Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Senador Matusalém e sua agonia no Senado.

Tenho acompanhado com grande expectativa a decomposição política do Senador Zé Sarney.

Pensei num discurso para esconjurá-lo para as profundezas, mas como não tenho vocação para a oratória, lembrei de um dos maiores, senão o maior orador da história, Marco Túlio Cícero e suas famosas Catilinárias.

As Catilinárias são um conjunto de quatro discursos em que Cícero acusa o Senador Lúcio Sérgio Catilina (daí, Catilinárias) de traição contra a República.

É incrível como permanece atual, mesmo a 2072 anos depois (data de 63 a.C). Tão atual que substituindo Catilina por Sarney temos a impressão que Cícero era chegado a uma profecia.

De quando Sarney se recusa a deixar Roma

Até quando, Sarney, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia sem freio?

Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto te conseguiu perturbar?

Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?

Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste e que deliberações foram as tuas?

Oh tempos, oh costumes! (talvez a frase mais conhecida e repetida de Cícero). O Senado tem conhecimento destes fatos, o Cônsul os tem diante dos olhos, todavia, este homem continua vivo. Mais ainda: até no Senado ele aparece, toma parte no conselho de Estado, aponta-nos e marca-nos com o olhar, um a um, para a chacina.

E nós, homens valorosos, cumpriremos o nosso dever para com o Estado, se evitarmos os dardos da sua loucura.

À morte, Sarney (é forte, mas foi assim mesmo), é que tu deverias, há muito, ter sido arrastado por ordem do Cônsul. Contra ti é que se deveria lançar a ruína que tu, desde há muito tempo, tramas contra todos nós.

Públio Cipião, pontífice máximo, mandou matar Tibério Graco, que levemente perturbou a constituição do Estado. E Sarney, que anseia por devastar a ferro e fogo a face da terra, haveremos nós, os cônsules, de suportá-lo toda a vida?

E já não falo naqueles casos de outras eras, como o fato de Gaio Servílio Aala ter abatido, com suas próprias mãos, Espúrio Mélio, que alimentava idéias revolucionárias.

Havia outrora nesta República uma disciplina moral (meu Deus, que frase atual!): os homens de coragem puniam com mais severos castigos um cidadão perigoso do que o mais implacável dos inimigos.

Temos um decreto do Senado contra ti, Sarney. Um decreto rigoroso e grave. Não é a decisão clara nem a autoridade da ordem aqui presente que falta à República: nós, digo publicamente, nós, os cônsules, é que faltamos.

Decidiu, um dia, o Senado, que o Cônsul Lúcio Opímio velasse para que a República não sofresse dano algum. Pois nem uma noite passou: Gaio Graco, apesar da sua tão nobre ascendência, de pai, de avô e de seus maiores, foi morto por causa de certas suspeitas de revolta.
(...)
Nós, porém, já há vinte dias (há 50 anos) consentimos no enfraquecimento do vigor de decisão destes homens. Temos um destes decretos do Senado, mas está fechado nos arquivos, como espada metida em bainha.

Segundo esse decreto senatorial, tu, Sarney, deverias ter sido imediatamente condenado à morte. E eis que continuas vivo, e vivo não para abdicares da tua audácia, mas para nela te manteres com inteira firmeza.

É meu desejo, venerandos senadores, ser clemente. É meu desejo, no meio de tamanhos perigos da República, não parecer indolente, mas, já eu próprio, de inação e moleza me acuso.
(...)
Se neste momento eu te mandar prender, Sarney (Senador não pode ser preso, Cícero), se eu decretar a tua morte, o que, sobretudo terei de temer, tenho certeza, é que todos os bons cidadãos me censurem por ter atuado tarde, e não que haja alguém a dizer que usei de crueldade excessiva.

Porém, aquilo que já há muito deveria ter sido feito, fortes razões me levam a não o fazer ainda: hás de ser morto, sim, mas só no momento em que já não for possível encontrar ninguém tão perverso, tão depravado, tão igual a ti, que não reconheça a inteira justiça desse ato.

Enquanto houver alguém que ouse te defender, continuarás a viver, e a viver como agora vives, cercado pelas minhas muitas e fiéis guardas, para não poderes te sublevar contra o Estado.

Os olhos e os ouvidos de muita gente, sem disso te aperceberes, te hão de espiar e trazer vigiado como até hoje o têm feito.”
(Marco Túlio Cícero – Catilinárias)

domingo, 28 de junho de 2009

Adeus Michael Jackson?

Aconteceu o que eu temia. Michael Jackson o grande astro da música pop mundial morreu jovem.
Morrendo aos 50 anos, Michael deixará no mundo (da música ocidental) um vazio e uma sensação de que foi antes da hora. Acho que foi mesmo, acho que deveria ter envelhecido.

Frank Sinatra foi muito mais cantor que ele, mas envelheceu, foi muito mais comedido e menos polêmico, mas envelheceu.

Sorte a dele que morreu jovem. Sorte igual teve John Lenon que era menos cantor que o Paul Mccartney, mas deu a sorte de ser assassinado por um fã na porta do apartamento onde morava e é cultuado por muitos como um deus.

Assim tem sido com muitos heróis da modernidade. Assim foi desde a antiguidade com os heróis da história. Alexandre, Napoleão, Zumbi, Tiradentes, Euclides da Cunha, Plácido de Castro, Martin Luther King, Chico Mendes, Airton Senna.

Os bons morrem cedo, já dizia Renato Russo (que morreu cedo também).

É a condição do ser herói, não há outra possibilidade. A velhice desgasta o herói. É por isso que desejo vida longa ao Shumacher, a Madonna, ao Marcelo D2, ao Fernandinho Beira-Mar e a alguns políticos que conheço.

