Ontem, o Ministro dos Transportes, o Governador Tião Viana, autoridades políticas e populares das cidades de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, estiveram no acampamento do Deracre no Igarapé Massipira (34 km de Feijó) para o lançamento das obras de conclusão do último trecho de asfaltamento da BR-364 entre Cruzeiro do Sul-Rio Branco.
Não pode haver notícia mais importante para quem lembra da agonia que era viajar assombrado com a possibilidade de uma chuvinha qualquer te fazer dormir na estrada.
Há 15 dias (19.04) estive em Rio Branco e fiz questão de ir e vir de ônibus para ter propriedade para dizer sem medo. Quem critica a BR-364, quem torce contra, ou é pilantra, mau caráter, irresponsável, ou é desinformado.
Não é um tapete de asfalto, mas também não chega a ser o solo lunar de crateras. Saímos às 19:00 e entramos em Rio Branco antes das 08:00 da manhã do dia seguinte, com direito a oito paradas para embarque, desembarque ou refeições. Não ouvi ninguém reclamando, muito pelo contrário, alguns até se admiravam que apesar dos comentários sobre atoleiros, a gente não tinha chegado quase no horário.
São 642.000 metros de extensão onde segundo informações foram investidos algo em torno de 1,1 bilhões.
Falei, "investimento", porque os que torcem contra, os pilantras, os vagabundos, preferem dizer "roubalheira".
O mesmo tema e visões diferentes. Para os pobres, para quem feito a Dona Nen, vive passeando de ônibus "arriba e abaixo" entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco, gratuitamente, aproveitando a facilidade da carteirinha expedida pelo Detran aos maiores de 65 anos, a estrada é uma bênção. Para quem vive às custas do povo, ganhando mais do que merece pelo pouco que faz pelo Estado, que nunca trabalhou no pesado, cada buraco na estrada é uma oportunidade de fazer política, de arrumar problemas para os adversários.
"Cada um dá o que tem, diz um dito soberano, e nesse sagrado plano, impera quem faz o bem", já dizia Zé Ramalho. É por aí mesmo, não se pode esperar flores de quem vive do apedrejamento.
Fico pensando em como as pessoas são movidas por interesses. Desde 2011 tenho ido a Rio Branco sempre pela estrada e para mim é uma bênção. Já um tio meu, empresário, vive esconjurando a estrada, mas vive no trecho transportando mercadorias para abastecer as lojas da família. Nunca ganhou tanto dinheiro, mas imagino que gostaria de ganhar muito mais e mais rápido. Nossos interesses... somos o que acreditamos e pensamos.
Tenho acompanhado com grande tristeza o desperdício de dinheiro público na tentativa de arrumar estádios para o Copa do Mundo em 2014.
O Maracanã é bom exemplo de mau uso do nosso dinheiro. Não vejo nossos senadores atacando as obras para a copa do mundo, mas alguns vivem achincalhando a BR-364. Quanto aos valores de um e do outro, você acha que dá para comparar? Por incrível que pareça os valores gastos na reforma do Maracanã se aproximam dos valores "desperdiçados" na BR-364. O Maracanã (que não é adequado aos Jogos Olímpicos de 2016), vai consumir 1 bilhão de reais. Só para reformar...
Viu? Do ponto de vista da utilidade pública, da cidadania, da liberdade, do desenvolvimento, dá para comparar uma rodovia de 642 km com um estádio de futebol?
Irresponsabilidade, isso sim, é o termo que melhor encontro para definir a atitude de alguns que aproveitam para cavar mais buracos e fazer atoleiros numa estrada que tem sido um remédio para diminuir alguns sintomas de uma das maiores doenças do interior do Estado do Acre - a carestia e exploração.
Antes da possibilidade de tráfego durante o ano todo, a maioria do povo daqui acreditava que os inimigos da rodovia eram os empresários que teriam a concorrência dos supermercados de Rio Branco nos garguelos, mas isso, por enquanto ainda não aconteceu, embora os preços tenham se mantido em níveis toleráveis e os comerciantes nunca ganharam tanto.
Mas então, hoje, quem são os inimigos da BR-364? Fora o empresariado, só restam os políticos da oposição ao atual governo.
Seus discursos, o do quanto pior melhor, demostram a preocupação e a inveja dos adversários que podem concretizar um sonho de milhares de pessoas e de dezenas de anos, o de finalmente integrar o Estado de ponta a ponta. Que eles morram de inveja.
Veja o vídeo abaixo sobre construção da BR-364.
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