Os cinquenta por cento de DNA que trago em mim reclamam por uma homenagem ao Nordeste.
Cultura raiz nordestina é o repente. O improviso que surpreende e encanta. Como estes dois versos.
SÃO AS COISAS QUE EU FAÇO SEM GOSTAR
SÃO AS COISAS QUE EU GOSTO DE FAZER
Zé Viola e Zé Galdino
Morar junto a vizinho fuxiqueiro,
enfrentar uma briga de emboscada,
discutir com a mãe da namorada,
viajar de carona sem dinheiro,
escutar um poeta cachaceiro,
ir a festa dançante sem dançar,
vender tudo e não ter com que pagar,
entrar numa novela e levar bronca,
me deitar com mulher que dorme e ronca.
São as coisas que eu faço sem gostar.
Fazer verso pra o povo me escutar,
recebendo os aplausos da platéia,
transformar em poesia a idéia,
vez em quando ser primeiro lugar,
dedilhar na viola e improvisar,
trabalhar com coragem pra vencer,
pelo dom de cantar, agradecer
a meu Deus pela luz que me ilumina,
decantar com a inspiração divina.
São as coisas que eu gosto de fazer.
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