Morrendo jovem, Michael Jackson se perpetua. Seus fãs o idolatram de tal forma que seus erros e seu legado de palhaçadas e esquisitices devem ser apagados como forma de não macular uma imagem que não era exatamente a imagem do bem.

Tivesse envelhecido, poderia ser desmascarado. Morrendo, se liberta da condição humana e nada mais o atinge.

Não gosto da música que ele cantava, nunca comprei discos dele e nunca os compraria, mas reconheço sua importância para muitos da minha idade. Sua maneira de ser, de desafiar regras e de remar contra a maré, foi inspiração para muitos.

Michael Jackson foi um produto da mídia. Não era real porque não poderia ser real. Jacson era um produto com prazo de validade vencendo. Seu mito não se sustentaria por mais uma década.

Michael Jackson foi uma fraude. Imitá-lo é demência em alto grau, porque Michael Jackson nunca existiu. Todo ele era uma mentira. Era e é (agora principalmente) uma marca do capitalismo feito a Coca-Cola ou a Nike.

Morrendo, garantiu seu lugar na história. Sobrevivendo (parece que assim vivia), seria desfeito como um castelo de nuvens, mas para isso, precisaria de tempo. Tempo que talvez, intencionalmente, tenha subtraído.
Portanto, não sou daqueles que dizem: “já vai tarde”.
Sou daqueles que dizem: “Michael, você partiu cedo, nem nos deu a oportunidade de vê-lo ser desmascarado”.

sábado, 27 de junho de 2009

Poesia para o Sábado...

Veja a opinião do poeta Mário Quintana sobre o tempo. Caberia aqui uma contextualização?

AH! OS RELÓGIOS

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

Mario Quintana - A Cor do Invisível

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Parabéns Porto Walter!

Hoje Porto Walter está comemorando mais um aniversário (pelas minhas contas e pesquisas são 99 anos, para a maioria, são apenas 17).
Novamente sem poder estar lá. É assim mesmo: Quem aluga o tempo não pode fazer o que se quer...
Dois sentimentos: O primeiro é de alegria e o segundo é de apreensão em relação á saúde do prefeito Neuzari. O Neuzari, conforme escrevi em outra ocasião é um lutador e vencerá mais esta.
À noite, para colocar um pouco de riso na vida das pessoas, haverá show com o Velho Zuza, personagem de Jorge Luiz, um portuwaltense de incontestável talento (que já esteve participando do Show de Piadas da Rede Record). Boas risadas.
Sorte a dele que escolheu ser artista. Se os organizadores tivessem agendado uma palestra sobre a história do município...
Fica para o próximo ano (é sempre assim). Porto Walter é a minha saudade. É o meu amor platônico. É algo que nunca terei. Amor é assim mesmo, quem entende?.
Como justa homenagem ao lugar meu lugar/memória, vou postar algumas fotos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Só no Acre mesmo...

Pensei que já tinha visto e ouvido tudo, mas essa foi demais. Foi publicado no site noticiasdahora.com, de Rio Branco.

Bombeiros são acionados às 3h por causa de mucura no quintal (por Ezi Melo)

24 de junho de 2009
Na madrugada desta quarta-feira (24), por volta das 3h, um morador do conjunto Xavier Maia ligou várias vezes para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) pedindo auxílio do Corpo de Bombeiros porque havia um animal estranho em seu quintal.
Mesmo tendo que substituir uma viatura por conta de problemas mecânicos, os bombeiros foram atender o chamado. No local, encontraram uma mucura (espécie de gambá brasileiro, marsupial).

terça-feira, 23 de junho de 2009

Hoje: 23/06

1530 - Imperador Carlos V convoca seguidores de Lutero para reunião em Augsburgo
1848 - Diversas pessoas tem visões de Nossa Senhora em Lourdes (França)
1902 - Itália, Alemanha e Áustria-Hungria renovam a tríplice aliança por mais 12 anos
1936 - Nascimento de Richard Bach (escritor americano)
1940 - Nascimento de Sérgio Reis (cantor brasileiro)
1956 - Gamal Abdel Nasser é eleito presidente do Egito
1977 - Karol Wojtyla recebe o título Honoris Causa na Universidade Guttemberg
1998 - Morte do cantor Leandro (dupla sertaneja Leandro e Leonardo)
Fonte: www.ponteiro.com.br

Quem é Richard Bach:

Richard Bach nasceu em Oak Park, Illinois/USA em 23 de junho de 1936. É o autor do livro “Fernão Capelo Gaivota”, publicado em 1970 (que li matando aula de química em 1989 na Escola Professor Flodoardo Cabral).

Pode-se dizer que a literatura surgiu-lhe como um passatempo e uma forma de retratar a profissão (foi piloto da Força Aérea).

Bastante popular entre os leitores do mundo todo, quase todos os seus trabalhos tem o vôo como tema principal (bem apropriado para um piloto).

Seu trabalho continua popular entre os leitores e embora tenha outros livros publicados, Fernão Capelo Gaivota é a sua obra-prima.

Nele, uma gaivota, tem um estranho fascínio (verdadeira obsessão) em inventar acrobacias. Com isso escandaliza seu grupo de gaivotas. Fernão (o nome da gaivota), decide que voar não deve ser apenas um ato de voar, mas uma oportunidade de transformar.
O romance é uma história sobre liberdade, aprendizagem e amor.

Trecho de "Fernão Capelo Gaivota"

"... Fazes alguma ideia de quantas vidas teremos de viver antes de compreendermos que há coisas mais importantes do que comer, lutar, ou disputar o poder no Bando?
Mil vidas, Fernão, dez mil vidas!
E, depois, mais cem vidas até começarmos a aprender que a perfeição existe, e outras cem para constatar que o nosso objectivo na vida é conseguir a perfeição e pô-la em prática.
As mesmas regras se aplicam, agora a nós: escolhemos o nosso mundo através do que aprendemos neste.
Se não aprendermos nada, então o próximo mundo será igual a este.

