A crise
consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo não pode
nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem.
Inicio esta postagem com a frase
do filósofo italiano Antonio Gramsci para conjecturar sobre um caso de violência.
Na semana que acaba, o Guajará (município
encangado a Cruzeiro do Sul e que apenas no mapa pertence ao Amazonas) escreveu
mais um capítulo da sua tragédia social e política.
Não ali pela área urbana, o que se
ocorresse outra vez seria coisa natural, mas lá pelas bandas do Gama. A
tragédia: Um grupo de moradores da “Comunidade do Gama” botou abaixo a velha escola
da localidade revoltados com as promessas e a demora na reforma. Ver reportagem
do site TRIBUNA DO JURUÁ.
Há uns onze anos um grupo
revoltado com o resultado das eleições municipais com sérias evidencias de
fraude atearam fogo ao prédio da prefeitura e a coisa e esquentou (pelo fogo
mesmo e pelo bafafá).
Guajará, ao que parece, pelo nível de competência de seus
administradores, foi o local preferido para se enterrar “cabeças de burro”. Não
tem um prefeito que consiga ser pelo menos igual aos piores que a gente conheceu
por aqui.
Se eles tivessem estudado um
pouquinho a História recente de Guajará... saberiam que “a dor ensina a gemer” e que grandes temporais se anunciam com uma leve brisa.
A destruição de uma escola não
pode ser comparada ao incêndio da prefeitura. A ação não pode ser entendida
como uma barbárie (conforme as autoridades tentaram mostrar), não foi uma ação
de repúdio à educação, não é que os moradores não queiram uma escola na
comunidade, mas querem a escola que os políticos prometeram.
Mandaram o delegado apurar, mas deveriam mandar também
uma comissão formada por psicólogos, antropólogos, cientistas sociais,
historiadores, geógrafos (se algum teólogo se infiltrar deve ser expulso).
Esses fenômenos revolucionários em Guajará não deveriam ser apurados pela
polícia (a polícia representa justamente aqueles que os oprimem com mentiras e
adiamentos), eles deveriam ser apurados pela ciência. Violência é um sintoma...
é a dor ensinando a gemer.
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