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domingo, 17 de agosto de 2014

A continuar assim...

Como sempre, como há 25 anos, estive na procissão.

Fui com a família, como sempre, mesmo quando os meninos eram de colo e os carregava às costas como os pais fazem aos filhos menores.

Procissão, como está agora dá medo. Impossível relaxar com velas acesas por todos os lados e na Mâncio Lima, em frente à Câmara de vereadores, o cheiro de cabelos de uma mocinha queimando, só veio me dar razão. 

Lindo e perigoso, mas tranquilo, pelo menos para quem, já com um quarto de século de experiência em caminhadas de novenário, escolhe o sapato adequado. 

O sapato errado de muitas senhoras, a exemplo das velas, também assusta. Já pensou, um salto daqueles em cima do pé de um infeliz...

Como sempre, uma multidão, e este ano um sistema de som horroroso. 

A realização de uma caminhada atrás de uma imagem esculpida é um tema polêmico. Os de outras crenças acusam, católicos se defendem. Fé é um esporte polêmico onde o empate deve prevalecer e quem quiser vencer na disputa já está perdendo. Fiquemos por aqui, na fé.

A procissão de encerramento do Novenário de Nossa Senhora da Glória, não sei por que, para atender a qual interesse, tem se tornado oportunidade para o exercício de mentiras.

Uma grande vergonha. Uma mentira que a gente tem aceitado sem contestar.

Alguém acredita que este ano de 2014, mesmo com a praça na frente da Catedral isolada por tapumes de uma obra atrasada da prefeitura, havia mais de 50 mil pessoas na procissão?

Olha o disparate: Dez mil pessoas a mais num espaço 50% menor? 
Em 2010 eram 15 mil, em 2012, 30 mil, em 2013, 40 mil e agora, com menos espaço e no mesmo tempo, e na mesma velocidade, mais de 50 mil?

Ali, naquele espaço, reduzido como está, não comporta 50 mil pessoas. 

Tenho acompanhado os números que os jornais sem vergonha ano após ano vão superdimensionando.

Se continuar assim, daqui a dez anos, teremos caminhadas de mais ou menos umas 150 mil pessoas... 

Um certo repórter (que já foi correspondente da CNN, NBC, NHK, Al Jazeera...), que é especialista em bajulação, lascou que: "Mais de 50 mil fiéis, aproximadamente, segundo cálculos da polícia militar, estiveram na procissão".

Esse bordão eu conheço, e tenho nojo, e desconfio sempre. Esse policial que faz a contagem não tem nome? 
Ele não existe, e existe em todos os textos jornalísticos de bajulação em qualquer lugar do mundo. Te manca, rapaz! E ainda se mete a criar cultura que não existe na procissão. 

Em mais de 25 anos de Novenário, acompanhando procissão, nunca ouvi falar nessa potoca de que dependendo da quantidade de pecado de um político, a vela queima mais ou menos rápido. 
Isso é mentira,  e eu não posso aceitar, mas, se ninguém reclama, vira verdade.

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