final dos anos 80, não poderá ignorar a sua contribuição.
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