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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A vergonha olímpica


Uma explicação para a nossa pífia campanha olímpica em 2012:

O Fracasso Olímpico Brasileiro

Se o Brasil quer ter sucesso em olimpíadas, o primeiro passo é admitir o óbvio: as olimpíadas de Londres foram um fracasso para o Brasil. Pela terceira vez consecutiva o Brasil perdeu de Michel Phelps. Cazaquistão, Irã e Coréia do Norte são exemplos de países que ficaram na frente do Brasil no quadro de medalhas. Ganhamos o mesmo número de medalhas de ouro do que a Etiópia. Amargando o 22º lugar no quadro geral de medalhas, não existem desculpas: o Brasil fracassou em Londres.

De maneira alguma critico os atletas olímpicos brasileiros. Estes são verdadeiros heróis, lutando contra tudo e contra todos. Enfretam dificuldades dignas do Olimpo diariamente: falta de dinheiro, falta de estrutura, falta de apoio, falta de materiais, entre outros problemas. Não parece que a distribuição de talentos seja pior no Brasil do que em outros locais do mundo. O mais provável é que a estrutura de incentivos aqui seja mais inadequada do que no resto do mundo.

Vamos aos números: de acordo com os dados de OGLOBO o governo federal gastou R$ 1,76 bilões de reais no ciclo olímpico (2009 a 2012). O número de finais olímpicas disputadas caiu em relação a olimpíada passada (Pequim). O número de medalhas de ouro caiu de 5 para 3 em relação há oito anos atrás em Atenas (apesar do número total de medalhas ter aumentado). Em resumo: o Brasil gastou muito e mal. 

Qual é a receita para melhorarmos nosso desempenho? Eu não sei qual a resposta certa, mas sei a resposta errada. A resposta errada é manter Carlos Arthur Nuzman a frente do Comite Olímpico Brasileiro (COB). Há 20 anos no comando do COB e acumulando péssimos resultados, é difícil entender o porque de mantê-lo. De maneira semelhante, deve-se fazer o mesmo com boa parte dos dirigentes de Federações.

Seja no judo, quando Aurélio Miguel (talvez o maior judoca Brasileiro de todos os tempos) teve problemas com a Federação, seja no boxe quando a brasileira que conquistou o bronze inédito criticou os dirigentes, toda vez que vemos algum atleta comentando sobre os dirigentes da federação, são em geral críticas negativas.

O fracasso olímpico brasileiro tem nome: os burocratas das Federações, entre eles, o presidente do COB. O primeiro passo para nos prepararmos para o Rio-2016 é fazermos uma faxina nos burocratas das federações esportivas brasileiras. Ninguém tem a receita do sucesso. Mas a receita do fracasso o COB já descobriu, manter os burocratas das federações é manter a estrutura de incentivos atual, que já deu várias mostras de sua ineficiência.

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