Não sou geógrafo e, portanto,
qualquer avaliação minha sobre crescimento demográfico ou estatístico não terá
fundamentação alguma.
Mesmo assim, vou tentar entender
os entrenúmeros: Há 8 anos, pelos “números oficiais”, Cruzeiro do Sul já
contava com população de 84.000 pessoas. Pelos números atuais, não deve atingir
os 80.000 hab. O que teria havido? Por que as autoridades políticas do
município e parte da imprensa estão para perder o juízo? Qual é o problema não
sermos do tamanho que imaginávamos?
Por mim, tanto faz, muito embora
eu prefira cidades menores com boa qualidade de vida que metrópoles sem prumo e
rumo.
Contestar os números do Censo não
me parece coisa de gente responsável. Que os “especialistas” contestem o
trabalho da polícia, do judiciário, dos políticos, eu até entendo, mas... Tudo
bem que aos olhos de muita gente, o mundo é o pior lugar do sistema solar e que
o Acre o pior lugar do planeta, mas daí a contestar os números do IBGE?
O que nos move são nossas
expectativas e interesses. Assim, eu compreendo a agonia da Prefeitura, mas a
agonia de alguns da imprensa...
Tem imbecil que olha números e já
pensa ou só pensa em matemática. Eu nem gosto muito de matemática, mas aprendi
o suficiente para fazer pequenas contas. A verdade é que eu gosto da matemática
apenas para fazer analogias.
Veja essa aqui, por exemplo: Numa
região da Groenlândia havia 4 fazendas. Eu comprei uma fazenda que tinha um
pasto com 1.000 ha e um rebanho de 100 animais. Fizeram a contagem do meu gado
e baseado nesse censo bovino eu recebia R$1,00 por cabeça o que me dava
R$100,00 em recursos para alimentar e vacinar o gado.
Ocorre que até 1991 as 4 fazendas
eram uma só. Nessa época eu já era um homem poderoso e sem imaginar que um dia
a maior fazenda seria minha, votei a favor de dividir a grande fazenda em 4
fazendas menores. A divisão foi da seguinte forma: cada nova fazenda levaria
uma parte da área, uma parte do gado e cada uma delas teria um novo dono, e um
novo nome. Assim distribuídos: Fazenda do Peixe – 20 hectares e 10 cabeças de
gado. Fazenda do Burro – 20 hectares e 7 cabeças. Fazenda do Amonea – 30
hectares e 7 cabeças.
Com a divisão, a antiga fazenda manteve o nome, 66 cabeças de gado e apenas 30
hectares de área. O bom, maravilhoso, estupendo em tudo isso, é que continuei a
receber os mesmos R$100,00 de antes apesar de ter minha área e meu gado
diminuído. Assim, poderia alimentar melhor o meu gado, prestar uma melhor
assistência ao rebanho, fazer novas cercas (um novo curral, ops!), enfim,
melhorar minha fazenda, mas...
Entendeu o desespero?
Agora vem uma nova contagem e por
ela passa a impressão de que a minha fazenda diminuiu. Diminuiu não, gente, o
gado continua crescendo, engordando, e até ficando mais brabo (compare números
de Serra e Dilma), acontece que o gado está preferindo as fazendas menores onde
come melhor e o dono é mais humano. Se você fosse gado, iria querer viver
debaixo de peia? Se pudesse fugir, iria preferir ficar?
O nosso gado está fugindo. Veja os números:
Censo 2000
|
Censo 2010
|
Cruzeiro do Sul -
67.441
|
77.323
|
Marechal Thaumaturgo - 8.295
|
14.111
|
Rodrigues Alves - 8.093
|
14.100
|
Porto Walter - 5.485
|
8.984
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário