Fui, quase me perdi, mas já voltei.
Desculpe pela ausência. Não foi por querer, tampouco por não querer. Foi por um esmaecimento de memória mesmo, ou o que é mais provável, por um acomodamento de funções e desse modo...
Melhor dizendo, o barco esteve a naufragar e se fez urgente esvaziar parte da carga. O bom é que podemos fazer meia volta e recolher o que se perdeu.
Voltei com a certeza que o caminho da ignorância ainda a ser percorrido é infinitamente maior que o conhecimento que tenho acumulado. Por isso preciso envelhecer.
Por que voltei tão filosófico? É que ontem atendi ao convite dos colegas do Curso de Letras da UFAC e fui espiar a abertura da Semana de Letras que comemora os 20 anos do curso em Cruzeiro do Sul. Veja o convite:
Não poderia deixar de ir, era imperativo, afinal durante quatro anos estive por lá.
O Curso de Letras da UFAC em Cruzeiro do Sul faz 20 anos e se firma como um grande curso acadêmico.
Livre dos preconceitos que qualquer curso da universidade fora da sede encontra..
Pude sentir isso mais intensamente quando em 2004 concluía o curso de História, mas em 1996 com o Curso de Letras não era diferente.
Preconceito daqueles que o consideram um curso improdutivo e “sem sal”.
Preconceito daqueles que no entendimento do autor de “Raízes do Brasil”, desde os tempos da colônia, sempre tiveram uma queda pelos cursos de Direito e Medicina(mais recentemente) que os transformam antes mesmo da diplomação em “doutores”. Ora, médico é médico e advogado é advogado. Doutor é quem tem doutorado, por mais que tenham feito uma lei que assegura o uso e o desuso do “título de doutor”.
Mas não quero falar sobre isso, quero falar mesmo é que fui à abertura da Semana de Letras (como ex-aluno e convidado), e fui premiado com uma palestra de Márcio Souza, um dos maiores escritores do Brasil.
Márcio Souza é amazonense, de Manaus e nasceu em 04 de março de 1946. É autor de livros como Galvez - Imperador do Acre e Mad Maria, só para citar dois que a Rede Globo já transformou em minissérie. É também escritor e diretor teatral.
É simples, direto e um profundo conhecedor da realidade e produção da arte amazônica. Sobre a nossa realidade literária afirmou: “A Amazônia hoje se auto-analisa”.
Foi a um só tempo, humanista, sociólogo, filósofo, historiador e super gentil ao nos ceder uma foto.
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