Há alguns anos um cidadão
cruzeirense (acadêmico de jornalismo residindo em Rio Branco, acho) escreveu
uma carta em que falava certas verdades que muitos tinham vontade de falar mas
não tinham coragem.
Não deu outra. Rapidamente uma
turminha de endinheirados se organizou e publicaram uma nota de desagravo
contra as "ofensas" que o cidadão tinha falado. Acredito que se
pudessem tinham matado o rapaz.
No dizer desses "donos da
cidade" o desvairado tinha atacado a honra das famílias cruzeirenses.
Cheguei a ler a carta (que se
não me engano foi espalhada ali pela praça de táxi, por que será...) e não vi
nela nada que pudesse atacar as famílias cruzeirenses. Não me senti atacado na
minha honra pois não fui atacado de ser traficante, não ladrão, mercenário...
Nunca vi tanta verdade em tão
poucas linhas. Aquilo não era apenas uma carta era um tratado sobre a história
social e econômica de Cruzeiro do Sul. É lógico que o panfleto (que era
inclusive assinado) carecia de provas, não citava nomes mas nem precisava.
Aquele parágrafo era para "o", aquele era para "o outro", e
aquele outro ali era para os empresários.
Ah, cabra arrochado! Por onde
andará aquele sujeito que com um simples texto abalou a Associação Comercial, a
maçonaria, a Igreja, os políticos de Cruzeiro do Sul? Pelo ódio que causou
acredito que deva ter sido eliminado. Sera?...
Hoje me lembrei daquele
documento.
Lembrei pelo seguinte: Fui
comprar uma saca de cimento e me surpreendi com o preço. Tinha baixado de 42,00
para R$36,00.
- Sério? Bom, assim eu vou levar
duas.
Me dirigi ao caixa e ao sacar o
cartão Visa para efetuar o pagamento a moça me informou que por ser no cartão
teria um acréscimo de R$2,00.
- Como é que é? Mas eu vou pagar
no "Débito à vista", vou transferir da minha conta para a da sua
loja.
- Senhor, no cartão a gente paga
uma taxa...
Ainda bem que criaram o estatuto
do desarmamento porque numa hora dessas você fica possesso.
Como a necessidade faz o ladrão
aceitei ser roubado e paguei a extorsão.
O nome da loja é STAR MATERIAL
DE CONSTRUÇÃO (caso você queira boicotar), mas cobrar taxa extra por uso do
cartão é uma prática comum em Cruzeiro do Sul. Com dinheiro na mão você paga um
valor, com cartão, mesmo no débito, a conta é maior.
Isso é legal?
A Abecs (Associação Brasileira
das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) alerta para que empresários e
consumidores devem ficar atentos para que, no caso de pagamentos realizados com
cartão de crédito e débito, não sejam cobradas taxas de administração.
Segundo afirma a entidade, os
encargos das transações são cobrados pelas administradoras dos cartões aos
estabelecimentos. Por cada transação é repassado, em média, 5% em cima do valor
da compra para as administradoras. No entanto, os clientes não podem pagar por
esses encargos, alerta a Abecs.
Outro ponto que merece atenção
das partes no caso de pagamentos com cartão é a cobrança diferenciada de acordo
com a forma de pagamento. Isso porque, do ponto de vista legal, a venda a
crédito ou a débito não deve ter diferenciação. O fornecedor não é obrigado a aceitar
cheque ou cartão, desde que ele comunique ao cliente antes de ele se dirigir ao
caixa para fazer o pagamento.
Temos por aqui uma burguesia voraz,
alguns, desdentados e analfabetos conseguiriam surpreender Bill Gates em como se
tornar multimilionários em menos de uma década. Os cursos de economia deveriam
convidar alguns desses elementos para dar palestra aos seus alunos.
Lamentavelmente, Cruzeiro do Sul
hoje se encontra (como era no passado) nas mãos destes miseráveis que fizeram
fortuna nos seringais explorando seringueiros e hoje dominam a cidade econômica
e politicamente.
Para quem olha Cruzeiro do Sul
de fora, que não vive aqui é muito fácil falar que as nossas fortunas foram
movidas à droga, mas quem frequenta o comércio local, rapidamente compreende a
natureza da multiplicação dos milhões. O milagre é exploração cruel mesmo,
droga é risco, comércio onde existe isenção de impostos e a população não sabe,
onde se manipula tudo, é segurança e acredito até que deve ser mais lucrativo.
E assim caminha a sociedade
cruzeirense...
Recentemente os empresários ameaçaram
fechar a BR-364 caso o governador não revogasse um decreto em que reduzia o
peso dos caminhões de abastecimento de produtos. Dizia o presidente da
Associação Comercial que caso o governador não liberasse os bitrens e as
gaiolas a mercadoria poderia aumentar em até 15%. O governo cedeu, mas os
preços não caíram. Hoje eles estão trazendo a carga que queriam economizando no
frete e ficando com o lucro.
Isso é chantagem, é imoral.
Onde está a obra social? Onde
está o lado humano desses nossos irmãos comerciantes? Mas eles ajudam a
Apadeq... é pouco, deveriam trabalhar na prevenção.
Já sei, comerciante não tem coração.
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