Minha última avó seguiu sozinha e nos deixou para trás.
Como um
pássaro, que pousa ao nosso lado, nos encanta, alegra nossas vidas, com seu
canto ou com seu silêncio, alçou voo e desapareceu na floresta.
Aos
nossos olhos, pelo que fez em vida e se existir paraíso, seria uma grande
injustiça...
Luiza
Coelho da Rocha, cearense de Jaguaruana, caminhava para os 92 anos, esteve
casada e dividindo a cama com meu avô por 67 anos. Ele segue a caminhada(para onde?), ela senta numa pedra, acena e silencia. Seguiremos sem ela, mas com aquela triste e incômoda sensação de ter deixado um dos nossos para trás. Mais um...
Fé era sua marca e a acompanhou por toda a vida(suas mãos não largaram o rosário um instante
sequer). Era a pessoa mais idosa da nossa família, uma alma caridosa e dona de
um coração irrepreensível.
Sempre gozou de boa saúde, não padecia de nenhum mal (apenas respirava com dificuldade), mas foi impedida de seguir pelo imponderável do tempo.
É assim,
envelhecemos para enterrar nossos avós, nossos pais, os que nos precederam...
Assim tem sido assim foi e assim será, afinal, o tempo não nos pertence.
Apesar da lógica do tempo e do espaço (existirá lógica no desconhecido?) não é
fácil.
Fiquemos por aqui... e sigamos a jornada.
Fiquemos por aqui... e sigamos a jornada.
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