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domingo, 6 de março de 2011

"Deus" da putaria em Cruzeiro do Sul

Desculpe pelo reles da linguagem, mas é que hoje não me importo de parecer mal amado ou demasiado ranzinza. Tenho sorrido quando a piada é boa e me aborrecido quando a insensatez extrapola os limites. Não me importo, inclusive se poucos lerem esse post, afinal hoje é domingo de carnaval e parte do povo brasileiro está curtindo uma tremenda ressaca pela noite de ontem. 

Já desconfiava há algum tempo, mas agora tenho por certeza: Não gosto de carnaval. Não consigo ver no carnaval nenhum benefício além de uma oportunidade para ficar em casa com a família, visitar os parentes os amigos ou não fazer nada.

Não consigo ver no carnaval nada além de bebedeiras, descomposturas e prejuízos materiais e humanos. Não é que eu esteja querendo fazer o tipo puritano, carola, papa-hóstia ou fundamentalista religioso.

Carnaval é um desperdício. Principalmente de vidas humanas. Só no ano passado (2010) o saldo do carnaval registrado pela PRF nas estradas federais foi de 3.233 acidentes e 146 mortes. É normal? É sensato? Quantos serão em 2011? No período, e em dias que antecedem a “celebração dionisíaca” os exageros se multiplicam e se fazem comuns. É a exaltação do leviano, fútil e descarado.

Das coisas supérfluas e sem fundamento o carnaval é exemplo maior. Por mim, se acabasse (não proibido) não faria falta. Sentiríamos certamente a falta do grande feriado para descansar do ócio do natal e do ano novo. Fora isso, nada mais.

Não sou parente de Dionísio (deus do vinho, vulgo Baco conhecido como deus da "putaria" e da desconstrução das regras sociais), sou avesso a bebidas inebriantes, alcoólicas ou a substâncias alucinógenas. E, em não apresentando parentesco algum com o “deus da depravação” ou como se referia um professor, “deus da desconstrução paradigmática”. 

O carnaval expõe nas pessoas aqueles pensamentos mais escondidos e as aproximam substancialmente de animais. Alguns desses “homens” utilizam em suas folias técnicas de mimetismo e descaradamente atacam o guarda-roupa da mulher ou das filhas.

Não gosto, acho sem fundamento, e me sinto lesado enquanto cidadão ao saber que os governos apoiam carnaval chegando a dar dinheiro para “Escolas de Samba”. Que nossos impostos são utilizados para patrocinar a destruição de vidas e de famílias tudo dentro da mais perfeita passividade social.


E por falar em “Escolas de Samba”, diferente do que o nome possa sugerir não ensinam nada que preste, sequer o básico para uma escola de samba, que seria ensinar a sambar. Isso é o que menos se vê. Mas, pensando bem, os sambistas que desfilam pela Mâncio Lima nos oferecem um grande ensinamento que é a oportunidade de percebermos nossa incalculável babaquice. Então, viva Dionísio!

2 comentários:

Ornelas disse...

Fran, seu blog está ótimo. Depois de abril faremos um update (palavra besta, né?)e aí quero contar com você também na outro "voz". Mas quero lhe dizer que descobri que o carnaval me odeia. Nesse domingo, em apenas cinco minutos que separei pra tirar uma foto na mancio lima, perdi a chave da moto, da casa, da garagem e da dúvida. O carnaval me odeia mesmo. Que bom.

Marcus Vale disse...

Ótimo post, muito corajoso por sinal. Acho que a sociedade permanece cega, ou não. Nossos jovens estão se perdendo para as festas da carne, nos vícios, prostituição, bebedeiras e drogas. E parece tudo normal e que vai tudo bem. Hoje é a quarta-feira dos arrependidos, e espero que você não tenha muito do que se arrepender, pois poderia ter sido pior...