Hoje pela manhã, enquanto o centro da cidade fervilhava, de vez em quando se ouvia um "Feliz Natal!", uma família se preparava para sepultar um filho vítima de acidente de trânsito na tarde de ontem.
Não importa os motivos, não importa as causas, isso é o de menos diante da terrível realidade da morte.
Estive ajudando os pedestres e motoristas a se entenderem melhor ali pelos mercados.
Pela maioria, nem precisaria pedir a colaboração. Alguns já param, sinalizam para os pedestres, acenam, controlam a inexplicável ansiedade que todo motorista tem e exercitam a civilidade.
Mas as relações no trânsito ainda são conflituosas, por isso alguns demonstram uma angústia e um desrespeito que impressionam.
Há no trânsito, no Natal, em tudo na vida, diversos olhares, possibilidades e opiniões.
São as contradições da vida.
Enquanto uns preparam festas, executam perus, compram presentes, bebidas, mais uma família é obrigada a entregar à terra um ente querido. É obrigada a se controlar, a conter as lágrimas.
Ontem nos orgulhávamos dos números. O menor número de vítimas fatais em Cruzeiro do Sul nos últimos 10 anos. Já foi 19, em 2009 até ontem eram seis e hoje, sete. Mas um morto no trânsito já seria um absurdo.
Por isso, em respeito às famílias, o Detran não comemora números de mortos, seja ele qual for, ainda que seja o menor dos últimos anos.
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