Não sei bem ao certo por que hoje lembrei do Liojorge...
Foi Guimaraes Rosa quem contou na obra “Primeiras Estórias” no conto “Os
Irmãos Dagobé”.
Na terra dele (que no caso da literatura de ficção nunca se pode garantir
onde fica) havia um bandido pra lá de bandido chamado Damastor Dagobé. Sua
confiança de bandido o traiu e um dia foi surpreendentemente assassinado por um
amarelo - Liojorge.
O conto é um dos meus favoritos (o que em se tratando de Guimarães Rosa é
até pecado), pela possibilidade de que um mais fraco possa vencer um oponente
maior pressionado por legítima defesa.
O narrador nos coloca no lugar mais perigoso do mundo (sempre respeitoso pela presença dos facínoras). É em meio ao velório que o narrador se coloca, para captar mais vivamente
a reação das pessoas presentes, todos com inúmeras conjecturas sobre como será
a vingança dos irmãos Dagobé.
A História do mundo está empestada de heróis, mas a nossa literatura
diária, da convivência, está repleta de “amarelos” que com um mínimo de
bravura, inteligência e sorte, transformam a própria realidade e desafiam a
estrutura do mundo.
Vale a pena.
Um comentário:
Caro Francinney,
é de fato uma boa dica. Conheço a obra, é fascinante. Nele se encontra também: "Tem horas em que, de repente, o mundo vira pequenininho, mas noutro de-repente ele já torna o ser demais de grande, outra vez. A gente deve de esperar o terceiro pensamento".
Isso é Quimarães!!
Um grande abraço!
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