ACREANO OU ACRIANO
O governo federal vai adiar para
2016 a obrigatoriedade do uso do novo acordo ortográfico. As novas regras,
adotadas pelos setores público e privado desde 2008, deveriam ser implementadas
de forma integral a partir de 1º de janeiro de 2013. As informações são da
Folha de S. Paulo.
A reforma ortográfica altera a
grafia de cerca de 0,5% das palavras em português. Com o adiamento, continuará
sendo opcional usar, por exemplo, o trema e acentos agudos em ditongos abertos
como os das palavras "ideia" e "assembleia".
Além disso, o adiamento de três
anos abre brechas para que novas mudanças sejam propostas. Isso significa que,
embora jornais, livros didáticos e documentos oficiais já tenham adotado o novo
acordo, novas alterações podem ser implementadas ou até mesmo suspensas.
Independente disso, este blog e
eu seguiremos sendo acreanos, conforme defende manifesto da Academia Acreana de
Letras, assinado pelo poeta e escritor Clodomir Monteiro.
Leia trechos:
"O habitante natural do
Acre tem como gentílico, desde 1878-1880, acreano[8]. Aqui, nesta parte do
país, como em outras, há traços regionais fortes. E uma língua é assim: uma
riqueza na pluralidade de normas: culta, familiar, literária, popular, técnica
etc. A Língua Portuguesa seria muito pobre se apresentasse apenas uma forma
para seu léxico, para sua sintaxe."
"Até mesmo os dicionários respeitáveis do
idioma pátrio, como Nascentes, Aulete, Aurélio e Houaiss, trazem as duas
formas, ou seja, duas variações: acreano e acriano. Mesmo assim, a população
sempre elegeu acreano como a forma de denominar aquela pessoa nascida no Acre.
E agora, vem o Acordo Ortográfico retirar o uso consagrado pela cultura do
lugar, justificando tratar-se de vogal átona que recebe a formação –iano.
Assim, trata da formação dos adjetivos derivados dos Antropônimos (Camilo,
camiliano; Camões, camoniano etc) da mesma forma que trata os gentílicos
derivados do topônimo como Acre (acriano), um equívoco cultural."
"Por tudo isso, as Ciências
Humanas, por mais magníficos e atraentes que sejam seus argumentos lógicos e
dialéticos, não propiciam arcabouço seguro para tirar dessa terra acreana o seu
gentílico consagrado: acreano. Assim sendo, é imperioso preservar as duas
formas, a histórica e a lingüística, pois ambas são vertentes do conhecimento
humano. A primeira tem maior possibilidade de retratar o Acre e sua gente, da
forma mais completa possível, porque está plena, recheada da identidade
regional."
Eis uma boa causa para a bancada
do Acre no Congresso, que não demonstra gostar de boas causas.
Clique aqui e leia o manifesto
da Academia Acreana de Letras, para quem o gentílico "acreano" é
consagrado pela história.
Fonte: Blog do Altino Machado
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