Abaixo, o poema que ilustra uma das fotos do meu avô que faleceu na terça feira aos 91 anos.
Meu avô tinha uma admiração especial pelos aviões, pelo céu, na esperança de ver alguma coisa diferente nas nuvens, e nos últimos tempos, todas as tardes, esperando nossas visitas, se punha a vasculhar o céu para observar os grandes aviões que só usam o nosso espaço aéreo. Provavelmente, fazem a linha Lima-Brasilia ou Manaus.
Os cometas, as naves espaciais, os aviões...
A atmosfera, o céu, o firmamento...
O que ontem era dúvida, descrença, medo,
Hoje é certeza...
O que sabemos dela? Nada, pois ainda estamos acordados (por
enquanto acordados)...
Hoje, ele já sabe.
E era lá, onde o céu se aplaina,
No limite da atmosfera,
por onde passam os maiores aviões,
Era o lugar que admirava, o lugar onde sempre quis estar...
E hoje, sentado em alguma nuvem, dessas mais alvas do
verão,
Tocará mansamente nas asas dos aviões,
E acenará aos pilotos lhes desejando boa sorte.
De sua nuvem favorita, nos acenará também, pois saberá que
o acenaremos daqui, em pensamentos...
Sempre que alguma turbina de avião marcar o céu com um
rastro de fumaça...
Ou de som... E de onde estivermos... Para sempre...
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