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quarta-feira, 26 de junho de 2013

A culpa é dos egípcios...

Longe de querer ser o dono da verdade feito Arnaldo Jabor, Datena ou Boris Casoy. Também não simpatizo com o Walter Mercado (aquele ser andrógino que fez sucesso na TV brasileira com suas previsões por telefone). Mas em relação à Telexfree eu estava certo.

Longe de mim o pedantismo, mas quando a febre da Telexfree quase entrou aqui em casa eu percebi que a esmola era muito grande. Como não sou ambicioso, e hoje com metade da vida já percorrida (pelas contas do IBGE é 72,3 anos para um acreano) já percebi que não vai dar para ficar rico e me conformei, agradecido por ter uma família sustentável(que é possível sustentar), por já ter carro, óculos ray-ban, casa própria, computador, tv por assinatura...

Para quem nasceu no seringal, filho de família numerosa, de agricultores, seringueiros, diaristas, a fortuna só se explicaria pela política ou pelo roubo, quem sabe a droga. Ah, mas tem o comércio... é mas da forma que se apresenta em Cruzeiro do Sul não deixa de ser um roubo. Riqueza necessita de explicação e como funcionário público eu não teria como explicar um Jet Sky, um avião, um iate, uma viajem às Pirâmides... A clássica fórmula para ficar rico consiste mesmo é em suor+trabalho+conhecimento.

Quando um sujeito me apresentou a proposta e abriu o site da tal empresa eu decidi. Foi o preconceito que me salvou. Tudo em inglês, nomes estranhos, e o nome? o "telex" substituido pelo "fax" e depois pelo "e-mail"  seria remodelado? O velho Telex, que era pago e caro, seria "free", agora? 

O sujeito até que tentou, mas ou pela minha pouca inteligência ou porque já decidira mesmo, não conseguiu me explicar como "esse dinheiro daqui pode voltar para cá".
Lembrei de um conhecido que comprou 4 notas falsas de cinquenta reais por uma verdadeira. Uma valia pouco, mas valia., as quatro que comprou valeriam 3 vezes mais, mas era um grande risco, e foi. Foi parar na URSMN (apelido da penitenciária) logo na primeira tentativa de esquentar uma na banquinha de espetinho.
Tinha escapado de uma roubada chamada Dinastia na qual ainda passei seis meses tentando encontrar mais vantagens que prejuízo.
Essa tal Dinastia, que é um negócio sério, funciona assim: Você paga uns R$400,00 e passa a ser segurado por um seguro de vida como garantia (com contrato assinado e tudo). Depois de três meses você se torna treinador e recebe um valor sobre cada mensalidade paga por qualquer um novo membro que entrar no seu grupo. Arrebanhar novos membros foi a dificuldade do negócio. Não tive coragem de chamar ninguém para um negócio que  nem eu mesmo acreditava.
A justiça já entendeu que o troço é uma pirâmide, quem sou eu para dizer que não. O que eu estranho é que todos os investidores se gabavam de estar ganhando fortunas, que não estavam perdendo nada, que era um negócio de Deus (entre os líderes de algumas igrejas estavam os principais incentivadores), e outras vantagens. Se ninguém perdia, se só ganhava, por que o desespero?

Pirâmide boa, boa mesmo, quem sabia fazer eram os egípcios. As grandes pirâmides do Egito sobreviveram  aos faraós, imperadores romanos, Napoleão, duas Grandes Guerras, ao vento, ao tempo. Quanto à TelexFree, é melhor esperar para ver.

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