Hoje, 20 de Julho, meu pai completa 65 anos de idade.
É cearense de Russas. Nasceu numa localidade chamada Lagoa Vermelha em 1945 e antes que completasse 2 anos chegou ao Acre quando a família do meu avô (ainda vivo com 89 anos) veio ter por aqui.
Eu, que já aplaudi tantos homens importantes, nunca aplaudi meu pai. O faço agora, com licença dos amigos.
Meu pai é o maior homem que conheço e já me daria por satisfeito, se ao completar 65 anos de idade, mantivesse a mesma dignidade, discrição e simplicidade com que tem se comportado.
Pesou sobre ele por toda
a vida, o peso da acusação de pai-ausente.
Nunca gostou de reuniões de pais e
mestres, de receber ou assinar boletins, de ajudar com os deveres escolares, de
assistir a teatros, desfile de Sete de Setembro, festas de aniversário, de
carnaval ou de festa caipira.
Pesou sobre ele também,
o peso de não saber bater nos filhos, de não possuir habilidades para
negociações, para a política, para o contraditório.
O peso, enorme peso, de
jamais ter demonstrado emoções, de não chorar, de nunca gargalhar, por melhor
que a piada se mostrasse.
Nunca demostrou amor ou fanatismo.
Não era afeito a festas, não dançava, nunca o vimos
cantar uma música, sequer assobiada. Suas diversões eram as caçadas e as
pescarias e nunca por esporte, sempre por necessidade.
Mesmo assim, insensível, frio, ausente, rancoroso e inculto, nunca nos abandonou
por vontade própria.
Um comentário:
Tio Chico Cário, era assim que chamávamos e tratávamos qdo crianças e adolescente na pequena Vila PW de + ou - 30 anos atrás. Homem austero, opinioso e honesto de um tempo em que uma palavra dada era "um tiro".
Mais apesar de n ser um homem dado a "badalações" ou risadas, sempre tinha um leve sorriso no canto da boca qdo adolescentes dizíamos alguma "pilhéria". Parabéns pelo seu dia de aniversário, tio Chico Cário.
Parabéns a vc tbm meu primo e aos demais irmãos pelo privilégio de vcs está celebrando essa memorável data, e vc sabe pq estou dizendo isso, em agosto/10 meu "velho" tbm completaria 65 anos, e não o temos aqui no nosso meio... (não tenho palavras p concluir...)
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