Este é um blog de opinião. As postagens escritas ou selecionadas refletem exclusivamente a minha opinião, não sofrendo influência ou pressão de pessoas ou empresas onde trabalho ou venha a trabalhar.
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O que há por trás das sacolinhas de plástico.
Recebi por e-mail e repasso.
ME ENGANA QUE EU GOSTO - Leda
Nagle
Qual é a embalagem do açúcar que
você compra? Saco plástico. Onde vem o sal que você compra? Em saco plástico. E
a farinha de trigo, de mandioca, o fubá, o feijão, o arroz nosso de cada dia?
Todos embalados em sacos plásticos. Onde é que você coloca as frutas e os
legumes que você compra no supermercado? Em sacos plásticos. Onde vêm os
remédios que você compra nas farmácias? Em sacolas plásticas. E, por acaso,
esta profusão de sacos plásticos que fazem parte do seu dia a dia não poluem o
ambiente? Não destroem o planeta? O único saco plástico que polui é a sacola
plástica que você recebe dos supermercados?
Aquelas mesmo que você recicla
colocando seu lixo de casa. Aquelas que, se for civilizado, você usa para
apanhar e descartar as cacas do seu cachorro. Aquelas mesmo que as grandes
redes de supermercado querem parar de fornecer a você na hora das compras. E o
que eles dizem? Que elas são as responsáveis pela poluição do nosso planeta.
Por que só elas? Só o plástico com que elas são feitas poluem rios, destroem as
matas, tornam nosso mundo menos habitável? Mas por que só elas? Quem disse? As
grandes redes de supermercado. E quem ganha com isto? O planeta? Me engana que
eu gosto. Além dos fabricantes de rolos de sacos de lixo, que também são feitos
de plástico, quem mais ganha com a proibição das sacolas de plástico são as
grandes redes de supermercado que, a partir de agora, em cidades como São Paulo
e Belo Horizonte, por exemplo, não terão mais despesa alguma com o consumidor.
Depois que ele pagar — e muito bem — os produtos que comprar o problema de
levar os produtos para casa passa a ser só do consumidor.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Se... (filosofia de caminhoneiro)
Se ferradura desse sorte, burro
não puxava carroça.
Se homem fosse dinheiro,
baixinho seria troco.
Se Maomé não vai à montanha,
então... vai à praia.
Se mulher fosse madeira, queria
ser um pica-pau.
Se não puder ajudar, atrapalhe,
afinal o importante é participar.
Se não sabe dançar, não diga que
a orquestra é ruim.
Se ninguém é perfeito, e eu sou
ninguém então eu sou perfeito! (Batosa Himura)
Se o amor é cego, o negócio é
apalpar.
Se o dinheiro não traz
felicidade então dê todo o seu pra mim e seja feliz.
Se o mundo fosse bom o dono
morava nele.
Se peito de mulher fosse buzina,
ninguém dormia nesta esquina. (Mário Negócio)
Se ruga fosse sinal de velhice, o saco era Pré-Histórico.
Se sogra fosse dinheiro, pobre
só casava com órfã.
Se tamanho fosse documento o elefante
era o dono do circo.
Se a fé remove montanhas,
dinamite então nem se fala!
Se a morte for um descanso,
prefiro viver cansado.
Se a mulher pedir mais liberdade,
compre uma corda mais comprida.
Se a vida é um buraco, esta rua
é cheia de vida.
Se amar for pecado, vou pro
Inferno, mas vou te amando. (Maycon Bravim)
Se andar fosse bom, carteiro
seria imortal.
Se barba fosse respeito, bode
não tinha chifre.
Se bico valesse, tucano era rei.
Se cabelo valesse dinheiro, pobre
nascia careca.
Se casamento fosse bom não
precisava testemunha.
Se chiar resolvesse, sal de
frutas não morria afogado.
Se correr o guarda pega, se
parar o banco toma.
terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Porto Walter...
Hoje, sem barulho nenhum, Porto
Walter comemorou mais um aniversário de emancipação. Que todos tenham esquecido...
Quanto a mim, não me é permitido.
Parabéns a todos os portuwaltenses
num poema de Fernando Pessoa.
(...) Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância
pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra
vez sonho aqui...
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui
vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a
voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os
Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes
ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de
alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a
alma menos minha.
Outra vez te revejo — (...) e
tudo —,
Transeunte inútil de ti e de
mim,
Estrangeiro aqui como em toda a
parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de
recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas
que rangem
No castelo maldito de ter que
viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das
sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre
desconhecida,
E entra na noite como um rastro
de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em
que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico
vejo só um bocado de mim —
Um bocado de ti e de mim!...
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Frei Mansueto G. Bozic
Há cinco anos falecia Frei
Mansueto. Quem frequentou a Universidade Federal do Acre no Campus de Cruzeiro
do Sul até 1998 sabe de quem estou falando. Quem esteve preso (ou trabalhando como eu) na Guimarães Lima
na mesma época também.
Mansueto era um homem de
autoridade, incansável e dedicado aos menos favorecidos.
Também era crítico.
Recordo que certa vez ali no pátio do acanhado campus da UFAC (onde hoje
funciona o CEFLORA e não era mais que cinco salas) calou um oficial que proferia uma palestra alusiva à semana do Exército. O pobre
oficial a certa altura, empolgado com a atenção da platéia acabou dizendo: “Senhores, o Exército Brasileiro não conhece a derrota!” Pra que..., Mansueto
pediu a palavra e perguntou: O senhor poderia falar qual guerras ele venceu? O
palestrante rapidamente citou a Guerra do Paraguai e a Campanha da Itália na
Segunda Guerra Mundial. Agradeceu pela resposta mas botou um “trava palestra”
quando perguntou: "E Canudos o senhor não cita?"
Depois, já na sala de aula,
explicou que nada tinha contra o Exército, mas é que como professor não poderia
deixar que ninguém adestrasse seus alunos com meias verdades. Valeu, Frei!
Em outra oportunidade, durante
um culto ecumênico, após fazer sua parte, teve que ouvir calado um colega
“descer a marreta” nos principais pilares da teologia católica. Diante da
agressão, todos os olhares se voltaram para o Frei, que curiosamente permanecia
indiferente. Depois da desastrada pregação,
exigiu diante do corpo docente que o colega se retratasse. Comentam que uma
parte do discurso teria sido assim: "Agora, na presença dos colegas nós vamos
discutir religião". O colega da marreta, animado, foi logo pegando a Bíblia e
preparando mais algumas marretadas, no que foi atalhado pelo Frei: "Guarde sua
Bíblia, colega, de escritura o senhor deve saber tudo, nós vamos falar é de
amor, de tolerância, de respeito". Valeu Frei, por mais uma lição!
Além de ter nos ensinado o “Pater noster, qui es in
caelis”(era professor de Latim e Filologia Românica) era também professor de
política. Gostávamos de acreditar que era comunista. Suas aulas não dispensavam
revistas como a Veja ou a Manchete. Frei Mansueto gostava de alertar quanto à
distância entre a teoria e a prática. E como estava amparado na verdade..., ah, se tava!
Por essas e outras, a lembrança do Frei é uma boa
lembrança. A celebração religiosa da nossa colação de grau (Letras/UFAC – 1996)
foi conduzida por ele no auditório do Centro de Treinamento Diocesano ao lado da Igreja
Nossa Senhora Aparecida.
(na foto de 1996, o Frei, eu e o Prof. Doutor João Carlos de Carvalho).
O Boletim Interno da Província São Lourenço de Brindes
dos Frades Menores Capuchinhos do Paraná e Santa Catarina (Brasil) assim
noticiou sua morte e um inventário da sua obra missionária com destaque à missão no Acre. (doc. em PDF pág. 75)
Na noite entre 22 a 23.6.2007,
faleceu em Santa Cruz de Aidússina (Eslovênia), frei Mansueto Bozic.
Nasceu
em Vipacco (território italiano, atualmente da Eslovênia) aos 5.8.1928, filho
de José Bozic e Teresa Kete. Continue lendo AquiCoisas do Paraguai...
Deu no que deu. Inconformados com a derrota na última eleição, os colorados através de um processo rápido e pra lá de suspeito, depuseram o presidente Lugo e reassumiram os descaminhos do Paraguai.
Até que a História possa mostrar qual nação imperialista está por trás desse novo golpe latino-americano, fico com a frase do presidente deposto:
"Esta noite, saio pela maior porta da pátria, saio pelo coração de meus compatriotas"
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Enquanto não tiveres conhecido o inferno, o paraíso não será bastante bom para ti. (Provérbio curdo)
Essa, do site Voz do Acre, só contando com a "seriedade" do Mutley o bom cachorro detetive parceiro do Dick Vigarista.
Eh, Porto Walter, que Deus te proteja ou te abandone de vez!!!
sexta-feira, 15 de junho de 2012
A verdade é que...
(...) quando começa a dar sinais de crise em sua economia maior, em 1962 quando o governo federal já demonstrava desinteresse por um Território que dava sinais de decadência. Se o Acre tivesse se mantido enquanto um grande exportador de borracha, o governo federal dificilmente teria aceitado sua elevação à categoria de Estado.
(Carlos Alberto Alves de Souza, em História do Acre – Novos Temas, Nova Abordagem. pág 165-166)
Inicio este post com a citação do maior historiador acreano para deixar claro que a verdade histórica nem sempre(na maioria dos casos) é o que parece.
Hoje se comemora os 50 anos de Estado do Acre. Legal, mas sem querer estragar a festa de ninguém, gostaria de botar outras verdades na "verdade oficial".
A Lei
nº4.070, de 15 de Junho de 1962, sancionada pelo Presidente João Goulart elevou
o Território do Acre à categoria de Estado e acendeu nos acreanos um lume de
esperança no desenvolvimento de todos os rincões da terra acreana.
Para alguns
historiadores, a criação do novo Estado foi para a União, antes de tudo, o
alívio de um fardo. Acontece que com a queda no preço da borracha amazônica, e
entenda-se principalmente acreana, o Território que até poucas décadas fora o
maior produtor de borracha e um dos responsáveis por gerar enormes riquezas ao
País, vinha em balanço negativo. Mantê-lo agora, despojado da única riqueza
explorada no momento, seria um prejuízo desnecessário. Melhor então deixa-lo
entregue à sorte de um fundo orçamentário constitucional e observar de longe o
desenrolar das politiquices acreanas.
A
crença na capacidade acreana de organização política do novo estado era tão
pequena que no Parágrafo único do Art. 3º da lei de emancipação previa que
Parágrafo único. Se, dentro de quatro
meses, após a instalação da Assembléia (constituinte),
não for promulgada a Constituição Estadual, o Estado do Acre ficará submetido
automaticamente à do Estado do Amazonas, até que a reforme pelo processo nela
determinado. (grifo nosso)
Para
os acreanos também foi um alívio. Pela primeira vez poderiam escolher os
próprios dirigentes, principalmente o governador e os prefeitos. A resposta à
opressão foi tamanha que o inesperado aconteceu. Surpreendentemente, o vencedor
das eleições de 1962 foi o professor cruzeirense José Augusto de Araújo, de 32 anos,
derrotando nada menos que o poderoso General-Senador José Guiomard dos Santos,
o homem que defendera a criação do Estado do Acre.
Então taí, uma outra opinião sobre o assunto.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
A região da Alsácia-Lorena é no Estirão do Remanso
Alsácia-Lorena... foi o que imaginei no momento em que o jornal Juruá Notícias noticiou a situação de abandono vivida pelos moradores da localidade conhecida por "Estirão do Remanso" aqui pertinho de Cruzeiro do Sul.
O abandono se deve à irresponsabilidade de dois administradores - um de Cruzeiro do Sul e outro de Guajará. Guajará não ajuda porque não tem mais jurisdição sobre a área. Cruzeiro do Sul "quer e não pode" porque ainda não tem a jurisdição.
Maldita jurisdição, que faz uma comunidade inteira padecer por conta da burocracia.
Já que toquei no assunto, a região da Alsácia/Lorena, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento histórico sabe, foi palco de uma acirrada disputa entre franceses e alemães pelo seu controle.
A disputa se estendeu até 23 de novembro de 1944 quando as tropas do general francês Leclerc tomaram Estrasburgo a maior cidade do território em litígio e retomaram o controle.
Os nascidos na região entre 1871, final da guerra Franco-Prussiana(a Alemanha era conhecida assim) e 1944 podiam escolher a nacionalidade. Não legalmente é claro, mas pelo menos sentimentalmente um alsaciano podia escolher sua nacionalidade isso levando em conta seu grupo étnico ou suas preferências políticas.
O Estirão do Remanso, diferente da famosa região européia, ninguém quer. Afinal, por que Guajará haveria de querer, se a administração Hélio de Paula não consegue sequer um "tapa-buracos" nas pouquíssimas ruas da cidade?
Em relação a Cruzeiro do Sul, é melhor nem falar. Aqui, não nos falta nada... nem caixa de lixo que é algo supérfluo e todos tem direito a sua visto que todos pagam "Taxa de coleta de lixo" (paguei R$70,00 dia 30 de maio).
Pois bem, lá os franceses levaram a melhor, e por aqui, qual será o desfecho? Quem levará a melhor, o prefeito de Cruzeiro do Sul ou o de Guajará?
Como a área de acordo com os novos limites entre Acre e Amazonas, é cruzeirense e a prefeitura "municipal" não assume seu papel, quem perde é o povo.
Situação "pecuária", diria um conhecido meu... Mas, que me leva a ter uma ideia, de jumento é verdade, mas uma grande ideia.
Já pensou... como a região não conhece a presença do Estado brasileiro, nem de qualquer outro estado, não conta com assistência médica, jurídica, educacional, policial, e exceto pelo idioma (apesar de que o isolamento já fez surgir por ali algumas diferenças linguísticas) e nada faz acreditar que ali é Brasil, poderíamos fundar ali um novo país...
Sim, um país sem política, sem desigualdade(já que todos são pobres mesmo e não adianta nascer em país rico se você não tem dinheiro), sem escola(que parece não fazer muita falta, visto que em alguns países do mundo alguém com um letramento mínimo pode até se tornar prefeito ou presidente).
Eu poderia até me tornar presidente... É possível, porque de acordo com a reportagem há em Guajará um representante da comunidade, algo como Presidente da Associação de Moradores do Estirão do Remanso, eleito em Guajará mesmo, sem o conhecimento dos moradores. Viu? não seria algo tão impossível.
Um país com tudo novo, com uma moeda própria, melhor, sem moeda, na base do escambo.
Um país feito o Brasil que merecemos, mas sem os imbecis que insistimos em eleger.
Ver a reportagem no link abaixo:
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Cruzeiro do Sul (há uns 30 anos...)
A imagem abaixo acredito que não seja lá uma raridade, tampouco poderei identificar seu autor. É um cartão-postal comprado há uns 20 anos no Aeroporto de Cruzeiro do Sul.
Ontem, por acaso, me topei com ele (até por que se não fosse por acaso não seria uma topada). Estava perdido por tão bem guardado.
É uma imagem parcial da cidade no sentido oeste-leste, como se estivéssemos sobre a Delegacia Geral olhando para a Igreja da Várzea. Mudou muito? Deve ter ficado mais ordinária, acredito.
Cruzeiro numa época romântica, de ruas sem asfalto, muitas árvores e muitas casas cobertas de telha de barro.
domingo, 10 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Curiosidade que é útil saber. Vai que te perguntam...
Você sabe a diferença entre ULTRABOOK, NOTEBOOK e NETBOOK?
Na página Tira-dúvidas de tecnologia, Ronaldo Prass dá dicas para viver bem no mundo digital e aproveitar melhor o computador.
Achei interessante.
Na página Tira-dúvidas de tecnologia, Ronaldo Prass dá dicas para viver bem no mundo digital e aproveitar melhor o computador.
Achei interessante.
terça-feira, 5 de junho de 2012
A menos que eu esteja enganado...
Até "nóia" os torcedores (que são chegados na coisa) vão poder usar livremente nos estádios brasileiros durante a Copa das Confederações em 2013 e na Copa do Mundo de 2014. Não sou muito bom em interpretação de leis, mas parece que o texto sancionado hoje pela Presidente Dilma oferece essa possibilidade.
A Lei Geral da Copa aprovada hoje suspende durante o período acima citado, o artigo do Estatuto do Torcedor que proíbe a permanência nos estádios de "bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência". Interprete você mesmo.
Bem que em não queria saber de Copa do Mundo por aqui. É um desperdício de dinheiro público e uma oportunidade escancarada à corrupção, basta ver o valor dos estádios.
Sou contra a Copa, não pela Copa em si, o evento esportivo é grandioso, mas por não aceitar que a FIFA possa ser maior que a nossa soberania nacional.
Não existe no planeta ditadura maior que a daquele bando de velhinhos ladrões lá da Suiça, um paraíso fiscal. Se a FIFA funcionasse num país mais rigoroso com riquezas não declaradas e injustificáveis, sei não...
A Copa do Mundo no Brasil será para muitos um momento de êxtase, em que os perdulários vão perder até as calças para acompanhar seus "ídolos".
Para mim, que sou do contra (em quase tudo, atualmente, e bastante incomodado com isso, porque eu não era assim e isso pode ser perigoso numa sociedade em que os poderosos comandam tudo), a menos que me convençam, preferia ver a Copa na Bolívia, no Congo, na Tomânia, em Valfenda..., a vê-la no Brasil, de quatro, submisso, feito sei lá o quê de vagabundo.
Imagem: ciceroart.blogspot.com
sábado, 2 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
De Fernando para as Pessoas...
Lisbon Revisited (Álvaro de
Campos)
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com
conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a
metafísica!
Não me apregoem sistemas
completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus
meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da
civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
(...)
Queriam-me casado, fútil,
quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o
contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa,
fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham
paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o
diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no
braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu
seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha
infância —
Eterna verdade vazia e
perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e
mudo,
Pequena verdade onde o céu se
reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de
outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais,
nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E
enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
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