Não
tinha o que fazer. Dez minutos procurando, buscando alguém aflito nas
imediações, apressado com uma chave na mão, e nada.
O
trânsito já um projeto de caos, impedindo a fluidez do tráfego e aquele monstro
ali no meio da rua, a quase dois metros do meio fio.
Prevaricar?
A vida
é assim mesmo. Existem os palhaços para fazer rir, os professores para educar,
os juízes e os delegados para serem respeitados e existem aqueles que ninguém
gosta, têm no ofício o dever de lascar os outros. Entre eles o coveiro, o cortador
de energia, o agiota, o advogado, o guarda de trânsito.
Sem o
menor remorso, certo de ter feito tudo o que era possível, de ter esperado,
apelado, perguntado na loja da frente sobre o motorista e nada, cumpri o dever.
Foi pouco pelo estrago causado.
Já
acionando o guincho, eis que aparece seu dono, ainda argumentando sobre a
legalidade daquele estacionamento ridículo, tentando inverter a ordem das
coisas. Você erra e culpa alguém.
Quem
pariu Mateus que o embale, ou quando eu era besta os cavalos quase que me
acabavam, ou ainda, faz o teu que eu faço o meu.
Em tais
horas, a gente ouve: Vou te processar! Como é que é, vai me colocar num
liquidificador e apertar 3? Você tem a foto do seu veiculo “bem estacionadinho”?
Não? O guarda que é um abestado, já fez a foto, peça dele.
Depois,
por aí, a pergunta ridícula, idiota, pouco inteligente: Quem ele pensa que é?
Bom, aí a coisa pega, pois ele não pensa, ele é. Blogueiro, quer mais? Então...
pai de família, religioso, flamenguista, leitor de bula de remédio e observador
de estrelas e cometas.
Um comentário:
Veja pelo lado bom, caro Franciney, pelo menos esta espécie evoluiu. Antes eles perguntavam te olhando de cima para baixo: "Sabe com quem está falando, menino ?" Hoje só rosnam entre os dentes...
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