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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Julio Verne na Amazônia.


Julio Verne na Amazônia? Não, ele nunca esteve por aqui, mas, como é sabido por todos, era um sujeito sonhador e dono de uma imaginação fantástica. 

Julio Verne é autor de várias obras de aventura. Entre elas, Vinte mil léguas submarinas, Viagem ao centro da terra, Cinco semanas em um balão, A volta ao mundo em oitenta dias, só para citar as mais conhecidas. Todas, obras de pesquisa e boas doses de invencionice. Seus textos impressionam pelas informações e minúcias.

Baseado nas informações de outros escritores é que em 1881 publicou o livro A Jangada. Quanto ao título, em se tratando de Amazônia, mais apropriado seria, a catraia ou a balsa, mas estamos em 1881, vamos dar-lhe um desconto.

"A Jangada" conta a história de uma viagem empreendida pela família de um próspero fazendeiro instalada em Iquitos. O objetivo confesso: ir a Belém para casar Minha, a filha, com um colega de estudos do irmão. Mas Joam Garral tem também suas razões secretas: conseguir, correndo o risco da sua efetiva execução, a revisão da sentença que o condenou injustamente à morte pelo caso de um roubo de diamante vinte e seis anos antes, enquanto ele trabalhava, sob a sua verdadeira identidade de Dacosta, nas minas imperialistas brasileiras. Com o objetivo de se deslocar, visto que o projeto era familiar, o herói não imagina outro meio senão construir uma gigantesca aldeia flutuante que se deixará levar pela correnteza do rio...

"Júlio Verne foi um daqueles que retocaram os antigos mitos. Daqueles que lhes acrescentaram algo novo. Sua volta ao mundo em oitenta dias, as viagens ao centro da Terra e à Lua, as vinte mil léguas submarinas, o Nautilus, a forte e secreta figura do capitão Nemo são alguns dos motivos que impulsionaram nossas fantasias inconscientes.

A Jangada reativa vários dos elementos desses mundos paralelos: a cidade flutuante, a ilha utópica, o criptograma, o erro judiciário, a descida de um rio... Essas recorrências são sinais de macanismos literários profundamente significantes e ancorados na inteligência do criador." (Michel Riaudel).

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