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quarta-feira, 13 de março de 2013

Um "Papa do fim do mundo".

Há quase 521 anos quando europeus espanhóis desembarcaram no Novo Mundo e voltaram contando a novidade causaram um enorme alvoroço entre os teólogos e os cientistas. Aos primeiros, os obrigou a aceitarem um mundo redondo em que os mares não terminavam em abismo e que não obrigava o sol a circundá-lo em 24 horas. Aos segundos era imponderável que refizessem seus mapas.

Não cabe aqui descrever a tragédia sofrida pelas populações americanas resultante daquele contato forçado entre dois mundos em que um detinha o aparato bélico mais  moderno que poderia existir à época e o outro ainda vivia na idade da pedra. Os exageros foram tantos que em 1537 o Papa Paulo III lançou uma bula afirmando que os índios tinham alma. 

Em 1492 a igreja católica vivia os primeiros dias de um de seus piores papas (Alexandre VI - ver em Wikipédia. Parentes do papa são descritos na conhecida obra O Príncipe - de Maquiavel, por aí você tire).

Mas hoje, com a eleição de Jorge Bergoglio (Papa Francisco) a América Latina que sempre foi objeto das ações da igreja passa a sujeito dessas ações.

A eleição de um papa do Novo Mundo, 521 anos depois da invasão européia é uma espécie de redenção, comparável à eleição de Evo Morales, o primeiro índio a comandar um país latino-americano.

Não esperemos grandes mudanças, uma revolução de um homem de 76 anos, a meu ver sua escolha já é uma revolução. Acho até que fez referência a isso quando discretamente definiu-se como um "papa do fim do mundo".

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