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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Blatter, o Imperador.

Por muitos anos sonhei com uma Copa do Mundo no Brasil.

Muito se falava, mas parecia realmente um sonho. Até que alçamos à Presidência da República um brasileiro apaixonado por futebol que resolveu comprar a briga e exigir a realização de uma copa no Brasil. 

Valeu acreditar no sonho, pois antes de descer a rampa do Planalto pela última vez Lula conseguiu emplacar logo duas copas (2014 e 2016, para quem considera a Olimpíada um evento de importância até maior que uma Copa do Mundo. 

Era estranho, e muito, que o presidente da FIFA por duas décadas tenha sido um brasileiro e nada. Era realmente um sonho. 
Depois de 50 (a única realizada por aqui e que fomos vice) ganhamos cinco títulos mas sempre em terras estranhas, nunca em casa. 
Sem querer desmerecer nenhum país, o México que não tem expressão nenhuma no futebol realizou dois mundiais (70 e 86), a Suécia (58), o Chile (62), os EUA (94), a Coréia e o Japão (2002) e até a África do Sul (2010).

Depois de 64 anos, a Copa voltará ao Brasil. 

Como não poderia deixar de ser, e só para confirmar a nossa fama de "relaxados", apenas três estádios estão com as obras em dia. Nos demais, atrasos, suspeitas de superfaturamento e burocracia.

Parece que o atraso é proposital, só para pedir mais...a diferença entre o que se pretendia gastar e o que se deve gastar, pode chegar a 500 milhões.

Na Europa, um estádio para 50.000 espectadores custa em média 200 milhões. No custo Brasil, dois estádios devem se aproximar de 1 bilhão. Tudo bem, nada muito escandaloso, a gente já está acostumado, mas que revolta...

Sem falar que a Copa do Mundo em estádio é um evento para quem tem um certo poder aquisitivo. Pobre mesmo, quebrado, vai assistir como tem assistido, não importa o lugar, pela Rede Globo, que é quem paga mais e "compra" os direitos de transmissão. Em alguns casos, um aparelho de tv custará menos que o ingresso. 
  
A realização do mundial no Brasil precisa de ajustes. Algumas regras adotadas no estádios do Brasil contrariam os interesses da FIFA. Por aqui, é proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, mas a FIFA exige a liberação e pressiona o governo federal para "aperfeiçoar" uma lei conquistada a muito custo. Se com a lei-seca nos estádios a violência tem ditado as regras, imagine se liberar.  

E ainda tem o "problema" da meia entrada para estudantes. A FIFA não aceita falar em gratuidades. Vão esperando que os estudantes aceitem, se já derrubaram um presidente... Deputados e senadores lacaios podem "afinar", mas os estudantes, sei não... 

Não se deve fazer concessões desse tipo. E a nossa soberania? 

A menos que a FIFA seja o maior império da terra e Josepf Blatter o seu imperador, mas um daqueles grandes, feito Otávio ou Napoleão.

Se vão trazer a Copa para o Brasil que ela se adeque a nossa realidade e não o contrário.

Digam á FIFA que com essas "condições" podem realizar a copa nos Estados Unidos, Inglaterra, Irã, Terra-média, Liliput... 
Site da imagem: xicomalta.com

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