Por Raimundo Angelim em 14 de abril de 2009. (*)
Reconheço que tem sido muito difícil convivermos com a ausência do nosso eterno deputado Geraldo Maia. Como chefe de família foi um atento e dedicado esposo, pai, sogro e avô, sempre nos apontando caminhos e ensinando a sermos mais tolerantes, mais solidários com nossos semelhantes. Tinha na família a base fundamental para uma sociedade mais fraterna. E não fazia dessa premissa apenas um discurso, uma retórica. Vivia-a no seu dia-a-dia. Ao longo da vida, nos transmitiu o que praticava. Reside aí, provavelmente, a importância do seu legado e a dificuldade de nos acostumarmos com sua ausência.
Tinha pelo Acre e por sua querida terra, Cruzeiro do Sul, um amor que envolvia a todos que o escutasse falar de suas belezas, da história, das potencialidades, de sua geografia e de sua gente. Aprendi com seu Geraldo, como eu o chamava, a amar e a conhecer melhor o porquê dos cruzeirenses serem tão apegados e tão orgulhosos de sua terra.
Como homem público sua trajetória foi exemplar. Um deputado estadual que honrava o cargo que lhe fora outorgado pelo povo. Na Assembléia Legislativa, uma de suas marcas foram os pronunciamentos sempre coerentes com os sonhos e demandas de seu povo juruaense.
Na política ou fora dela, era um homem persistente na defesa de suas teses. Gostava de um bom debate e dele não se ausentava, sem antes deixar a marca de suas convicções e crenças. Autodidata, lia de tudo, mas a sua preferência era a história do Acre. Gostava de escrever. Podia ser em sua velha máquina de datilografia, uma genuína Olympia alemã, ou nos últimos anos, com sua já trêmula mão, rabiscava em qualquer pedaço de papel suas impressões sobre a vida, fatos da história de Cruzeiro do Sul, enfim, um amante das coisas do seu tempo.
Mas não quero continuar falando do homem público Geraldo Maia. Estes todos conhecem sua história. Preciso e sinto necessidade de falar do esposo, pai, sogro, avô, tio Geraldo Maia. Sabia mais que ouvir. Escutava a todos. Com a serenidade e autoridade que a vida lhe proporcionou, mediava conflitos e apontava caminhos. Era um homem sábio. Um eterno conciliador.
Mas não era só isso. Seu Geraldo gostava de conversar. E gostava, principalmente, de conversar com a família. Nas comemorações de Natal, aniversários, Ano Novo, nas celebrações familiares, ele sempre tinha uma fala a fazer. Era quando nos falava dos valores a serem preservados. Valores como respeito, não apenas ao mais velho, mas a todos, indistintamente. Falava-nos sobre solidariedade, tolerância. E nos falava, fundamentalmente, do amor à família. Devo confessar aqui, o quanto aprendi com essas conversas. Um longo aprendizado que guardarei por todos os meus dias e, espero, possa transmitir às minhas filhas e aos meus netos.
Digo isso porque nesses momentos, tão especiais de nossa família, seu Geraldo se reportava com mais ênfase aos netos e bisnetos. Em seu último aniversário, dia 16 de fevereiro, fez uma de suas mais belas falas. Por tudo isso, obrigado seu Geraldo, pelos ensinamentos e bons exemplos. Sua missão se encerrou aqui na terra, mas continuará na eternidade.
(*) Raimundo Angelim, professor universitário casado com Gerlília, era genro de Geraldo Pereira Maia
Como singela homenagem deste blog a um grande homem da História de Cruzeiro do Sul e do Acre, posto uma foto de Seu Geraldo Maia em discurso na Câmara de Vereadores de Cruzeiro do Sul na década de 70.
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