Com as mesmas limitações e obstáculos a vencer..."

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Aconteceu Hoje

1276 - Morte do Papa Inocêncio V
1527 - Morte do filósofo e escritor Nicolau Maquiavel
1633 - Julgamento de Galileo Galilei
1934 - Ferdinand Porsche assina contrato para o desenvolvimento do Fusca
1938 - Karol Wojtyla (Papa João Paulo II) ingressa na Faculdade de Literatura e Filosofia na Cracóvia
1956 - Ernesto Che Guevara é preso no México
Fonte: www.ponteiro.com.br

Piadinha para uma segunda-feira comum.

Tudo na vida é relativo...
Pra testar o caráter de um novo empregado, o dono da empresa mandou colocar 500 reais a mais no salário dele.Passam os dias, e o funcionário não relata nada.
Chegando no outro mês, o dono faz o inverso: manda tirar 500 reais.
No mesmo dia, o funcionário entra na sala pra falar com ele:
- Doutor, acho que houve um engano e me tiraram 500 reais do salário.
- É mesmo? Curioso que no mês passado eu coloquei 500 a mais e você não falou nada.
- É que um erro eu tolero, doutor, mas DOIS, eu acho um absurdo!

sábado, 20 de junho de 2009

"Hora legal" deve ser legal.

Nos últimos dias uma polêmica ganhou novamente as manchetes em Cruzeiro do Sul e região. Tenho acompanhado pelo “Jornal da Manhã”, o melhor jornal de rádio em Cruzeiro do Sul, muito bem conduzido por Alexandre Gomes.

É sobre uma possível nova mudança no horário acreano que nos deixaria no mesmo horário de Brasília e do restante do País.

Dessa vez a lei não é de autoria de um senador acreano, conforme alguns politiqueiros vez por outra ainda tentam fazer acreditar. O autor da proposta (que falta apenas um pouquinho para ser aprovada) é um senador amazonense e de oposição. Se o autor do projeto é oposição ou situação, isso é o que menos deve importar nesse momento e nem acho sensato politicarmos (politicar deriva de politicagem, eu acho) um tema tão complexo.

Contudo, temos que expressar nossa opinião. Devemos, afinal, “hora legal” deve ser legal mesmo e ajudar no desenvolvimento do país. Deve ser decidido por quem “faz a hora”, pelos trabalhadores e não pelos chegados ao ócio.

Ano passado, quando a hora legal do Acre adiantou uma hora eu concordei. Concordei porque acredito que tem sido legal (apesar de ainda dormir pelo horário antigo e acordar pelo novo). Agora, diante da nova possibilidade, antes mesmo de manifestar uma opinião, abordo uma questão insolúvel - o tempo.

O tempo - um tema por demais escorregadio e não cabe ser analisado apenas pela gramática, pelos cálculos matemáticos, pela história, pela filosofia, pela física ou pela teologia.

Definir tempo é arriscado demais porque é relativo. Pergunte a um velocista, a um presidiário, a um desempregado, a um perdulário, a uma criança, a um paciente terminal. Cada resposta um conceito diferente.

Mas afinal, o que é o tempo?
E sou eu quem deve saber? Quando começamos a achar que sabemos, vem alguém e diz: “Você está uma hora atrasado, adiante seu relógio”.

Aos domingos, saio de casa às 11:00h e chego em Guajará às 10:30, isso porque meu sogro não mudou o relógio dele que continua estacionado no tempo passado. Decidir sobre o próprio tempo é um direito dele. Ao exercitar o direito de revolta ele justifica a máxima de que “para toda opressão, um tipo de resistência”. O relógio na parede uma hora atrasado é um protesto. Silencioso, mas é um protesto.

O tempo não é o calendário? Um lugar onde moram os dias e nos envelhece?

Poucos sabem, mas as mudanças no calendário e no tempo tem sido frequentes desde a antiguidade e muitas vezes com soluções pra lá de contestadas.

Em 1580 um jesuíta que também era astrônomo e matemático chamado Cristophorus Clavius (1537-1612) confrontou o calendário Juliano (criado por Julio César) com as posições dos astros e concluiu que a contagem dos dias estava errada. Os humanos estavam atrasados.
Assim, em 1582, o Papa Gregório XIII instituiu através de uma Bula Papal, o Calendário Gregoriano e corrigia a diferença acumulada entre os calendários civil e o solar.
A Bula Papal, pelo menos quanto à adoção do ano bissexto, aproveitou uma idéia de 238 a.C., onde os sábios egípcios de Ptolomeu III sugeriram a adição de 1 dia a cada 4 anos para compensar a diferença que existia entre os dois calendários.

A polêmica do Calendário Gregoriano ficou por conta da decisão do Papa de suprimir 10 dias do calendário (os dias 5,6,7,8,9,10,11,12,13 e 14). O mês de outubro de 1582 teria apenas 21 dias. Com isso, do dia 4 de outubro de 1582 o calendário “saltou” para o dia 15 de outubro de 1582. Na mesma data, também o início do ano passou a ser o dia 1 de janeiro(antes era em março).

Mudanças no calendário podem e são usadas ao longo dos tempos para corrigir erros ou para atender interesses, como na França revolucionária.

O horário é uma convenção social e atende aos interesses das elites. Se ele nos contempla ou nos “ferra” é um mero detalhe e acaba sendo fruto das nossas escolhas.

Vivêssemos ainda no campo feito nossos pais ou avós antes do imperativo da urbanização, mudanças no horário ou no calendário não nos afetariam.

