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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Olha que beleza de texto recebi por e-mail. Ele foi publicado no Jornal de Itupeva em 15.11.2008.

Ah, que saudades!

Ando com saudades de café com pão;
De namorados dando beijinhos no portão.
De pedir bênção a pai e mãe; (Deus te abençoe)
De ver um varal cheio de roupas, com cheiro apenas de sabão; De ver alguém sorrindo enquanto, lava a louça com bucha vegetal. De sentir respeito pela polícia.

De cantar o Hino Nacional, com a mão no peito e lágrimas nos olhos. De acreditar que o Brasil ganhou a copa do mundo porque jogou direitinho. De saber que o Zezinho, filho do porteiro não vai morrer de dengue. E que Maria feirante poderá ter um filho médico.

Saudades de homens que usavam apenas o assobio como galanteio (Fiu-Fiu).
Morro de saudades do tempo em que um presidente de uma nação era o mais respeitado cidadão do país.
Que cadeia era lugar só de ladrão.
Acho que andaram invertendo a situação.
Ando com saudades de galinha de galinheiro.
De macarrão feito em casa, com tempero sem agrotóxico.
De poder tomar guaraná em dia de festa.

De novela com final feliz!
De comer manga verde com sal.
De pipoca doce de pipoqueiro;
De dar bom dia a vizinha;
De ouvir alguém dizer obrigado ao motorista e ele frear devagarzinho, preocupado com passageiro.
Saudades de gritar que a porta está aberta para os que chegam
Saudades do tempo em que educação não era confundida com autenticidade.

Hoje, se fala o que quer em nome de uma “tal” verdade e pedir perdão virou raridade. Ando com saudades de ver no céu pipas não atingidas pelo efeito estufa e sem cerol!

Saudades das chuvas sem acidez, que não causavam aridez.
Saudades de poder viajar sem medo de homem-bomba.
De ser recebido com pompa em outra nação.
Atualmente reina a desconfiança no coração.
Sinto muitas saudades. Do rubor das faces de minha mãe quando se falava de sexo.
Totalmente sem nexo!

Hoje, ele é tão banal que acho que até todos se banalizaram.
Acho que a maior saudade que tenho é a saudade de tudo que acreditei. Para meus filhos não poderei deixar sequer a esperança.
Hoje, já não se nasce criança.
Poxa, que saudades!

Por Edwaldo Antonio Milanesi

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto fantástico!!! É tudo o q fomos e sentimos e que infelizmente nossos filhos n serão nem sentirão. Acrescento ainda:
- Sinto saudades de brincar de "bote" de algodoeiro no igarapé de tráz de casa formado pelo Juruá alagado...
- Sinto saudades de pular "borrachinha" da ponte da represa formada pelo Juruá alagado... e sem poluição.
- Sinto saudades dos bilhetes p namorada trocados escondidos da irmã Diana...
- Sinto saudades da troca de olhares furtivos pras meninas durante a missa escolar e domingo...
E agora, a lembrança bateu mais forte e n vou poder continuar, uma lágrima teima em cair... Amanhã talvêz...