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sexta-feira, 15 de junho de 2012

A verdade é que...


(...) quando começa a dar sinais de crise em sua economia maior, em 1962 quando o governo federal já demonstrava desinteresse por um Território que dava sinais de decadência. Se o Acre tivesse se mantido enquanto um grande exportador de borracha, o governo federal dificilmente teria aceitado sua elevação à categoria de Estado. 
(Carlos Alberto Alves de Souza, em História do Acre – Novos Temas, Nova Abordagem. pág 165-166)

Inicio este post  com a citação do maior historiador acreano para deixar claro que a verdade histórica nem sempre(na maioria dos casos)  é o que parece. 

Hoje se comemora os 50 anos de Estado do Acre. Legal, mas sem querer estragar a festa de ninguém, gostaria de botar outras verdades na "verdade oficial".

A Lei nº4.070, de 15 de Junho de 1962, sancionada pelo Presidente João Goulart elevou o Território do Acre à categoria de Estado e acendeu nos acreanos um lume de esperança no desenvolvimento de todos os rincões da terra acreana.

Para alguns historiadores, a criação do novo Estado foi para a União, antes de tudo, o alívio de um fardo. Acontece que com a queda no preço da borracha amazônica, e entenda-se principalmente acreana, o Território que até poucas décadas fora o maior produtor de borracha e um dos responsáveis por gerar enormes riquezas ao País, vinha em balanço negativo. Mantê-lo agora, despojado da única riqueza explorada no momento, seria um prejuízo desnecessário. Melhor então deixa-lo entregue à sorte de um fundo orçamentário constitucional e observar de longe o desenrolar das politiquices acreanas. 

A crença na capacidade acreana de organização política do novo estado era tão pequena que no Parágrafo único do Art. 3º da lei de emancipação previa que

Parágrafo único. Se, dentro de quatro meses, após a instalação da Assembléia (constituinte), não for promulgada a Constituição Estadual, o Estado do Acre ficará submetido automaticamente à do Estado do Amazonas, até que a reforme pelo processo nela determinado. (grifo nosso)

Para os acreanos também foi um alívio. Pela primeira vez poderiam escolher os próprios dirigentes, principalmente o governador e os prefeitos. A resposta à opressão foi tamanha que o inesperado aconteceu. Surpreendentemente, o vencedor das eleições de 1962 foi o professor cruzeirense José Augusto de Araújo, de 32 anos, derrotando nada menos que o poderoso General-Senador José Guiomard dos Santos, o homem que defendera a criação do Estado do Acre.  

Então taí, uma outra opinião sobre o assunto.

3 comentários:

Terra Náuas disse...

gostei da abordagem extra-oficial. é preciso ter um posicionamento crítico além do ufanismo de estado. O meu vc já sabe qual é.
Abçs

Wallace Rocha disse...

Por trás da História construída, temos milhões de histórias verdadeiras. Hoje é preciso, mais do que nunca, escrever a real história das coisas. Pois do jeito que o nosso Estado anda, é bem provável que se registre inglórias como glórias, políticos corruptos como salvadores da pátria acriana e bandidos como heróis. Temos que abrir os olhos!
Valeu, Franciney! Um abraço!

Anônimo disse...

Ótima matéria, sabemos q por trás da história oficial há sempre outra, paralela e mais verdadeira. Mais ainda acredito q o Acre está melhor sendo estado brasileiro do que boliviano. Não acham?? A propósito, porque teimam em escrever termo: "Povo ACRIANO, pátria ACRIANA, ao invés de ACREANO ou ACREANA. Gramaticalmente, apesar de eu não ser tão bom em língua portuguesa, o termo ACREANO n é o correto?? E até mais bonito?? Então, pq essa marmota de "acriano"