Ano passado, viajando pelo Rio Juruá em pleno verão, observei agricultores nas costas de praias, que se descortinavam na neblina do amanhecer, em plena atividade. Ali, as mudanças de horário não chegarão nunca. Ali, o horário, a rotina de trabalho não é convenção política, é lógica. Enquanto o sol é suportável eles trabalham, quando começa a queimar, eles param para recomeçar quando esmaecer. Quando cai a chuva, eles param, quando escurece, eles se recolhem.

Lá, na beira do rio, quem decide o horário e o calendário é a natureza e a necessidade.

Mas eu entendo que o comércio tem suas metas e suas estratégias. Que os políticos têm as suas certezas e as suas incertezas.
E que os pobres tem apenas a vida porque Deus é bom e não cobra impostos.

Por isso, sugiro que o nosso possível novo “horário legal”deva ser legal mesmo.
E, antes que eu esqueça, devo admitir que ano passado fui contra e hoje reconheço as vantagens daquela mudança. Novamente sou contra, mas estou disposto a negociar caso tenha oportunidade.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ainda sobre futebol...

Tem gente que assiste jogo da Seleção Brasileira na Globo apenas para anotar as besteiras que o Galvão Bueno fala. E olha que o cabra é um às da narração esportiva brasileira. Algumas pérolas:

1) Bem amigos da Rede Globo. Estamos aqui em Buenos Aires, no Equador…
2) O estádio tem esse nome (Zerão) porque fica situado bem no trópico de câncer, que divide o hemisfério sul do hemisfério norte. Onde será que foi o gol? Na parte sul ou na parte norte? (Sim, e a linha do equador divide o Equador em leste e oeste)
3) Vai ser o primeiro torneio oficialmente oficializado pela Fifa.
4) O potencial energético do Palestra Itália (Estádio do Palmeiras) esta reduzido a sua metade.
5) Alô Maceió!!!… Ou qualquer outra cidade, tirando São Paulo.
6) Nessa tarde de Fla-Flu, Flamengo e Fluminense estarão entrando em campo daqui a pouco…
7) São as duas maiores torcidas do mundo (Flamengo e Corinthians). E digo mais, no Rio, poucos podem se orgulhar de ter uma torcida tão grande quando a do Flamengo.
Foi pro chão e caiu!
9) Ah! Eles estão grampeando a cabeça dele. Tomara que seja algum tipo de grampo cirúrgico…
10) O time catarinense tem que vencer, pra lutar pela sul-americana, já que o jogo é lá em Figuirense (O time que ele se refere deve ser o Florianópolis)
11) É meu amigo, Brasil e Argentina é sempre Brasil e Argentina (Mentira! Semana passada eu vi um Brasil e Argentina contra o Japão)
12) Brasil tá meio mal no jogo, mas eles estão jogando pra fazer gol!
13) Os chineses agora estão todos torcendo contra o Brasil (Não acho. Só porque a seleção deles está jogando contra a nossa. Isso é preconceito)
14) Agora o Brasil tem que correr atrás do prejuízo (No prejuízo já ta, tem que correr atrás do lucro)
15) Há 40 anos o Santos não faz gols no Corinthians em finais de campeonatos paulistas, jogando no Pacaembu, com o Corinthians saindo ganhando.
16) Se o Brasil acertar todos os ataques e ficar bem na defesa, ele ganha. (Por que ele não virou técnico ainda?)
17) Agora tem que colocar o coração na ponta da chuteira!
1 Sinceramente, temo pelo final desse jogo.
19) O juiz vai dar 3 minutos mais de jogo, vamos aos 49!
20) Nós estamos muito preocupados, mas é preciso ficar bem claro para o espectador da Rede Globo que se a bola não entrar, não é gol.
21) O jogo só acaba quando termina (…)
22) Depois da derrota, o pior resultado é o empate.
23) Mas esses dois times são muito fortes. São Paulo e Tigres é um clássico.
24) O gol saiu na hora certa!
25) O Dida gosta de pegar pênalti.
26) Não dá para fazer 2 gols ao mesmo tempo.
27) O Santos perdeu daqui a pouco na Arena da Baixada!
2 Adriano e Sorin vão na mesma bola! (Os outros 20 jogadores devem estar com uma bola cada um)
29) O Adriano tá com uma disposição, correndo o campo todo, parece um leão enjaulado (???)
30) Chutou com a perna que não era a dele.
31) O juiz mora aqui do lado, no Uruguai. Se ele apitar mal, vai todo mundo ligar pra casa dele.
32) Quando eu falar Rodrigo, interpretem Roger.
33) Esse Gonzales tem idade pra ser pai do Robinho. Tá com 32 anos e o Robinho tem (a partir daqui ele começa a falar mais devagar, meio pensando na besteira que está dizendo) vinte e um…
34) É duro pro goleiro jogar com o campo molhado, porque a bola quando bate na água ganha velocidade!
35) O Brasil correu o risco de sofrer novamente o segundo gol.
36) Goooool! Éééééééé do são Caetano! (Final da copa do Brasil 2004, no Maracanã, primeiro gol do Santo André sobre o Flamengo)
37) Olha lá o Péricles chamusca orientando o time. (O Chamusca tava suspenso e era o auxiliar que estava no banco)
3 O juiz marca falta dentro da área… será que foi pênalti, Arnaldo? (Não, foi tiro livre direto, sem barreira, daquela marquinha redonda, na grande área)
39) E André Heller afasta o perigo (O nome do zagueiro do Flamengo é Fabiano Eller, e o André Heller joga vôlei).
40) Graaande zagueiro esse Ayala!
41) Qual o status do jogo, Falcão? - É, Galvão, o Brasil precisa tomar muito cuidado porque o Peru tá crescendo e começando a entrar pelas costas da defesa.
VÔLEI
42) A seleção de Cuba gosta de jogar na frente no placar.
43) E Gustavo sobe sozinho para o bloqueio individual!
44) Uma bela paralela cruzada.
45) E os jogadores estão entrando campo. (campo? vôlei se joga em quadra)
FÓRMULA 1
46) Na Hungria, quando tem nuvem assim no céu, é sinal que vai chover.
47) Luz vermelha, lá vem a verde! (Que verde? Na fórmula 1, para largar, as luzes vermelhas se apagam, e eles partem!)
4 Rapaz, o Montoya passou a menos de 0,5 cm. do carro do Shumacher… se é que existe menos de 0,5 cm.
49) Amigo, aqui não está só chovendo, está caindo água!
A MELHOR
50) E depois do jogo, assistam a mais um capítulo inédito de “Vale a pena ver de novo“.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Brasil 4 x 3 Egito

Rapaz, o Brasil quase empata com o Egito! Que mundo é esse em que vivemos?

