Depois de uma semana, reencontrei alguns amigos.
Fora os abraços de boas-vindas e as palavras de carinho, o que mais me deixou alegre e ao mesmo tempo triste, foi descobrir (embora há muito tempo eu já desconfiasse) que se eu tivesse morrido no Domingo de Páscoa daria apenas mais razão ao grande poeta Fernando Pessoa.
Ricardo Reis (um de seus heterônimos) se debruça sobre a irrelevância da vida.
O poema é lindo, ainda que de uma verdade inquietante:
Fora os abraços de boas-vindas e as palavras de carinho, o que mais me deixou alegre e ao mesmo tempo triste, foi descobrir (embora há muito tempo eu já desconfiasse) que se eu tivesse morrido no Domingo de Páscoa daria apenas mais razão ao grande poeta Fernando Pessoa.
Ricardo Reis (um de seus heterônimos) se debruça sobre a irrelevância da vida.
O poema é lindo, ainda que de uma verdade inquietante:
Nada Fica de Nada
Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
(Ricardo Reis, in "Odes")
Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
(Ricardo Reis, in "Odes")
Pois é... Somos contos contando contos, nada!
Um comentário:
Belo poema Franciney.
Ele ainda me faz lembrar de alguém que diz: "O que é a nossa vida, se não como a fumaça que esta no ar e logo se dissipa?"
Grande abraço!!!
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