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terça-feira, 30 de março de 2010

Morreu um cabra que orgulha a gente...


Faleceu no Rio de Janeiro, aos 83 anos, Armando Nogueira. Realmente o Armando foi (e será por muito tempo) um dos nossos maiores acreanos.
Fez muito mais por nosso Estado que muitos demagogos, picaretas e safados que entraram para a História (muitas vezes pela porta dos fundos).
Armando Nogueira não, era simples, tinha orgulho de falar que era acreano de Xapuri e venceu pelo talento, nunca precisou de um único voto para botar o Acre e todos os que o amam no lugar mais alto do nosso País que é a memória.
Como homenagem, reproduzo aqui uma postagem de um outro escritor e bom acreano exilado na Bahia Isaac Melo no seu blog Alma Acreana
ARMANDO NOGUEIRA (14.01.1927 - 29.03.2010)


O NOME NA PEDRA...


 Eram dois bons amigos. Jogavam futebol todo dia. Ambos atacantes, ambos igualmente bons de bola. Viviam numa fraternal tabelinha, dentro e fora de campo. Tão amigos eram que chegaram a selar um pacto: quem morresse primeiro teria que dar ao outro, com freqüência, notícias lá de cima. Um dia, lá se foi o Amaro, surpreendido no contra-pé por um infarto fulminante, mal saíra de uma pelada.

Passam-se os anos. Amaro não dá o menor sinal de vida – melhor, de morte. Lúcio, cá na terra, já tinha até esquecido um pouco o amigo. Tanto tempo. Cinco anos depois, uma noite, voltando de uma pelada, cai-lhe do céu a voz amiga do Amaro. Batem um papo. Lúcio vai logo contando as boas novas: está namorando uma loura, um avião. A pelada está cada vez melhor e a saúde nem se fala. Saúde de ferro. Lúcio confessa-se em lua-de-mel com a vida.

– Por falar em pelada – disse Amaro – tenho duas notícias pra te dar: a primeira é que vamos inaugurar um campinho aqui no céu. É uma beleza. Grama celestial. Um brinco. Dá gosto de jogar num campo assim.

– E a outra notícia? – pergunta, ansioso, o Lúcio.

– A outra, amigo velho, é que vamos voltar a jogar juntos. Eu vi lá teu nome lá na pedra. Tás escalado na ponta-esquerda do meu time. E o jogo vai ser semana que vem...

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REFERÊNCIA E SUGESTÃO
NOGUEIRA, Armando. O canto dos meus amores. Rio de Janeiro: Dunya Ed., 1998.

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