Com todo o respeito ao povo egípcio e a sua história, não dá pra imaginar o Brasil empatando com o Egito.
Nossos jogadores poderiam ter entrado em campo sabendo um pouco mais sobre o adversário, né? Acho que o Dunga tem vergonha de se preocupar com o Egito.

Alguns dos nossos jogadores acharam que estavam diante de um time de múmias e não prestaram atenção no serviço. E aí... quase deram com os burros no deserto...

E você, sabe muita coisa sobre o país? Confira:

População: 81,7 milhões;
Área: 1.001.450 km2 (quase o dobro do tamanho do Acre)
Capital: Cairo
Língua: Árabe
Religião: Islâmica
Moeda: Libra egípcia

Lembra o nome de alguns jogadores? Fiquei pensando: Como ninguém vai lembrar mesmo, fiz uma seleção egípcia só de Faraós (que era o título dos reis deles) e como foram 33 dinastias, escolhi os meus favoritos. Veja se reconhece algum desses craques:

1- Tutmés I
2- Quéops
3- Menés
4- Thutmose III
5- Hatshepsut
6- Akhenaton
7- Tutankhamon (que era sub-20)
8- Amenófis III
9- Thutmose II,
10- Ransés II, e
11- Quéfren
O técnico poderia ser o Howard Carter? Foi ele quem em 1922 descobriu a tumba intacta do Tutankhamon.
Na reserva, apenas dois: Cleópatra e Miquerinos.

sábado, 13 de junho de 2009

Ontem foi o Dia dos Namorados. Ótima data para o enriquecimento dos mercenários e o suicídio dos incautos e perdulários. Também entrei nessa vereda, mas fui como quem sabe estar cometendo um pecado e nem se importa.

Todos gostam de ganhar presentes, principalmente os que não gostam de dar, mas saiba que um presente não é lá grande coisa diante de outras tantas possibilidades de fazer o outro feliz.

Tente tudo o que puder mas saiba que, pelo menos as mulheres, adoram ganhar presentes, principalmente os que não murcham.

A propósito, você sabe como fazer uma mulher feliz! Meu amigo Igor Adams descobriu e me contou o segredo que repasso. Tem uma historinha...

No mais alto pico do Tibet vive o mais sábio homem do mundo.
Certa vez um rapaz que estava noivo foi à sua procura e perguntou-lhe:
- Mestre dos mestres! Qual o caminho mais curto e seguro para o coração de uma mulher?
O mestre respondeu-lhe:
- Não há caminho seguro para o coração de uma mulher, filho.
Só trilhas à beira de penhascos e caminhos sem mapas, cheios de pedras e serpentes venenosas..
- Mas, então, mestre... O que devo fazer para conquistar o coração da minha amada?
Então lhe disse o grande guru:
- Fazer uma mulher feliz é fácil.
- Só é necessário ser:
Amigo, Companheiro, Amante, Irmão, Pai, Chefe, Educador, Cozinheiro, Mecânico, Encanador, Decorador, Estilista, Eletricista, Sexólogo, Ginecologista, Psicólogo, Psiquiatra, Terapeuta, Audaz, Simpático, Esportista, Carinhoso, Atento, Cavalheiro, Inteligente, Imaginativo, Criativo, Doce, Forte, Compreensivo, Tolerante, Prudente, Ambicioso, Capaz, Valente, Decidido, Confiável, Respeitador, Apaixonado, E, de preferência, RICO!!!
É necessário também seguir algumas regras:
- Não cuspa no chão;
- Não coce o saco na frente dela;
- Não arrote alto. Aliás, não arrote;
- Dê flores e muitos.. Muitos presentes;
- Corte e limpe as unhas.. Não coma as unhas;
- Não peide sob o cobertor. Aliás, não peide.
- Levante a tampa do vaso antes de mijar.
- Deixe ela ter ciúme de você, ela pode;
- Use desodorante (que preste);
- Dê descarga depois de sair da privada;
- Não fale palavrão;
- Não seja engraçadinho com os outros;
- Não fale mal da mãe dela. Aliás, ame a mãe dela;
- Não tenha ciúme dela;
- Não fique barrigudo. Aliás, não engorde;
- Não demore no banho;
- Não chegue tarde em casa.
- Saia para trabalhar e volte correndo;
- Não beba até tarde com amigos. Aliás, não tenha amigos;
- Não seja pão-duro. Use pelo menos 2 cartões de crédito;
- Não diga que mulher não sabe dirigir;
- Não olhe para outras mulheres... Aliás, não existem outras mulheres;
- Aprenda a cozinhar;
- Diga 'eu te amo' pelo menos 05 vezes por dia;
- Lave a louça;
- Ligue para ela, de qualquer lugar;
- Deixe ela conversar durante horas ao telefone;
- Não ronque;
- Não seja fanático por futebol;
- Faça a barba todos os dias para não arranhá-la;
- Nunca reclame de nada;
- Repare quando ela cortar o cabelo, mesmo que seja apenas as pontinhas, e diga sempre que ficou lindo...
E é muito importante ainda não esquecer as datas do seu: aniversário, noivado, casamento, formatura, menstruação, data do primeiro beijo; aniversário da mãe, tia, irmão ou irmã mais querida; aniversário dos avós, da melhor amiga... E do gato

Infelizmente, o cumprimento de todas estas instruções não garante 100% a felicidade dela, porque poderia sentir-se presa a uma vida de sufocante perfeição e fugir com o primeiro traste 'gozador da vida' que encontre.
Fácil e difícil

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se expresse sua opinião...
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros.

Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.

Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar...
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.

Fácil é ditar regras e,
Difícil é segui-las...

(*) Título original: Reverência ao destino (Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Foto para a História

A foto é da Biblioteca do IBGE e mostra a Catedral ainda construção. A data da foto: Entre 1960 e 1965, numa época em que pessoas e animais (bois á esquerda, nos alicerces) dividiam as ruas do centro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Maradona e a Seleção Argentina

Ontem teve jogo da seleção brasileira. Vencemos o Paraguai e assumimos a liderança das eliminatórias para a Copa de 2010. O jogo até que foi bom, difícil mesmo foi aguentar as besteiras do Galvão Bueno (na Globo) ou do Neto (na Band).
E a Argentina, heim? Coitada, já perdeu até para a Bolívia e de goleada. Ontem foi para o Equador por 2X0. Bem feito, e se os argentinos não se cuidarem nem se classificam para a copa. O problema não são os jogadores, o problema é o Maradona.

O Maradona, aliás, é um trapalhão. Os argentinos o amam, apesar das palhaçadas que ele já fez e continua fazendo. Por isso, sua história na seleção argentina é ainda um caso mal resolvido e ele não desiste.
Vamos relembrar: Disputou e perdeu 4 copas (inclusive a de 86 que a Argentina venceu).

Em 1982, na primeira copa que disputou, foi expulso no jogo contra o Brasil em que eles foram eliminados. Em 86, enganou a arbitragem com um gol de mão. A Argentina foi a campeã da copa, realmente era o melhor time, mas a “mão de Deus” como os Argentinos falam, ofuscou o brilho daquele golaço contra os ingleses. É por isso que entendo que o derrotado foi ele, moralmente, pelo menos.

Em 1990, elaborou e executou um perverso plano para drogar os jogadores brasileiros, a famosa “água batizada” que ele confessou no maior descaramento, às gargalhadas, recentemente numa TV Argentina.

Pelo menos nesse ponto ele é um cara bacana. Ele é bandido, mas assume. Penso que se ele estivesse na Seleção de 1978 já teria confessado da mesma forma, que rolou dinheiro naquela goleada contra o Peru.

Em 1994, na Copa dos EUA, jogou visivelmente sob efeito de estimulantes (cocaína - os exames só iriam confirmar a suspeita).

Aquela poderia ser o fim da carreira, mas Maradona sempre tem a capacidade de superação e de uma hora para outra aparecer com alguma novidade. Depois de ser julgado e receber uma pesada punição ainda teve tempo de se afundar nas drogas, na comida, dar tiros em repórteres e fazer um estágio de guerrilheiro em Cuba.

Achou que era pouco, apareceu agora na Seleção Argentina como treinador. Fico pensando no tipo de treinamento que ele deve estar dando aos jogadores, que exemplo ele tem para dar. Poderia ter ficado na dele, e não expor ao ridículo uma nação inteira.

Mas sabe de uma coisa? Estou adorando... Que ele continue ainda por muito tempo com essa mania de ser um palhaço.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Foto-História

Ontem à tardinha, quase noite, tive o cuidado de ir ver o rio ali no Bairro da Lagoa.

Senti a mesma emoção e a mesma certeza de ter visto a História acontecendo tal no 11 de Setembro de 2001.

Uma escavadeira e um caçamba ainda trabalhavam retirando os últimos entulhos de mais algumas casas retiradas do lugar onde deverá ser construída a ponte sobre o Rio Juruá.

Por que história? Não é a ponte. A ponte será o futuro. A história será a extinção do Bairro da Lagoa, um bairro que é a última lembrança do fracasso do modelo econômico que alavancou a favelizaçao de Cruzeiro do Sul, principalmente a partir do final dos anos 70. Refiro-me a falência dos seringais.

Um bairro como tantos outros em todas as cidades ribeirinhas na Amazônia, um bairro de pessoas de bem, trabalhadores, comerciantes, de pescadores e até de alguns pecadores, por que não?

Um bairro que será extinto, mas que é igual em forma e conteúdo ao que se forma diante do barranco do Fórum, no Porto do Buraco.

Não adianta olhar a demolição das humildes palafitas com um pensamento vingador.

O Bairro da Lagoa será para sempre o símbolo da nossa miséria humana.

É uma invenção nossa, um gargalo, é o filho bastardo de todas as administrações que passaram pela prefeitura e uma concentração de eleitores.

Ali pela Lagoa, estão os emigrados das estradas de seringa, dos despossuídos, daqueles que com a própria miséria fizeram a riqueza de poucos seringalistas.

Onde estão os seringalistas? Basta olhar nos comércios a origem familiar dos proprietários. São os remanescentes, filhos ou netos de patrões seringalistas.

E o modelo do seringal se reproduz na cidade. O antigo patrão é agora o empresário, o dono do supermercado, e o antigo seringueiro é o favelado consumidor, mas que precisa ser readaptado, urbanizado.

A dominação é a mesma. No seringal de hoje, poucos ou ninguém tira saldo.

O Bairro da Lagoa é formado por ex-seringueiros.

O Bairro da Lagoa tem data para acabar. Quem não fez ainda a sua foto de despedida é só aguardar por aqui mesmo. Farei outras ainda.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Do meu próprio roçado...

