Oitenta e um anos se passaram e a
covardia/tolerância dos nossos jurados em julgamentos não mudou nada. Em
relação à benevolência dos jurados com assassinos, em 1930, o Juiz José Moreira
Brandão Castelo Branco Sobrinho, na relevante obra “O Juruá Federal” e talvez a mais citada pelos historiadores juruaenses, tascou a célebre
frase:
Quanto aos delitos sujeitos ao julgamento dos juízes togados, basta citar
uma frase corrente no lugar: “É preferível matar o adversário do que feri-lo”.
Assim se manifestam os habitantes dessas ribeiras, porque os criminosos de
ofensas físicas são julgados por esses juízes, que, segundo a expressão vulgar,
não perdoam a ninguém, ao passo que os jurados podem ser menos exigentes. (O Juruá Federal, pg-113 versão em PDF disponível na internet.)
Cito a obra para justificar o que
ocorreu em Guajará-AM esta semana durante o julgamento dos assassinos do
vereador Rob Kler.
Veja notícias sobre a morte e o
julgamento.
Jurados embasbacados, encantados,
fascinados pela defesa dos bandidos, que consideram advogado como autoridade.
Pelo resultado do julgamento, a população (representada no corpo de jurados)
aceita o assassinato, a covardia, o cangaço, a corrupção com uma naturalidade
que assusta.O resultado surpreendeu até o
assassino (observe o sorriso dele na foto ao lado).
Depois, como se o responsável pelo ridículo desfecho fosse o advogado de defesa, covardemente depredaram seu veículo. O jogo, o teatro, tudo faz parte durante um julgamento, até que a decisão recaia sobre os escolhidos para absolver ou condenar.
Guajará (através dos seus representantes no corpo de jurados) decidiu que matar alguém deve ser punido com a pena mínima. Durante um julgamento realizado na Vila Lagoinha no mês passado, o advogado de defesa do réu entrou com uma estaca de dois metros na sala e destruiu uma cadeira. Tudo não passa de um espetáculo, teatro, encenação.
Um julgamento ali, em Guajará, já causou assombro. Alguns, nunca tinham visto um juiz, um advogado na frente. Foi a primeira vez. E tomara que a última.
Os fatos justificam a fama: Guajará é terra devastada. Se tivéssemos que representa-la através do cinema bastaria apenas assistir Mad Max (um filme dos anos 80 com Mel Gibson onde percorre uma terra cheia de pilantras onde os honestos vivem sem pouso certo, reféns dos covardes e sanguinários).
Nada como um guajaraense para expressar a indignação que o resultado do julgamento causou. Por isso indico o Blog do Leandro
Depois, como se o responsável pelo ridículo desfecho fosse o advogado de defesa, covardemente depredaram seu veículo. O jogo, o teatro, tudo faz parte durante um julgamento, até que a decisão recaia sobre os escolhidos para absolver ou condenar.
Guajará (através dos seus representantes no corpo de jurados) decidiu que matar alguém deve ser punido com a pena mínima. Durante um julgamento realizado na Vila Lagoinha no mês passado, o advogado de defesa do réu entrou com uma estaca de dois metros na sala e destruiu uma cadeira. Tudo não passa de um espetáculo, teatro, encenação.
Um julgamento ali, em Guajará, já causou assombro. Alguns, nunca tinham visto um juiz, um advogado na frente. Foi a primeira vez. E tomara que a última.
Os fatos justificam a fama: Guajará é terra devastada. Se tivéssemos que representa-la através do cinema bastaria apenas assistir Mad Max (um filme dos anos 80 com Mel Gibson onde percorre uma terra cheia de pilantras onde os honestos vivem sem pouso certo, reféns dos covardes e sanguinários).
Nada como um guajaraense para expressar a indignação que o resultado do julgamento causou. Por isso indico o Blog do Leandro
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