Antonímia

Amar o Amor sobre todas as coisas
Sem esquecer que o ódio é inesquecível.
Amar a vida
Sem desprezar a morte.
Amar a paz
Armado de mísseis de médio e longo alcance.
Amar o sorriso
Sem esquecer um lenço.
Amar a Luz
E amar no escuro.
Amar o próximo mais próximo
Sem esquecer o próximo distante.
Amar o horizonte
Sem esquecer a chuva.
Amar um sonho
E acordar chorando.
Amar o amor entre todas as coisas
E amar, e amar, e amar.
Amar um sonho
E amar só uma realidade
Que é saber que tudo é belo
Mas tudo é oposto de nada.

sábado, 6 de junho de 2009

Há 65 anos...

Na manha do dia 06 de junho de 1944, durante a II Guerra Mundial, aconteceu na Normandia O Dia-D, a maior invasão militar da história.

Os números impressionam: Naquele dia, sob uma saraivada de balas das forças de ocupação nazistas, 175 mil soldados americanos, ingleses e canadenses) desembarcaram nas praias da Normandia para libertar a França.
14.200 barcos, protegidos por 600 navios de guerra.
10.000 aviões faziam despencar do alto toneladas de bombas e dezenas de milhares de paraquedistas.
Pelo volume impressionante de navios de guerra, embarcações de transporte de tropas e aviões dos mais variados tipos e modelos, o "Dia-D" deve ser considerado como a maior invasão aero-naval que a história até então conheceu.
Impressionante também era a quantidade de homens que aguardavam ordens para o ataque: 2 milhões de soldados.
A praia de Omaha, onde os soldados aliados enfrentaram minas, arames farpados, canhões de 155mm e 152 mm, os obstáculos chamados "porcos-espinhos" e tiros de metralhadoras mg42 que varriam a praia protegidas por bunkers construídos a cada 300 metros, capazes de expulsar ou manter a distância qualquer barco mais ousado, foi palco de um dos momentos cruciais da guerra. Só perde em importância para a Batalha de Stalingrado.
Quando os barcos tocavam a areia e as rampas de desembarque abriam, os soldados tinham apenas a sorte como aliada. Muitos barcos nunca chegaram a praia, sendo afundados antes. Se não tocasse a areia, o soldado teria poucas chances de sobreviver tendo que se nadar com quilos e quilos de equipamentos. Se chegasse à praia...
Um grande desembarque aliado na costa francesa era esperado pelo alto comando nazista. As divergências seria quanto ao local da invasão. Rommel acreditava (e estava certo) que a Normandia seria o local ideal para a operação, Hitler tinha certeza (e estava errado) de que seria mais a norte em Calais).
Com as praias da Normandia desobstruídas, os aliados estavam agora com o caminho aberto para o centro da Europa, a menos de 200 km de Paris.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Crônica de uma vitória

Final infantil do Futsal dos Jogos Escolares 2009.

Os alunos da escola Padre Marcelino Champagnat entraram em quadra cabisbaixos.
Estariam com medo? Fixei-me nas feições de cada um deles. Não, não era medo. Seria, talvez, o peso da própria responsabilidade?

O adversário já estava lá, imponente, com o uniforme irretocável, ostentando firulas e habilidades fora do comum, talvez com o intuito de impressionar nossos atletas.

Nossos jogadores não apresentavam um uniforme digno nem demonstravam habilidades. Mas já eram vencedores. Esse seria meu discurso de motivação caso a derrota fosse confirmada.

O duelo evidenciava opostos. De um lado, alunos de uma escola particular, vigorosos, corados, bem nutridos, nivelados em peso e altura, que dispõem de uma quadra e farto material esportivo para treinamento.

Do outro, alunos de uma escola municipal, sem espaço para atividades físicas, sequer recreativas, alunos oriundos dos bairros mais pobres da cidade. Era o nosso time.

Nosso time estava longe da homogeneidade física. Por isso, nosso time tinha os menores e os maiores jogadores. O treinador também era o maior.

O Bezerrão estava lotado e dividido em duas torcidas. À direita, a torcida do Instituto Santa Terezinha e a esquerda, a torcida da Marcelino Champagnat formada por alunos, ex-alunos e professores na mais perfeita e santa euforia.

Inicia o jogo e tudo levava a crer que os 2 gols sofridos nos primeiros minutos se transformariam em goleada e a escola Marcelino Champagnat sairia dali com um carregamento de gols e uma derrota histórica.

Mas havia algo especial naquele jogo. O treinador, os jogadores e a própria torcida pareciam tranquilos demais. Menos o professor de História, que via na derrota dos seus alunos a justificativa da desigualdade. A reprodução da sociedade e dos privilégios, como se estivessem ali apenas para garantir uma vitória que não era deles.

Como se estivessem ali para seguir um roteiro pré-determinado, sem direito a escolhas.

Mas eles escolheram vencer e fizeram História.

Parece exagero, mas a vitória dos alunos da Escola Pe. Marcelino tem algo de comovente e sociológico.

Perdessem o jogo, e tudo estaria dentro da mais imperfeita e injusta normalidade social. A sociedade em que vivemos.

Pelas convenções sociais, baseadas no preconceito e na discriminação que fundamenta o capitalismo, não poderiam ter vencido, deveriam ter aceitado o placar adverso e baixado a cabeça.

Assim reproduzindo, relações de poder e principalmente econômicas, tão comuns e visíveis a um simples olhar.

Eram apenas crianças, mas reproduziam a sociedade. A desigual e surpreendente sociedade em que vivemos, capaz de nos surpreender e abestalhar sábios.
Uma vitória cheia de lições: Mesmo os ricos, treinados para o sucesso ao menor esforço, fácil, a vitória por consequência, devem estar preparados para os revezes.

Mesmo os pobres, sobreviventes, a um enorme preço, superando todas as contrariedades e expectativas, podem atingir seus objetivos.

A vitória da Marcelino Champagnat, vista pelo professor de História é um ensinamento primoroso: O de que é possível transformar a realidade e que não existem vencedores nem perdedores até que se encerre o jogo.

E mais, não importa o lugar, a origem familiar, o uniforme que se tenha que usar, a escola em que se estude, ou o que se pense dos outros.
Sempre será possível ir um pouco além dos limites impostos à sua condição social.
A vitória dos nossos alunos evidencia isso.

A vitória ou a derrota será sempre uma escolha pessoal e a educação é ainda a melhor tática para driblar as adversidades.

Parabéns, vencedores! Continuem treinando (agora com os livros) e alcançarão vitórias ainda maiores em palcos maiores e mais importantes que o Bezerrão.
Antonio Franciney de Almeida Rocha
Professor de Hisória

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Essa é mais ou menos:

"HOMEM QUANDO BEBE..."

Um indivíduo que se gabava de ser esperto comentava com os amigos:

Na noite passada, fui convidado para uma reunião com "os colegas de trabalho".
Eu disse a minha mulher que estaria de volta meia-noite: Ela duvidou.

- Prometo! - eu disse.
Mas, as horas passaram rapidamente e a champanhe estava rolando solta.

Por volta das 3 da manhã, bêbado feito um gambá, eu fui para casa.

Mal entrei e fechei a porta, o cuco na sala disparou e "cantou" 3 vezes.
Rapidamente, percebendo que minha mulher podia acordar, eu fiz "cu-co"mais 9 vezes.
Fiquei realmente orgulhoso de mim mesmo por ter uma idéia tão brilhante e rápido ( mesmo de porre ) para evitar um possível conflito com ela (sabe como são as mulheres e suas perguntas que nao acabam mais).

Na manhã seguinte, minha mulher perguntou a que horas eu tinha chegado e eu disse a ela:
Meia-noite!
Ela não pareceu nem um pouquinho desconfiada.
- Ufa! Daquela eu tinha escapado!
Então, ela disse:
- Nós precisamos de um novo cuco.
Quando eu perguntei por que, ela respondeu:
- Bom, de madrugada nosso relógio fez "cu-co" 3 vezes, depois não sei porque soltou um "pooooorra!". Fez "cu-co" mais 4 vezes e espirrou. Fez mais 3 vezes, riu e fez mais 2 vezes. Daí, tropeçou no gato, derrubou a mesinha da sala, deitou e dormiu...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aconteceu hoje (03/06)

1542 – O espanhol Francisco Orellana descobre o Rio Negro
1835 - Giuseppe Melchiorre Sarto (Papa Pio X) é batizado
1899 – O jornalista espanhol Luis Galvez Rodrigues de Arias denuncia na imprensa o “Bolivian Syndicate” (arrendamento do Acre aos Estados Unidos pela Bolívia).
1901 - Nascimento do escritor brasileiro José Lins do Rego
1930 - Nascimento da escritora norte-americana Marion Eleanor Zimmer 1931 - Nascimento de Raúl Castro (chefe de estado cubano - irmão de Fidel Castro)
1951 - Beatificação de Pio X (02/06/1835 - 20/08/1914)
2008 - A senadora Marina Silva reassume sua cadeira no Senado
2008 - Barack Obama anuncia sua vitória como candidato democrata à Casa Branca

Quem foi

José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.

Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.

O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.

Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste.

Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Água Mãe.

No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Eurídice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras.

Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dia 02 de junho de 1905

Aportava em Cruzeiro do Sul a lancha “Faceira”, da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Rio Juruá.
Segundo o diário de bordo da comissão, oito meses após a fundação (28/09), Cruzeiro do Sul já contava com:
“(...) um sobrado coberto de telhas, o barracão da Prefeitura, 14 casas mais e quatro galpões cobertos de palha, que serviam de acantonamento ao 15º batalhão de infantaria.”

Esse 15º de infantaria estivera estacionado na boca do Moa (em frente, no outro lado) no lugar denominado “Invencível”, o mesmo que Alberto Rangel em Inferno Verde, cita como sendo comandado por oficiais macambúzios.

Cruzeiro do Sul era, no dizer de Leandro Tocantins, “um mero porto de cabotagem”.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

João Buracão até em Cruzeiro do Sul?

Até em Cruzeiro do Sul? Era só o que faltava. Depois de percorrer as principais cidades do Brasil ele finalmente desembarcou por aqui. Esteve durante toda a manhã de sábado no cruzamento da escadaria da Esc. São José, protegido pelos voluntários Marcelo Siqueira e Antonio Ângelo Estavam ali só por precaução, vai que algum abestado resolve atropelar o coitado?

A caricatura bem humorada é onipresente (está em todos os buracos da cidade ao mesmo tempo) e tem apenas um objetivo: Chamar a atenção das autoridades para os perigos de um buraco na via e implorar a quem de direito uma solução, pelo menos paliativa.

João Buracão é um fenômeno de popularidade. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, e até Cruzeiro do Sul.
Tai, para mostrar aos que reclamam de tudo e de todos a nossa "importância" no cenário nacional.

Fenômeno de popularidade e chato pra caramba. Quando chega num local, o sujeito entesa, finca o pé e só arreda quando o problema da buraqueira é resolvido.

Nascido há menos de três meses, João Buracão é filho do borracheiro carioca Irandir da Rocha que de tanto reclamar com um buraco em frente a sua borracharia fez uma espécie de Judas pescador (com uma vara na mao como se pescasse no buraco). De tão famoso já esteve até no Fantástico e é o novo herói ou anti-herói nacional.